A etapa de iniciação esportiva é um período que abrange desde o momento em que as crianças iniciam-se nos esportes até a decisão por praticarem uma modalidade. Segundo os mesmos autores a iniciação esportiva é dividida em três fases, I, II, III.
Fase de Iniciação Esportiva I
Esta fase corresponde da 1ª a 4ª séries do ensino fundamental, atendendo crianças da primeira e da segunda infância, com idades entre 7 e 10 anos. O envolvimento destas crianças nas atividades desportivas deve ter caráter lúdico, participativo e alegre, a fim de oportunizar o ensino das técnicas desportivas, estimulando o pensamento tático, Paes & Oliveira (2004). Ainda segundo Müller (2009) antes de aprender a jogar voleibol ou qualquer outro esporte, a criança deve trabalhar com habilidades motoras e capacidades físicas gerais.
Paes (1989) pontua que, no processo evolutivo, essa fase- participação de atividades variadas de caráter recreativo- visa à educação do movimento, buscando-se o aprimoramento dos padrões motores e do ritmo geral por meio das atividades lúdicas ou recreativas. Ainda segundo Paes & Oliveira (2004) as crianças encontram-se favorecidas, aproximadamente entre os 7 e os 10 anos, em função da plasticidade do sistema nervoso central, e as atividades devem ser desenvolvidas sob diversos ângulos: complexidade, variabilidade, diversidade e continuidade durante todo o processo de desenvolvimento.
A educação física escolar tem função primordial nesta fase, pois através da mesma se tem um aumento da quantidade e das qualidades das atividades, onde o foco e o melhoramento das capacidades motoras e físicas, auxiliando no aprendizado das demais fases.
Fase da Iniciação Esportiva II
Esta fase é marcada por oportunizar os jovens o aprendizado de várias modalidades esportivas, atendendo as crianças e adolescentes da 5ª a 7ª séries do ensino fundamental, com aproximadamente de 11 a 13 anos, correspondendo a primeira idade puberal.
Segundo Paes & Oliveira (2004) a importância da diversificação, ou seja, da prática de varias modalidades esportivas contribui para futuras especializações. Ainda segundo os autores supramencionados, a diversificação dos conteúdos de ensino de uma modalidade, evitando todavia, a repetição dos mesmos, repetição esta que leva à estabilização da aprendizagem, empobrecendo o repertório motor dos praticantes.
De acordo com a literatura os iniciantes devem participar de jogos e exercícios advindos de esportes específicos e de outros, que auxiliem a melhora de sua base multilateral e no preparo com base diversificada pára o esporte escolhido.
Para Weineck (1991) Esta fase além de ser ótima para aprender, no qual as diferenças em relação à fase anterior são graduais e as transições são contínuas, as capacidades coordenativas dão base para futuros desempenhos.
Nesta fase o tempo dedicado ao treinamento segundo Gomes (1997) gira em torno de 300 a 600 horas anuais, dos quais apenas 25 % do tempo é dedicado a conteúdos específicos e 75% aos conteúdos da preparação geral.
A escola é o melhor local para a aprendizagem, pois são inúmeros os motivos no qual crianças e adolescentes procuram o desporto, entre eles: encontrar e jogar com outras pessoas da mesma idade, diversão, aprender a jogar, e na escola ainda o professor terá o controle da freqüência e da idade dos alunos, facilitando as intervenções pedagógicas.
Fase da Iniciação esportiva III
Segundo os autores neste momento do processo, esta fase corresponde à faixa etária de 13 a 14 anos, ás 7ª e 8ª séries do ensino fundamental, passando os atletas-alunos pela pubescência, nesta fase ocorrem o refinamento das habilidades aprendidas até então.
seqüência pedagógica é um procedimento metodológico pelo qual um determinado movimento é ensinado em partes e estas vão sendo associadas entre si progressivamente. Ensina-se um fragmento de habilidade motora, que uma vez aprendido, a ele será conectado um outro elemento, depois outro, até que se tenha a execução completa. Stallings apud Bojikian (2005) afirma que : a cada estágio sucessivo da habilidade motora, a nova habilidade é construída sobre aprendizagens anteriores. Magill (1998) chama este processo de transferência de aprendizagem, aonde a influência da experiência anterior no desempenho de uma nova habilidade num novo contexto ou na aprendizagem de uma nova habilidade. Esta transferência pode ser positiva, quando melhora a qualidade de desempenho de uma habilidade devido a experiência anterior, ou negativa, quando a experiência prévia foi negativa de modo que a pessoa apresenta um desempenho pior do que teria sem a experiência prévia.
Jogos Pré-desportivos e a iniciação do voleibol
Os jogos pré-desportivos são muito importantes na iniciação do voleibol, principalmente na fase I da iniciação, aonde o principal objetivo é desenvolver além das capacidades físicas e coordenativas, o gosto pela prática do esporte em questão. Segundo Müller (2009) o gosto pelo jogo é fundamental para a manutenção do atleta no esporte, sendo a maior motivação para o aprimoramento das exigências técnicas, táticas, e físicas.
Existem diversos jogos pré-desportivos, como por exemplo: mini-volei, peteca, câmbio, jogo dos quatro cantos. Iremos tratar mais a fundo do mini-volei.
Segundo Gotsch apud Konnor Quadros & Gordia (2007) o mini-volei é um método simples e adaptado ás necessidades das crianças de 8 à 14 anos, para o aprendizado do voleibol, jogando em duas equipes compostas de menos de 6 jogadores em cada time, resultante de reflexões didáticas onde as ações complexas se reduzem a situações de jogos simplificados, correspondente ao estado de desenvolvimento dos jogadores. Ainda segundo Konnor Quadros & Gordia (2007) apesar das vantagens do mini-volei para o desenvolvimento das crianças de 8 a 14 anos são poucas as escolas que utilizam esta prática esportiva, fato este que acare ta tanto em prejuízos ao desenvolvimento dos alunos/atletas.
Fases do mini-volei
Fase um, 1x1
Nesta fase a criança se familiariza com a bola, a quadra , a rede, ensinando as posturas básicas e movimentação na quadra; segurando, arremessando, lançando e rolando diferentes tipos de bola (plástico, borracha, vôlei, futebol, etc.) praticando diferentes tipos de pequenos jogos para desenvolver qualidades físicas como velocidade, agilidade, força e reação (Santos, 1999).
Fase dois, 2x2
São ensinados os princípios de formação inicial, movimentos de acordo com as situações de jogo, cooperação com o colega, observação do oponente e posicionamento da quadra, bem como contínuo desenvolvimento de preparação física básica, através de movimentos rápidos em direção a bola saltos e deslocamentos de diferentes formas (Santos, 1999).
Fase 3, 3x3
Nesta fase o objetivo é a aquisição de gestos técnicos básicos: toque, manchete, saque por baixo, ataque em toque, bem como estimular situações que são exigidas no voleibol.
Fase 4, 4x4
Introdução do bloqueio e da defesa, melhora dos fundamentos e habilidades técnicas e táticas, aperfeiçoamento em todos os fundamentos, novas variações. Na preparação física, continuação da preparação física geral e o aperfeiçoamento de todas as habilidades relativas aos fundamentos. (Santos, 1999).
No mini-volei todos os jogadores atacam, defendem, levantam, evitando assim uma especialização precoce, algo que deve ser evitado ao máximo tendo em vista que a mesma acarreta em estabilização do desenvolvimento motor.

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