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Treinamento físico no Voleibol

            A preparação do desportista representa o sistema de utilização orientada de todo o complexo de fatores que condicionam a obtenção de objetivos da atividade desportiva (ZAKHAROV, 1992). O sistema de preparação para a prática desportiva torna-se fator fundamental para o desenvolvimento das condições adequadas de rendimento do atleta dentro de sua especificidade. Devemos observar a necessidade de se dividir todo o processo de treinamento em fases que tenham objetivos específicos para determinado período de adaptação das atletas. Os conceitos de preparação física baseada nos princípios de periodização (estruturação do treinamento) permitem a atleta atingir o máximo rendimento desportivo.  Zakharov (1992), afirma que o processo de preparação desportiva (Macrociclo) decorre em uma seqüência de 3 fases: aquisição, manutenção (estabilização relativa) e perda temporária.. De acordo com cada fase, o autor distingue ainda o Macrociclo em 3 períodos:

Período Preparatório - que assegura o desenvolvimento das possibilidades funcionais do organismo do desportista e pressupõe a solução das tarefas de vários aspectos específicos do estado de preparação);

Período Competitivo - que pressupõe a estrutura direta da forma desportiva);

Período Transitório - que contribui para a recuperação completa do potencial de adaptação do organismo do desportista e serve de elo de ligação entre os macrociclos de preparação).Morton (1992), dividiu os fatores que interferem no desenvolvimento de periodização como:
rendimento máximo previsto;
data na qual o rendimento máximo deve ocorrer;
índice de stress por "overtraining";
o nível do máximo de desempenho durante o pico de preparação.

             Preconiza ainda que os atributos fisiológicos de uma atleta e o nível de fadiga como resposta ao treinamento são extremamente relevantes em um desempenho otimizado, bem como em um gerenciamento de um programa de treinamento. De acordo com a utilização de energia observada no voleibol imagina-se que é um desporto aeróbio, mas, exige uma altíssima produção de potência anaeróbia aláctica, além de longos períodos de recuperação. No voleibol, habilidades técnicas e táticas, características antropométricas e capacidade de rendimento físico individual são fatores importantes que contribuem para o sucesso competitivo de toda uma equipe. Segundo de Matveev tem sido instrumento de muita controvérsia, com debates centrados em torno de questões como a combinação de cargas e intensidades, as relações entre treinamentos gerais e especiais e a divisão do ciclo de treinamento em diferentes ciclos. Zakharov (1992), afirma que o processo de preparação desportiva (Macrociclo) decorre em uma seqüência de 3 fases: aquisição, manutenção (estabilização relativa) e perda temporária.. De acordo com cada fase, o autor distingue ainda o Macrociclo em 3 períodos: Em um estudo com atletas de voleibol feminino, Hakkinen (1993), desenvolveu um programa de treinamento visando duas fases competitivas; para a primeira fase, o treinamento précompetitivo constou de exercícios com pesos, bem como durante a fase competitiva, apesar do volume reduzido; para a segunda fase competitiva, o volume de preparação com pesos foi reduzido totalmente, bem como durante a fase de competição. Os resultados demonstraram que os treinamentos de força e de força explosiva utilizada para a primeira fase competitiva contribuíram para um significativo aumento na produção de força explosiva; enquanto que na segunda fase competitiva foi observado um decréscimo significativo para a força máxima, bem como para a produção de força explosiva. Verkhoshanski, adaptado por Oliveira (1998), divide o grande ciclo de preparação em três blocos:

Bloco A - é dedicado à ativação do mecanismo do processo de preparação e orientação para a especialização morfofuncional do organismo na direção necessária para o trabalho no regime motor específico. O objetivo principal deste bloco é o aumento do potencial motor do atleta, tendo em conta sua excessiva utilização no exercício específico.

Bloco B - tem como princípio o desenvolvimento do trabalho de potência do organismo no regime motor específico em condições correspondentes aos de competição. Consiste na assimilação da capacidade de utilizar o crescente potencial motor em intensidades igualmente crescentes durante a execução de exercícios específicos da modalidade.

