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Velocidade e rendimento na iniciação do Voleibol


Entende-se por velocidade "a capacidade, em razão da mobilidade do sistema neuromuscular e do potencial da musculatura para o desenvolvimento da força de executar ações motoras em curtos intervalos, a partir de aptidões disponíveis do condicionamento" (FREY, 1977 apud WEINECK 1999).

No esporte voleibol, NIKITUNSKIN et alli (1994) delimita esse conceito, ressaltando que velocidade é a capacidade do atleta de avaliar rapidamente a situação, tomar a decisão adequada, deslocar-se para a zona onde se desenvolve a jogada e, por fim, executar ações técnicas e táticas rápidas, quer na defesa quer no ataque.

A velocidade no esporte manifesta-se de diferentes formas, e é classificada em dois grupos:

Velocidade pura: dependentes do SNC e fatores genéticos, só pode ser treinada minimamente, e ocorre, nos esportes apenas em desempenhos altamente curtos e explosivos ou com resistências externas mínimas. WEINECK (1999) subdividi-as em velocidade de reação, velocidade de freqüência de movimentos e velocidade ação. "As velocidades puras podem ser sensivelmente melhoradas, especialmente através do treinamento na idade pré-escolar até a pré-adolescência." (WEINECK, 1999: 382).

Velocidades complexas: É dependente de outras capacidades funcionais como força e resistência, podemos dizer que ela encontra-se na região limítrofe entre a velocidade e a resistência ou a força. Segundo WEINECK (1999) a velocidade complexa compreende a resistência de força rápida, velocidade de força e resistência de velocidade máxima. "As possibilidades de desenvolvê-las por treinamento são muito menos restritas do que o desenvolvimento das formas puras de velocidade." (WERCHOSHANSKJI, 1998 apud ELLIOTT et alli 2000).

"No voleibol destaca-se três tipos principais de velocidade: a velocidade de reação, velocidade de resistência e velocidade de deslocamento" NASCIMENTO, 2000: 91).

A primeira é fundamental e necessária para o atleta poder avaliar rapidamente a situação e fazer uma opção adequada realizando-a antes do adversário. A velocidade de resistência ocorre na execução de alguns movimentos referentes à técnica do voleibol. A última, velocidade de deslocamento, é constituída por movimentos rápidos executados em toda área da quadra, concentrados na bola, com ações técnicas e táticas.

A velocidade é uma capacidade física muito importante para o praticante de voleibol, à vista que, os fundamentos necessários fazem surgir as manifestações da velocidade, que não se limitam apenas nos deslocamentos e saídas de velocidade, abrangendo também o mecanismo cognitivo de reconhecimento dos procedimentos possíveis de execução mais adequada, à situação na qual o jogador se encontra. A velocidade no voleibol é uma capacidade múltipla, não depende somente de agir e reagir rápido, mas principalmente o reconhecimento e a utilização rápida de certa situação.

"A velocidade é um fator de desempenho físico, que sofre perdas visíveis com a idade, portanto quanto mais cedo ela for trabalhada, melhor será sua eficiência".(WEINECK, 1999: 382). ISRAEL (1977) apud WEINECK (1999), enfatiza um pouco mais essa questão, admitindo a possibilidade de que o perfil definitivo das bases fisiológicas da velocidade seja estabelecido muito cedo. O que não foi desenvolvido em tempo útil não pode ser recuperado depois. Essas constatações destacam a importância de sua instrução tão precoce quando possível desse fator físico da performance. ZAKHAROV(1992), complementa a posição dos autores citados acima, ressaltando que um adulto não treinado pode, por intermédio de um treinamento apropriado, melhorar seu desempenho de 15 a 20%, destaca também que outros casos são exceções e que as diferenças na distribuição das fibras musculares e no modelo de inervação são geneticamente fixados e o treinamento pode apenas modificar o volume (por aumento da seção transversal) ou a capacidade de coordenação, mas não a distribuição percentual das fibras. Podemos observar que as posturas acima tomam um mesmo sentido, e que o último autor acredita na melhora de uma porcentagem do desempenho a partir do treinamento.

A célula muscular apresenta vários tipos de fibras, entre elas encontramos as FT fibra e a ST fibra. A primeira é a fibra branca , mais grossa e mais veloz. Este tipo de fibra é exigido no trabalho muscular intenso e forçado. A fibra ST vermelhas são lentas, e exigidas no trabalho muscular com pouca intensidade. A disposição e a porcentagem das diferentes fibras musculares, como já foi ressaltado, são fixadas geneticamente. Portanto quanto menos fibras FT tem um atleta, mais longo será o preparo físico para um esporte que exija trabalho muscular forçado. Segundo MCARDLE et alli (1998) é interessante notar que as crianças, em comparação com os adultos, apresentam um percentual maior de fibras "intermediárias". O percentual dessas fibras em meninos é maior do que nas meninas e em adultos esse percentual é muito pequeno. Destaca ainda que crianças precocemente treinadas em velocidade apresentam um aumento das fibras FT, pois as fibras intermediárias transformam-se em fibras FT, atingindo um potencial para velocidade melhor do que o herdado geneticamente.

"Numa perspectiva motora, é importante fornecer à criança estímulos suficientes para o desenvolvimento de suas estruturas em rede e também para a formação plástica de suas áreas cerebrais, que são de grande importância para o seu potencial funcional posterior." (PICKENHAIN, 1979 apud WEINECK, 1986). Se faltarem esse estímulos ou não forem fornecidas em quantidade suficiente , a infra-estrutura das estruturas cerebrais atingidas será menos elaborada, resultando numa menor maturação funcional. De qualquer maneira é importante que se treine a velocidade, de acordo com o período adequado e antes do completo desenvolvimento do sistema nervoso central, que se dá por volta da primeira adolescência, a fim de tentar ampliar o espaço geneticamente destinado ao indivíduo.

O referido estudo é relevante para os profissionais de Educação física, principalmente para os iniciantes, para perceberem as particularidades da estimulação precoce da valência velocidade para as crianças, pois como ressalta CLAPARÉDE (1937) apud WEINECK (1986), crianças não são adultos em miniatura, nem suas atividades esportivas um treinamento para adultos reduzidos. Ao contrário do adulto, as crianças encontram-se ainda em crescimento e, por isso, submetidos a um grande número de modificações e de particularidade de desenvolvimento que determinam conseqüências correspondentes para o "treinamento" destes.

Retirado daqui


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