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Biomecânica da locomoção do voleibol


    O voleibol é uma modalidade que exige da velocidade de deslocamento (OUELLET, 1985; TEIXEIRA e GOMES, 1998; THISSEN-MILDER e MAYHEW, 1991), executado pela corrida, por um período curto entre 5 a 12 segundos, com maior solicitação do metabolismo creatinofosfato (FIGUEIRA JÚNIOR, 2002; HESPANHOL e ARRUDA, 2000; IGLESIAS, 1994; NUNES et al., 2000; OLIVEIRA, 1997; PALAO et al., 2001; PINTO e GOMES, 1993; STANGANELLI, 1992).

    Em um dos fundamentos do voleibol, o saque em suspensão (o Viagem ao Fundo do Mar), pode ocorrer uma lenta caminhada, denominada de passada. O ciclo da caminhada (WEINECK, 1990) ou da corrida (HAY, 1981; WIRHED, 1986) é dividido em impulsão, oscilação e apoio. A fase de impulsão o jogador impulsiona com os pés contra o solo e a seguir inicia a fase de oscilação (HAY, 1981; WEINECK, 1990; WIRHED, 1986). Com ajuda da impulsão, um dos membros inferiores se movimenta para frente ocasionando a saída dos pés do solo na fase de oscilação (HAY, 1981; WEINECK, 1990; WIRHED, 1986). Após a oscilação, o voleibolista realiza o contato do pé no solo (fase de apoio) e termina esta fase quando a perna de apoio passa pela vertical (HAY, 1981; WEINECK, 1990; WIRHED, 1986). E inicia um novo ciclo.

    Quando o atleta faz flexão do quadril e do joelho na caminhada (WEINECK, 1990) ou na corrida, na fase de oscilação e de apoio acontece ação muscular excêntrica (KOMI, 1992), ação isométrica por um tempo curto (ÁVILA et al., 2002) na etapa de apoio, e passando para a contração concêntrica (KOMI, 1992) na fase de impulsão, com ação articular de extensão do quadril e do joelho (WEINECK, 1990).

    A força de reação vertical do solo na caminhada, é cerca de 120% da massa corporal total (peso) na fase de apoio e na etapa de impulsão, sendo necessário um calçado apropriado para amortecer o impacto (MESSIER, 1994). A fase de oscilação na caminhada é dividida em aceleração e desaceleração, acontecendo quando os pés estão fora do solo (ARAÚJO, 2000).

    Na corrida, a força de reação vertical do solo é aproximadamente de 2 a 3 vezes a massa corporal total na fase de apoio (MESSIER, 1994). A etapa de impulsão da corrida, o pico de força do solo é maior do que da fase de apoio, sendo recomendado um bom tênis para a prática desportiva (MESSIER, 1994). MESSIER (1994) depõe:

Um aumento na velocidade da corrida causa também efeitos na magnitude da força de reação do solo. Resultados têm demonstrado, quando a velocidade da corrida aumenta de 8 min/milha para 6 min/milha, o pico da força vertical aumenta de aproximadamente 2 para 3 a massa corporal total (p. 26).

    A corrida horizontal da cortada contribui em 36,05% no salto do ataque (WILKERSON, 1985). Geralmente ocorre com o terceiro toque na bola (SHALMANOV, 1998) podendo ser na rede ou na linha dos 3 metros. A corrida de aproximação é realizada por no máximo quatro passadas, sendo a última mais longa para o atleta se localizar próximo da rede (CARNAVAL, 2000) ou perto do local ideal para saltar dos 3 metros e efetuar o ataque. A velocidade da corrida horizontal da cortada fica entre 0,3 a 4,4 metros por segundo (m/s) (LACONI et al., 1998). O saque Viagem possui características parecidas com a cortada, no número de passadas e na movimentação, ou seja, é uma cortada praticada na zona de saque. A velocidade das passadas é de 2,76±0,35 m/s, no estudo de COLEMAN (1997).

    As bolas próximas do voleibolista do bloqueio é mais indicado o uso da passada lateral (BORSARI, 1996) porque BUEKERS (1991) explica que o atleta está de frente para a rede e sua ação é rápida, cerca de 2,01± 86 m/s. Na revisão de VINT (1992), a duração dessa passada é de 1,28 m/s. Bolas afastadas do jogador, BUEKERS (1991) indica a corrida de aproximação porque é a passada mais rápida para o atleta chegar na bola, com o tempo de 1,89±13 m/s.

