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Ranking para equilibrar vôlei brasileiro só serve para inglês ver


Cruzeiro e Sesi farão a final da Superliga com elencos recheados de estrelas

A ideia é simples: classificar os jogadores com uma pontuação, impedir que os clubes ultrapassem determinado número de pontos e, consequentemente, fazer com que o campeonato seja bem mais equilibrado.

Na prática, porém, a história é bem diferente.

E basta olhar a lista das últimas decisões do vôlei brasileiro para se comprovar isso. O Sada Cruzeiro fará nesta temporada sua quinta final consecutiva de Superliga masculina. E terá pela frente o Sesi, que estará em sua terceira decisão em cinco anos.

No feminino, foram nove finais consecutivas entre Osasco e Rio de Janeiro até que o Sesi conseguisse chegar na decisão na última temporada.

Não precisa muito para se concluir: o ranking de pontos da CBV não cria competitividade nenhuma.

A regra da pontuação até que seria simples. Cada jogador é pontuado de 0 a 7. Cada time pode ter, no máximo, três jogadores de nota 7. E as equipes não podem ultrapassar a pontuação máxima de 40 na soma de todos os seus atletas.

O problema todo é que a regra da pontuação é cheia de exceções. Tentando premiar as equipes mais tradicionais e que revelam mais jogadores, a pontuação acaba fazendo com que seja muito complicado acabar com uma dinastia de um time.

A final masculina entre Cruzeiro e Sesi, por exemplo, será disputada por times que somariam quase 60 pontos não fossem as exceções.

O Cruzeiro tem pontuação 59, mas vê o número cair para 31 nas contas da CBV. O time conta com três jogadores de nível 7. Juntos, porém, os três atingem apenas 2 pontos na somatória da equipe.

Como? Por conta da manutenção do elenco.

Wallace, por exemplo, é indiscutivelmente um dos melhores jogadores do mundo e nota 7 no ranking da CBV. Quando chegou ao Cruzeiro, porém, era nota 2. E carrega essa pontuação até hoje.

Já o levantador William foi repatriado ainda em 2010 e caiu da nota 7 para 0 por conta do incentivo da CBV à contratação de atletas brasileiros que atuam no exterior. Ele também carrega essa pontuação até hoje.

Por fim, o cubano Leal se aproveita ainda da regra antiga da contratação de estrangeiros. Quando foi contratado, há três temporadas, um jogador de fora chegava com pontuação 0. Por isso, segue carregando essa pontuação até agora. Hoje, essa regra até já mudou: todo estrangeiro chega valendo 5 pontos.

O Sesi conta com dois jogadores nota 7, um a menos que o permitido. E conta com uma ajuda para que um deles conte menos: Lucarelli, que valia 5 quando foi contratado.

O time paulista, porém, usa outra exceção da regra para montar sua equipe: o bônus por idade. A partir de 36 anos, cada ano vale um ponto a menos no ranking. Assim, o levantador Marcelinho (40 anos), cai de 5 pontos para 0. E o líbero Serginho (39), sai de 6 pontos para apenas 2.

Assim, é muito mais difícil que um time novo se estabeleça entre os melhores. O Taubaté, por exemplo, até teve dinheiro para atrair três jogadores de nível 7 (Dante, Rapha e Sidão) e ainda mais um de nível 6 (Lipe), mas teve muitas dificuldades para compor o restante do elenco.

A única exceção foi o Minas, que apostou na categoria de base e mesmo assim conseguiu chegar às semifinais - onde acabou atropelado pelo Cruzeiro.

O ranking é constantemente criticado por jogadores. Para esta temporada, por exemplo, Jaqueline chegou a fazer um apelo para que houvesse uma mudança e ela tivesse um time para jogar. Ela ficou um ano sem atuar por conta de uma gravidez e, mesmo assim, se manteve com nota 7 no ranking. A situação chegou a sensibilizar e unir os jogadores em busca da extinção desta pontuação. Nada, porém, foi mudado.

A CBV, inclusive, fez na última quarta-feira uma reunião para começar a definir a pontuação dos jogadores para a próxima temporada. Perguntada sobre as críticas feitas ao sistema, a entidade diz que o modelo é aprovado por todas as equipes, inclusive as menores.

ESPN


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