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Sem clube, Jaqueline lamenta: "Nunca passei por isso na minha vida"


Uma das principais jogadoras de vôlei do Brasil, Jaqueline não se conforma com a situação vivida por ela e por outras estrelas do esporte no país. A ponteira bicampeã olímpica, que não quer jogar no exterior, segue sem opções de clube para atuar em casa. A partir do dia 1° de agosto, a mãe de Arthur disputará mais uma edição do Grand Prix 2014 com a seleção brasileira e, desta vez, terá de se acostumar com o espaço em branco ao lado do seu nome.

- É muito ruim. Você imagina sair a lista das jogadoras e colocarem: "Jaqueline -  sem clube". É horrível isso. Nunca passei por isso na minha vida. Mas, infelizmente, estou passando. A gente sabe que essa é a nossa realidade aqui no Brasil. Infelizmente, a gente não tem ninguém que possa nos ajudar. Então, o negócio é fechar os olhos e deixar as coisas acontecerem. Já estou cansada de ficar reclamando. Estou cansada de ouvir as pessoas falando: "Jaque chorona", ou então "Sheilla chorona", "Thaisa chorona"... A gente cansou. Vai todo mundo embora mesmo e depois todo mundo repensa o que vai fazer – desabafou a ponteira, nesta quarta-feira, após o último treino da seleção no Centro de Desenvolvimento de Saquarema antes da disputa da primeira etapa do Grand Prix, na Itália

Após ficar o último ano todo afastada das quadras para dar à luz o seu primeiro filho, Jaqueline esperava voltar a jogar no Osasco, ou em outro clube brasileiro. Mas uma mudança no sistema do ranking oficial da Superliga feminina alterou os rumos de sua carreira. Até a última temporada, cada time poderia ter até três atletas de pontuação 7, a máxima possível. Porém, na temporada 2014/2015, cada equipe poderá ter somente duas atletas com esta pontuação. As novas regras estreitaram o mercado para algumas estrelas bicampeãs olímpicas, como Jaque, Sheilla e Thaisa.

A saída encontrada por boa parte das jogadoras da seleção foi acertar com clubes internacionais. Com o filho ainda pequeno, de apenas 7 meses, Jaqueline tenta resistir como pode a essa mudança de país. Mas sua transferência para um time de fora parece cada vez mais inevitável.

- O futuro a Deus pertence. Eu recebi muitas propostas fora do Brasil. Fiquei até muito feliz. Mas tenho um filho pequeno, e meu marido está no Sesi-SP. Então, estou repensando algumas coisas. Talvez no fim do ano eu vá para algum canto. Não posso ficar sem jogar – lembrou.

Mais uma vez a experiente ponteira de 30 anos lamentou a situação do vôlei no Brasil. Para Jaqueline, as jogadoras brasileiras são mais valorizadas por forças internacionais do esporte, como Rússia, Itália e Turquia, do que pelo próprio país de origem.

- É engraçado como a gente é valorizado lá fora. Aqui no Brasil a gente não tem essa valorização. Eu fico muito triste com isso. Em vez das equipes abrirem as portas, elas estão fechando.  Eles estão diminuindo a valorização. Então, vai todo mundo embora mesmo. Infelizmente, o campeonato no Brasil pode ficar sem suas grandes estrelas.



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