    HAY (1981) informa que podemos determinar a velocidade de deslocamento do atleta através do comprimento da passada (CP) (a distância de cada passada) e da freqüência da passada (FP) (a quantidade de passadas praticadas num determinado tempo). Podemos estabelecer a velocidade da caminhada ou da corrida do voleibolista pela conta indicada por HAY (1981):

Velocidade = CP x FP = ? metros por segundo (m/s)

    Um voleibolista possui uma passada de 1,95 metros (m) e pratica 2 passadas por segundo (s) quando ataca na rede. Qual é sua velocidade ?

V = ?        V = 1,95 x 2 = 3,9 m/s
CP = 1,95 m
FP = 2 s

    A distância é um comprimento entre duas coisas (HALL, 1993), como da linha final da quadra de voleibol na areia para duplas até a rede. HAY e REID (1985) ensinam que o início e o fim de um percurso é chamado de deslocamento (d), por exemplo, o atleta que corre da zona de saque após o serviço para fazer o bloqueio na rede. A duração que o desportista leva para percorrer uma determinada distância é o tempo (t) gasto (HALL, 1993), ou seja, o tempo de deslocamento do voleibolista do local de saque até a rede. Para sabermos a velocidade média (Vm) de um atleta, basta realizarmos o seguinte cálculo (HALL, 1993; HAY e REID, 1985; RASCH e COLABORADORES, 1991):

Vm = deslocamento : tempo gasto = ?

    Sabemos que o voleibolista do jogo de duplas após o saque, desloca por 8 m até a rede, para efetuar o bloqueio. O seu tempo gasto é de 5 segundos até a rede. Qual é a velocidade média do jogador?

Vm = ?         Vm = 8 : 5 = 1,6 m/s
d = 8 m
t = 5 s

    Agora, se quisermos identificar a rapidez média (Rm), necessitamos de dividir a distância percorrida (d) pelo tempo transcorrido (t) no percurso (HALL, 1993; HAY e REID, 1985; RASCH e COLABORADORES, 1991). O atleta de voleibol na areia para chegar a rede percorreu 10 m, embora a quadra tenha 8 m de comprimento, com um tempo de 5 segundos. Sabendo estes valores, aplica-se na conta de Rm.

Rm = ?          Rm = distância : tempo gasto
d = 10 m
t = 5 s          Rm = 10 : 5 = 2 m/s

    Para sabermos o tempo gasto (T) numa corrida ou caminhada, GUIDA (1984) indica o seguinte cálculo:

T = distância percorrida : velocidade média

    O atleta de voleibol percorreu 10 m para chegar a rede e sua velocidade média foi de 2 segundos, logo o resultado é:

T = 10 : 2 = 5 m/s

    A aceleração (a) é a mudança da velocidade num determinado intervalo de tempo, representada pela conta (HALL, 1993):

a = velocidade em um momento (v2) - velocidade no momento seguinte (v1)
tempo transcorrido

    A velocidade para o jogador de voleibol fazer um ataque fica em torno de 20 a 30 segundos (PALAO et al., 2001). Sabemos que pela manhã, a corrida de aproximação na cortada de um dos atletas de ponta é de 3 m/s. BOMPA (2002) afirma que atletas com mais de 25 anos precisam de um descanso mais demorado após a sessão. O jogador de ponta tem 30 anos, e após o treino, se desloca para o trabalho de vendedor de loja. Passa boa parte do dia em pé, não fazendo uma adequada recuperação após o esforço físico. À noite ele volta a treinar, e sua corrida de aproximação na cortada torna-se mais lenta, de 5 m/s em 10 segundos. Considerando-se a velocidade em um momento (v1) é igual a 3 m/s, a velocidade no momento seguinte (v2) é igual a 5 m/s e o tempo transcorrido foi de 10 s, podemos saber a aceleração:

a = ?          a = 5 - 3 / 10 = 2 m/s²
v1 = 3 m/s
v2 = 5 m/s
t = 10 s

    HAY e REID (1985) explicam sobre a unidade de medida da aceleração:

Pelo fato de que a unidade de tempo tem que ser considerada duas vezes, uma vez como parte da unidade composta usada para descrever a troca na velocidade e outra vez como a unidade para descrever o espaço de tempo envolvido (p. 73).

    O resultado do cálculo da aceleração é falado em 2 metros por segundo quadrado, indicando que a velocidade aumenta em 2 metros a cada segundo (RASCH e COLABORADORES, 1991).

    HAY e REID (1985) informam que a desaceleração ocorre quando o valor expresso em m/s2 for negativo. Quando a aceleração é igual 0, a velocidade é constante (HALL, 1993).

Fonte



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