Bloco C - esta etapa prevê a conclusão do ciclo de treinamento e a passagem do organismo ao máximo nível de potência de trabalho no regime motor específico. O objetivo principal deste bloco consiste na assimilação da capacidade de realizar com a máxima eficácia o potencial motor nas condições do próprio desporto. No quadro complexo do processo de preparação específica, a rapidez de ação é um fator importante no rendimento de jogo; à medida que vai se aprofundando a preparação, a atenção deve ser voltada prioritariamente ao desenvolvimento da alta complexidade do desporto (MARTIN et al., 1997). Verkhoshanski (1996) destaca que o mecanismo principal que determina o progresso do desenvolvimento desportivo em um programa de treinamento plurianual está constituído do contínuo aumento do potencial motor do organismo e do melhoramento da capacidade do atleta em utilizar-se eficientemente das condições próprias da modalidade desportiva. O autor ressalta ainda que a preparação física especial no processo de treinamento consiste dos seguintes tópicos:
o aumento do nível da capacidade funcional do organismo;
a ativação da transformação morfológica que constitui a base
material da adaptação do organismo a um determinado regime motor;
a criação da base energética para o progresso da maestria esportiva.
           
             No voleibol, algumas considerações devem ser descritas sobre a preparação do atleta. Brislin (1997), subdivide o treinamento físico para o Voleibol de acordo com as seguintes fases:

* hipertrofia;

* força;

* potência;

* máximo rendimento;

* fase de recuperação ativa.

             Segundo o autor, a fase de hipertrofia está geralmente associada à fase de prétemporada. É a fase do treinamento que o objetivo está voltado para adaptações anatômicas nos músculos, no sistema nervoso e nos tecidos associados. Este período desenvolve a base para os altos níveis de treinamentos em períodos posteriores. A maioria dos exercícios nesta fase correspondem a um treinamento de força geral utilizando-se um trabalho com pesos. A segunda fase (força), compreende o período onde o volume de repetições é reduzido e a intensidade de cargas é significativamente aumentada. Exercícios complexos são adicionados, utilizando-se um trabalho com uma velocidade aumentada com um peso (carga) também elevado; o ganho de massa muscular obtido na fase anterior é utilizado para um incremento na produção de força nesta fase. Na fase de potência, o intuito é converter a força adquirida na fase anterior para os movimentos específicos do voleibol; durante este período é utilizado em larga escala o método de treinamento com exercícios de força especial. Durante a fase de máximos rendimentos, o treinamento enfoca principalmente a maximização da potência, força e ganhos metabólicos obtidos nas fases anteriores; exercícios específicos são os fatores primários e fundamentais do treinamento. A fase de manutenção encerra a temporada de preparação; este período visa preservar a potência e a força desenvolvida durante todo o processo de preparação. A fase de recuperação ativa deve evitar atividades específicas do voleibol e enfatizar cargas de treinamento geral, com intensidades reduzidas. Moura (1988), afirma que a utilização do contra-movimento em tarefas motoras tem resultado em melhor desempenho do que uma mesma tarefa não precedida desse meio auxiliar. O autor ainda destaca algumas particularidades do método que devem ser observadas:

·         Movimentos curtos e balísticos beneficiam-se particularmente do ciclo excêntrico-concêntrico do músculo esquelético ativo;

·         As alturas de plataforma que parecem possibilitar o maior salto vertical subseqüente ao salto em profundidade situa-se entre 38 e 48 cm para a mulher e 40 a 66 cm para homens;

·         Desconforto ósteo-articular e muscular pode acompanhar o treinamento pliométrico. A fim de evitar isso, é importante que os indivíduos adquiram um bom nível de força previamente;

·         O treinamento pliométrico deve ser introduzido gradualmente no processo global de treinamento, visando objetivos a médio e longo prazo;

·         O número de séries e repetições deve ser limitado. É mais interessante executar relativamente poucos saltos máximos do que um grande número de esforços sub-máximos;

·         Para garantir uma boa adaptação ao treinamento é importante assegurar intervalos adequados de recuperação entre as repetições e as séries.

