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Giba diz que a despedida da seleção não foi como esperava

vôlei giba bruninho wallace sidão brasil rússia Londres 2012 (Foto: Agência Reuters)

Na foto que vai ilustrar a última página do álbum cheio de imagens de sua carreira na seleção, Giba esperava se ver chorando, sim, mas com uma medalha de ouro no peito. A lembrança da partida que marcou o fim do ciclo de 20 anos de bons serviços prestados com a camisa do Brasil vai ser prateada e um pouco amarga. O título escapou de uma forma que nem eles sabem explicar. De uma hora para outra, o que era alegria virou tristeza.

- Não foi da forma que esperava. Quando botei a cabeça no travesseiro ontem à noite, sonhava com esse momento. É difícil colocar na balança. Perder é sempre uma droga. Agora, é levantar a cabeça. Três Olimpíadas, três medalhas, três finais olímpicas. A geração de prata é lembrada como a "Geração de Prata". Nós somos ouro, prata e prata. Tenho muito orgulho disso - disse.

No roteiro da despedida, Bernardinho deixou o jogo estar sob controle para chamar seu capitão à quadra. Até então, Giba assistia do banco ao passeio dos companheiros com sorriso no rosto e doido para dar sua contribuição. Tirou o casaco, foi chamado pelo técnico e entrou para sacar quando o placar marcava 21/18 para o Brasil, quase no fim do terceiro set. Teve seu nome gritado pela arquibancada.

Só que o pontinho esperado não veio, a vitória não veio, e a Rússia respirou. O capitão voltou no set seguinte, mas não teve muito como ajudar. Os adversários cresceram e tomaram as rédeas da partida. Não houve força nem tempo para mais nada.

- É outro pique. Já estive lá dentro, sei que é difícil entrar no meio do jogo. Fiz meu melhor. Tentei fazer o máximo para ajudar a ganhar, mas não foi suficiente. Minha grande medalha de diamante no vôlei são meus filhos, minha esposa. E mais ainda é ter orgulho de saber que ajudei muita gente. Gente que saiu do coma, gente com leucemia, ajudei as pessoas a acreditar no sonho de viver.

Em meio às lágrimas, Giba parecia lembrar de todo esforço que tinha feito para estar ali mais uma vez e ainda consolava Bruninho. No último ano, uma fratura na tíbia esquerda deu trabalho. Aos 35 anos, ele decidiu passar pela primeira cirurgia da carreira para poder se despedir em Londres. Em fevereiro colocou uma placa de titânio e mirou-se no exemplo de Nalbert, que antes de Atenas-2004 teve de operar o ombro e voltou antes do prazo previsto. Queria, como ele, terminar com um ouro. O segundo em sua galeria. Não deu.

Queria também corrigir o rumo. E isso Giba conseguiu. Refez contato com Ricardinho, o amigo de longa data, de quem ficou afastado durante cinco anos. Agora, o ponteiro tenta se acostumar com a ideia de virar um espectador da seleção que defendeu com tanto amor. Nos próximos dois anos vai morar na Argentina, onde defenderá o Drean Bolívar.

- Tenho mais dois anos de contrato. A escola das crianças já foi mudada para lá. Tenho vários patrocinadores, muitas coisas para fazer no Brasil e tenho que cumprir. Vou cumprir o primeiro ano de contrato na Argentina e depois, com a minha esposa, decidir o que fazer. Comecei a fazer vários cursos de manager esportivo. É o que gosto. Tem gente que fala que eu daria um bom técnico. Até poderia, mas não tenho vontade. Minha vontade é passar minha experiência dentro de quadra e fazer com que as coisas melhorem ainda mais.

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