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A duvida dos levantadores


As finais da Liga Mundial trouxeram ao técnico Bernardinho um pequeno "problema" na preparação rumo ao Mundial de vôlei masculino que começa em setembro e termina em outubro. O treinador terá que escolher dois levantadores em uma lista que tem três fortes candidatos: Bruninho, Marlon e Ricardinho.

A "sinuca de bico" não aparecia na vida do treinador há muito tempo. Nos últimos anos, as transições na posição foram tranquilas e seguiram como o esperado, com Maurício passando o bastão a Ricardinho, que repassou a Marcelinho, que entregou a Bruninho. Mas agora, a situação é muito mais complicada, e três nomes não brigam apenas por uma vaga no elenco, mas sim pela titularidade do time.

Na segunda-feira, ao desembarcar no Rio de Janeiro um dia após a conquista do nono título da Liga, Bernardinho preferiu minimizar a questão. "Essa possibilidade [de Ricardinho voltar ao time] sempre existe, mas vamos ver, a gente tem que pensar no que for melhor para a seleção", comentou o técnico.

Na prática, porém, não se trata de uma questão tão simples. Bruninho vem sendo titular desde o ano passado. O levantador passou a ser chamado com frequência desde o Pan de 2007, quando Ricardinho foi cortado do time, mas esperou a saída de Marcelinho da seleção para ficar definitivamente com a vaga. A titularidade de Bruninho, porém, já não parece mais tão garantida assim, já que o carioca não foi bem nas finais da Liga e perdeu posição para Marlon, até então considerado apenas seu fiel escudeiro dentro da equipe.

Agora, com o crescimento de Marlon e com a intenção pública de Ricardinho em voltar à seleção, insinuando que não pensa em ficar na reserva, Bernardinho não terá vida fácil na convocação para o Mundial.

Aparentemente tranquilo com toda essa situação, Bruninho não vê seu lugar na seleção tão ameaçado. "Eu fiz dois jogos abaixo da média [nas finais da Liga], talvez não estivesse tão concentrado ou confiante, mas isso faz parte. O grupo quer sempre vencer e não existe essa coisa de ego. Já passei por provas bem maiores que essa", comentou o levantador, que pelo fato de ser filho de Bernardinho, sempre recebeu cobranças maiores. "Pra gente [ele e o pai], não existe mais esse problema, a gente amadureceu muito bem essa relação. Eu ainda posso fazer muito mais, mas eu acho que o que eu já fiz me credencia a estar lá, embora não tenha vaga catiba".

Bruninho ainda nega que esteja sentindo-se pressionado pelo possível retorno de Ricardinho. "Não tenho muito conhecimento do que vai acontecer, mas se ele vier, que venha com o pensamento do grupo", afirmou. "Eu sempre me espelhei nele, ele me ajudou muito quando a gente esteve junto. Pode existir concorrência, mas se ele quiser voltar, tem mais é que ajudar mesmo.

Um reserva de peso

Com a má fase de Bruninho, Marlon teve sua maior chance dentro da seleção. Foram apenas alguns jogos, somente um como titular - justamente na final -, mas o paranaense mostrou que, aos 33 anos, tem qualidade para estar no sexteto principal.

A princípio, o levantador aceita continuar no papel de reserva, mas não quer mais perder o posto de convocado. "Tudo já está definido, eu fui segundo levantador e ajudei o Bruno e o grupo em tudo que eu pude, que é o intuito", declarou. "Esse grupo está formado, ganhou títulos, mas mudanças podem ocorrer, só depende da gente".

Para Marlon, a titularidade na final da Liga foi um prêmio após tantos meses de recuperação de uma grave lesão na mão que o tirou dos playoffs da Superliga e o fez reestruturar todos os seus treinos, voltando a realizar exercícios de jogadores iniciantes. "A lesão foi importante, porque você passa a refletir e volta alguns passos atrás, mas me fez ficar tranquilo. Tiro essa final como lição de que estou no caminho certo, que chegou o momento de desfrutar após tanto trabalho".

Na semifinal contra Cuba, Marlon levou uma joelhada de Leandro Vissotto em um lance curioso e caiu quase desacordado em quadra. Mesmo um pouco zonzo, o levantador seguiu no jogo até o final. "Tem que fazer muito para me tirar lá de dentro, só desmaiado mesmo", brincou o levantador, mostrando, indiretamente, que não será fácil tirá-lo da seleção daqui por diante.



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