Não bastasse a péssima fase que a seleção brasileira  masculina enfrenta na Liga Mundial – quatro derrotas em seis partidas –, uma  polêmica lei nacional do Irã que proíbe a entrada de mulheres em ginásios e  estádios vai desfalcar o Brasil nas suas duas próximas partidas na  competição. Importante peça da comissão técnica de Bernardinho, a estatística e  auxiliar Roberta Giglio, a Robertinha, não vai poder estar ao lado da quadra  nos duelos contra o Irã, em Teerã, capital iraniana, na próxima sexta-feira e  no próximo domingo. Ela terá de ficar no Brasil.
Desde 1997   trabalhando com Bernardinho e há 13 anos na seleção brasileira   masculina, Robertinha faz um trabalho  considerado fundamental para um time de alto rendimento no vôlei.   Durante as  partidas, através de um comunicador, ela passa informações atualizadas   constantemente e números primordiais  para que Bernardinho oriente os seus jogadores. A dupla, que também   trabalha em  conjunto no último campeão da Superliga feminina, o Rio de Janeiro, não   para de  lamentar a lei criada em 1979, durante a Revolução Islâmica. Além de   Robertinha, outra mulher fora da viagem, pelo mesmo motivo, é a   assessora de imprensa Clarissa Laurence.
– É algo cultural e temos de respeitar. Mas eu acho que a lei deveria ter  uma exceção por se tratar de uma competição de alto nível no esporte. Quem iria  arriscar? Pode acontecer alguma hostilidade de torcedores, que nós não temos  como prever – afirmou Robertinha, que costuma sentar logo atrás das quadras 
Será a primeira vez que Robertinha não vai estar no ginásio em um jogo da seleção masculina desde que começou o seu trabalho. Ciente da importância da sua função, que também inclui a análise tática do Brasil e do seu rival, a profissional não esconde a falta que ela fará ao time nesta fase tão delicada.
– Vai ser mais complicada a vida  da seleção. Nós temos um esquema de trabalho online durante a partida e de  comunicação por rádio. Eu passo o material de estatística e fico falando com o  Bernardo o tempo todo. Todas as informações são passadas por mim. Eu sinto  muito, porque nós estamos com a faca no pescoço. Não tem mais muitas opções se  quisermos chegar na fase final da Liga Mundial. Nós precisamos ganhar esses  jogos. Eu nunca fiquei fora de um jogo da seleção brasileira masculina desde  2001 – que diz ser a única mulher a fazer parte de uma comissão técnica dentre  os participantes da Liga Mundial.
Para tentar minimizar a sua ausência  na viagem ao Irã, Roberta vai preparar um vasto relatório para o primeiro jogo,  na sexta-feira. E, para o embate de domingo, ela tentará receber o quanto antes um vídeo, filmado por um  outro auxiliar no Irã, para preparar um material que possa municiar Bernardinho com informações  e estatísticas.
 
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