Murilo lamenta polêmica com Michael: "foi muito exagerado"

Murilo tira foto com fãs durante evento em São Paulo

Amigos desde que jogaram juntos no Banespa, em 1999, Murilo, do Sesi, comentou sobre a polêmica envolvendo o meio de rede Michael, do Vôlei Futuro. O atleta da equipe de Araçatuba foi hostilizado durante o duelo com o Cruzeiro na semifinal da Superliga masculina de vôlei, sendo criticado por ser homossexual. No entanto, Murilo acredita que toda essa confusão foi desnecessária e que a polêmica acabou se tornando exagerada.

"Infelizmente não falaram nada do jogo, mas a imprensa gosta disso. Sabemos que o vôlei não tem tanto espaço na mídia e isso acabou chamando muito atenção para essa semifinal. Mas temo que deixar isso de lado e focar no que interessa que é o vôlei dentro de quadra. O que foi falado já passou, não sei se ele se sente a vontade com isso. Às vezes muita gente que jogou com ele já sabia e sempre teve respeito. Não acredito que a manifestação da torcida iria influenciar no jogo dele. Acho que isso foi muito aumentado", afirmou Murilo.

O ponteiro, no entanto, não acredita que, apesar da polêmica, outros jogadores seguirão os passos de Michael e assumirão publicamente sua opção sexual. "Ele tem os motivos dele e cada um tem uma opinião. Não acho que outros vão tomar esse exemplo e fazer o mesmo, porque são muito discretos. Alguns passam despercebidos e a gente não se mete na vida de ninguém. Respeitamos muito a opção de cada um. Quem se sentir a vontade de falar, que fale", completou o jogador convocado para a pré-lista da Seleção Brasileira de Bernardinho que disputará a Liga Mundial.

A estreia brasileira na competição será contra Porto Rico, entre 27 e 29 de maio, fora de casa. Em casa, a Seleção enfrentará a Polônia no Rio de Janeiro, nos dias 4 e 5 de junho. Já nos dias 11 e 12, contra os Estados Unidos, a Seleção jogará em Belo Horizonte. Nos dias 18 e 19 de junho, a equipe encara Porto Rico, em São Paulo.

Na Liga Mundial, Murilo terá a possibilidade de voltar a jogar ao lado de seu irmão Gustavo, também presente na pré-lista e que estava fora da Seleção desde a medalha de prata dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

"A gente já jogou junto, não vai ser uma novidade. Ele ficou fora por uma opção pessoal, não era nem uma opção física e técnica, para poder ficar mais perto da família. Ele precisava de um tempo. Vai ajudar todo mundo que está ali. Ele é um exemplo para todos e será mais um líder dentro de quadra. E é meu irmão né? Sempre tem uma coisa especial", completou.