 

            Platonov (1994), destaca que a estrutura geral de preparação a longo prazo depende dos seguintes fatores:

·         a estrutura da atividade competitiva do desporto e o grau de preparação do atleta que potencialmente poderá garantir resultados elevados;

·         uma formação de um desenvolvimento sistematizado e regular dos diversos componentes da maestria desportiva e uma constante evolução do processo de adaptação do sistema funcional, são fundamentais para o desporto em questão;

·         a característica individual do atleta e o ritmo da maturação biológica, estão relacionados pôr vários aspectos ao ritmo do desenvolvimento da maestria desportiva;

·         a idade de início da atividade desportiva e aquela em que o atleta desempenha um nível de especialização aumentado;

·         o conteúdo do processo de treinamento, a organização dos meios e métodos, a dinâmica das cargas, a construção das diversas estruturas organizacionais do processo de treinamento.

              Tschiene (1990), afirma que as estruturas do processo de preparação deveriam envolver os seguintes aspectos:

·         as teorias da ação humana e as leis da atividade dos mecanismos reguladores;

·         a adaptação biológica às cargas desportivas de diversos tipos, nas distintas etapas de desenvolvimento dos sistemas;

·         a formação de um sistema de preparação desportiva; a construção de seus modelos cronológicos e de conteúdo, de modelos de direção e controle das medidas de treinamento de parâmetros permanentes;

·         uma metodologia de treinamento no âmbito juvenil que se baseie nas leis da ação concebida como uma totalidade.

              O autor ainda destaca que a estruturação de um processo eficaz nesta faixa etária deve garantir, a um grande prazo, o contínuo incremento do rendimento, tendo em conta os níveis de resultados que se alcançarão no futuro.

              Vitasalo (1991), ressalta que a altura de salto vertical é uma das características básicas do rendimento físico treinada pelo atleta de voleibol. O autor ainda coloca que o teste "Sargent Jump" e suas modificações têm sido amplamente desenvolvidos com o objetivo de se avaliar níveis de força rápida em atletas de voleibol por determinarem a produção de força explosiva dos músculos extensores dos membros inferiores e tronco, coordenação do balanço de movimentos dos membros superiores e a habilidade para alcançar. Uma produção de força explosiva da musculatura da parte superior do corpo é necessária especialmente para o ataque no voleibol. Ercolessi (1992), destaca que o voleibol é um desporto de potência (força explosiva) sendo formado pelos componentes força e velocidade associadas; destaca ainda que o salto - componente fundamental nesta modalidade – é uma perfeita exemplificação do trabalho de potência muscular. Em um estudo com atletas de voleibol feminino, Hakkinen (1993), desenvolveu um programa de treinamento visando duas fases competitivas; para a primeira fase, o treinamento pré-competitivo constou de exercícios com pesos, bem como durante a fase competitiva, apesar do volume reduzido; para a segunda fase competitiva, o volume de preparação com pesos foi reduzido totalmente. Os resultados demonstraram que o treinamentos de força e de força explosiva utilizada para a primeira fase competitiva contribuíram para um significativo aumento na produção de força explosiva; enquanto que na segunda fase competitiva foi observado um decréscimo significativo para a força máxima, bem como para a produção de força explosiva. Em um estudo desenvolvido com atletas de voleibol (feminino e masculino) por Hewett et al. (1996), através de um programa de treinamento pliométrico, com a utilização de um programa de exercícios com pesos, demonstraram aumentos significativos nos níveis de salto, bem como uma eficiência aumentada na fase de amortecimento dos saltos.

Os resultados de um estudo realizado por Newton, Kraemer e Hakkinen (1998), demonstraram que um programa de 8 semanas de treinamento balístico (reativo) com sobrecarga é eficiente para a evolução dos níveis de salto e altura de alcance em atletas de elite de voleibol. Destaca ainda que esses ganhos no rendimento estão associados com aumentos nos níveis de força máxima, velocidade e nível de força durante os saltos. Bompa (2000), afirma que o treinamento com pesos para crianças e jovens proporcionam um baixo risco de lesões, e, pelo contrário, ajudam a prevenir problemas futuros neste sentido. O autor ainda afirma que, os atletas situados na faixa etária entre 15 e 18 anos possuem uma alta capacidade de tolerância aos treinamentos e competições; os atletas nesta faixa etária que participaram de um processo de preparação a longo prazo desde uma fase anterior a esta, devem iniciar um trabalho de alta especialização e intensificação dos treinamentos.

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