Vôlei Futuro e Rio dão início a duelo pela primeira final

Dos dois lados, o mesmo objetivo. Novatos no grupo de potências das quadras brasileiras, Vôlei Futuro e Rio de Janeiro ainda não sabem o gosto de uma final de Superliga. Os paulistas até chegaram perto, no ano passado, mas ficaram pelo caminho. Já os cariocas, em sua primeira temporada, enfrentam uma estreia a cada fase. Nada que diminua o apetite de ir ainda mais longe. Nesta terça-feira, as duas equipes abrem a série semifinal e vão medir forças a partir de 18h45m, no ginásio Plácido Rocha, em Araçatuba. O SporTV transmite a partida ao vivo.

O Vôlei Futuro terminou a primeira fase na terceira colocação. Nas quartas de finais, passou pelo Campinas e garantiu sua segunda semifinal seguida na Superliga. Derrotado pelo Cruzeiro na temporada passada, o time paulista tenta provar que pode chegar à primeira decisão de sua história. Protagonista de uma polêmica em 2011, ao ser alvo de insultos homofóbicos pela torcida rival, Michael diz que a equipe tem trabalhado para isso antes mesmo da competição. O central, no entanto, afirma que o Vôlei Futuro precisa mostrar isso em quadra.

- Para falar que podemos ir à final, temos de comprovar em quadra. Posso falar que temos trabalhado para isso. Não só na Superliga. No ano passado, terminamos em terceiro lugar. Agora, para irmos à final, temos de mostrar que podemos em quadra. Nós merecemos porque trabalhamos, assim como as outras equipes. Temos de jogar e provar que podemos. Até para nós mesmos – disse, em entrevista por telefone.

Lucão também fez parte da melhor campanha da história do Vôlei Futuro, no ano passado. Nesta terça, porém, o meio de rede estará do outro lado da quadra. Contratado para ser uma das estrelas do Rio de Janeiro, o jogador cresceu com o mesmo ritmo da equipe na competição. Depois de um início complicado, a equipe carioca se classificou em sétimo lugar e mostrou força nas quartas de final ao eliminar o Sesi, que defendia o título da última temporada. De volta a Araçatuba, Lucão diz esperar um jogo complicado contra a ex-equipe.

- É legal voltar. Eu me identifiquei muito com a cidade, minha passagem por aqui foi muito legal. Mas enfrentar o Vôlei Futuro aqui não é bacana. É uma torcida que apoia o tempo todo, provoca os adversários. É chato de se jogar. Eles têm uma equipe de muita qualidade, é um time que está muito bem. Mas tivemos uma boa semana de treinos, depois de uma série desgastante nas quartas de final. Vamos tentar buscar uma vitória logo, mas sabemos que será difícil.

Lucão afirma não temer nenhum problema com a torcida do Vôlei Futuro em sua volta à cidade. Pelo contrário.

- Estamos em um hotel um pouco isolado, então não andamos muito nas ruas ainda. Mas encontrei alguns torcedores no ginásio, os mesmos que sempre vinham no ano passado. Todos me cumprimentaram, é sempre bom ter o carinho da galera. Alguns até pediram para eu voltar. No último jogo (na fase de classificação), foi bacana, fiquei conversando com eles por um tempo depois.

Michael é só elogios para o ex-companheiro. O jogador do Vôlei Futuro lembrou da importância de Lucão na campanha da equipe na última temporada, mas disse que a amizade com o agora rival vai se limitar a antes e depois do jogo.

- É sempre difícil enfrentar o Lucão. Ficou a amizade de quando ele jogou aqui. Mas, nesse momento, não tem amizade. Ele vai defender o Rio de Janeiro, e nós vamos defender o Vôlei Futuro. Quando acabar o jogo, tudo bem. É uma partida muito importante para os dois lados.

Para chegar à final, Lucão diz que o Rio deve continuar apostando na força coletiva da equipe. Apesar de uma campanha inferior às dos rivais desta terça, o jogador diz que não há favorito no duelo da semifinal.

- Nossa equipe cresceu na Superliga quando o coletivo começou a funcionar. Não temos um diferencial apenas. Nosso diferencial é a equipe. Nós brincamos que, a cada fase, é mais uma final. Então, temos de pensar assim sempre. Vai ser muito difícil. O Vôlei Futuro foi o time mais constante da primeira fase. Vai ser um jogo muito disputado, sem favorito. Vão ser dois ou três jogos muito difíceis. Mas vamos fazer de tudo para ir à final.

Do outro lado, Michael aposta na força da torcida e na vantagem de poder jogar duas partidas em casa para poder dar um passo além do que foi dado no ano passado.

- Nós estamos concentrados, vai ser um jogo muito difícil. Tivemos um período grande para treinar e ganhar confiança para a partida. A torcida vai pressionar. Não é uma garantia de vitória, mas é um fator importante. Brigamos durante toda a classificação para ficarmos numa posição que nos desse uma vantagem relativa. É muito importante jogar aqui. Estamos trabalhando duro para irmos à final.