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Cuba elege jovem de 14 anos como esperança no vôlei


A ausência da seleção feminina de vôlei nas Olimpíadas de Londres, em 2012, fez com que Cuba ligasse um sinal de alerta para a derrocada do país em um dos esportes mais vitoriosos de sua história. Diante da crise na equipe tricampeã olímpica e nas modalidades em geral, decorrente do fim dos investimentos da extinta União Soviética, os cubanos acompanham a evolução de uma promessa que aos 14 anos já tem a missão de lidera a equipe principal: Melissa Vargas. A ponteira é tratada como uma joia e vista com símbolo da retomada aos pódios.

O time que foi ouro nas Olimpíadas de Barcelona, Atlanta e Sydney hoje é formado por atletas entre 14 e 23 anos. Ele é comandado pelo ex-jogador Juan Carlos Garra, responsável por convocar Melissa pela primeira vez, em 2013, quando ela tinha 13 anos. Na época, a ponteira se tornou a mais jovem jogadora a integrar uma seleção adulta.

- Melissa já me conhecia e sabia que eu estava procurando por ela e que queria conhecê-la. No começo, foi difícil para Melissa. Ela era tímida, veio de um lugar meio afastado. Cabe a nós, como treinadores, ensiná-la a se comunicar, a se relacionar. E é difícil para uma menina dessa idade, compartilhar com pessoas mais velhas, que é uma necessidade de Cuba. Melissa será uma Regla Torres, uma Magalys Carvajal, uma Mireya Luis. É a maior aposta de Cuba no vôlei - disse o treinador, citando ex-jogadoras campeãs olímpicas.

Com 1,93m, Melissa nasceu em 16 de outubro de 1999, em Cienfuegos, distante 300km da capital Havana. A jogadora fez seu debute na equipe nacional no Grand Prix, e se destacou na competição, em que enfrentou seleções como Brasil, China e Rússia. Na derrota para as brasileiras, ela anotou dez pontos e junto com Gabi e Fernanda Garay liderou as estatísticas no ataque.

- Se você vir Melissa jogando, notará que seu alto nível está na ofensiva. Ela tem um saque forte, muito potente. É um saque flutuante, com um salto muito técnico. No ataque, é muito rápida nas combinações. Ela se movimenta com muita facilidade. Mas, é dispersa - disse o treinador.

O jeito tímido, denunciado pela falta de concentração em alguns momentos, ajuda a mostrar a inocência de Melissa, que aos 14 anos já carrega consigo a responsabilidade de comandar a retomada do vôlei cubano. Presente na campanha do tricampeonato olímpico, a ex-jogadora Mireya Luis destaca que a revelação precisa ser tratada com carinho, para que não sinta a pressão.

- É a sensação de Cuba. Melissa é a esperança olímpica. É um bebê, imagine ela em uma quadra. Mas é uma sensação, um gosto e um prazer poder ver Melissa jogar. Temos muitos atletas em Cuba que começaram, assim como eu, a jogar cedo na seleção nacional e tivemos muita responsabilidade com pouca idade. Reglita começou com 14 anos, eu com 15, outras, com 16, e foi assim. Espero que tudo aconteça como aconteceu com todas. Para que ela possa chegar às estrelas. Que vá passo a passo para que não se machuque e não se canse psicologicamente - disse a jogadora.

Melissa deu sua primeira entrevista para uma TV internacional ao "SporTV Repórter", mas pouco falou. Quase nada. Mesmo assim revelou seu sonho:

- Ser uma grande jogadora, e jogar nas Olimpíadas - disse a revelação.

A chance de participar dos Jogos pode aparecer daqui a dois anos, no Rio de Janeiro, caso Cuba se classifique. Nesta temporada, ela disputa pela segunda vez o Grand Prix. Apesar de ser o destaque, ela ainda não conseguiu reverter a situação de sua seleção: em três jogos, foram três derrotas.



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