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Pavan segue 'vida dupla' por sonho olímpico


vôlei de praia Sarah Pavan (Foto: Divulgação / FIVB)
No celular, o número de Bernardinho no visor deixou Sarah Pavan nervosa. Após ser campeã da Superliga sob o comando do treinador, a canadense havia decidido apostar suas fichas no vôlei de praia para manter vivo o sonho olímpico, distante de se realizar na quadra. Em vez da reprovação, como imaginava, ouviu palavras de apoio e incentivo. Um alívio não só pelo rumo que a conversa tomou, mas pela certeza de que o aval de alguém com o currículo do brasileiro significava que ela havia escolhido o caminho correto.
No Rio de Janeiro desde o ano passado, a oposto renovou contato com a equipe da cidade por mais uma temporada. Mas a alternância entre o indoor e a areia não deve persistir por muito tempo. Só o suficiente para que a jogadora tenha certeza de que a opção pela praia pode de fato render os frutos esperados. Até ser chamada pela comissão técnica do Rio, seguirá atuando ao lado de Heather Bansley em busca de resultados mais expressivos e tem como seu primeiro grande desafio nas praias o Campeonato Mundial, que começou nesta segunda-feira, na Polônia. Na estreia, a dupla conseguiu uma vitória expressiva, de virada, sobre as russas Ukolova e Khomyakova, com parciais de 18/21, 21/14 e 15/10.
- Sou uma jogadora de vôlei de quadra, amo isso, e é meu trabalho. Quero manter o indoor porque é o meu primeiro esporte, mas é muito difícil para o Canadá chegar às Olimpíadas ali. Ir para aos Jogos sempre foi meu sonho, e sempre soube que, se tivesse uma chance de alcançar, seria através da praia. Eu preciso tentar todas as opções que tenho. Quando o Bernardinho me ligou e perguntou se eu ia mudar, fiquei meio nervosa. Mas aí ele falou que era uma grande ideia, que me ajudaria a manter a forma, no bloqueio e também com habilidades que preciso desenvolver na quadra. Ele ficou muito feliz, e eu, aliviada.
vôlei superliga Sarah Pavan rio de janeiro x rio do sul (Foto: Luiz Doro / Adoro)
A classificação olímpica para a quadra se dá de quatro formas diferentes. O país sede garante está sempre automaticamente pré-qualificado, enquanto a Copa do Mundo dá vaga a outras três seleções, e os cinco torneios classificatórios continentais classificam seus campeões. As três vagas restantes são decididas em uma espécie de repescagem mundial. Apenas o 22º colocado no ranking feminino da FIVB, o Canadá enfrenta a concorrência de seleções mais tradicionais nas eliminatórias da Norceca (entidade responsável pelos times das Américas Central, do Norte e Caribe), como Estados Unidos, Cuba e República Dominicana.
Na prai,a o caminho de Pavan é teoricamente "mais fácil" porque cada país tem um limite máximo de duas duplas inscritas na competição, e seleções como Brasil e Estados Unidos, que frequentemente possuem várias duplas bem colocadas no ranking, veem times de posições mais baixas garantirem as 16 vagas disponíveis neste caminho - há ainda a Continental Cup e a World Cup Final como vias de obter a classificação.
vôlei de praia Sarah Pavan Roma (Foto: Divulgação / Fivb)
Como ainda faltam três anos para os Jogos do Rio, em 2016, Pavan tenta focar apenas no aprendizado dos fundamentos da nova modalidade. Está retomando a prática do passe, que praticamente nunca usa por atuar como oposto, e aprendendo a fazer o reco (recuo da bloqueadora, que deixa a rede e remonta o posicionamento defensivo). Tem sofrido para se adaptar, e o melhor resultado que obteve até o momento foi o nono lugar no Grand Slam de Corrientes, na Argentina, em sua estreia. Sem desanimar, a atleta se inspira na líder do ranking para usar bem seu 1,96m para evoluir o mais breve possível.
- No indoor eu jogo na posição 2 (oposto),  então nunca recebo. Fazia muito tempo que eu não treinava passe e está sendo difícil. O reco é muito difícil e eu nunca havia feito antes. É uma habilidade tão diferente, tão particular, que não estou bem ainda. mas quero muito melhorar. Os brasileiros têm os melhores treinos no indoor e também têm uma reputação muito boa na praia. E por isso vejo muitos jogos das brasileiras para aprender. Gosto de ver a Talita porque é ótima bloqueadora e também muito boa no reco. Definitivamente tenho que aprender isso - disse a canadense, rindo.
Ao lado de Heather Bansley, ela venceu as australianas Mariafe Artacho e Jessyka Ngauamo por 2 a 1 (21/12, 17/21 e 15/7), nesta quarta e se classificou para a segunda fase da competição.



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