O palco era perfeito para uma grande festa mineira nesta terça-feira, em Belo Horizonte. O Minas entrou em quadra contra o Rio de Janeiro, pelo quarto jogo da semifinal da Superliga Feminina de Vôlei, com a vantagem na série - 2 a 1 - e um ambiente absolutamente favorável para avançar à final. Ginásio lotado, torcida empolgada e muito barulho e pressão em cima das adversárias. O Rio de Janeiro, por outro lado, veio para Belo Horizonte focado em superar todos os fatores contrários e levar a disputa para o quinto jogo, em casa. Curiosamente, o duelo melhor de cinco só teve vitórias dos times visitantes. E, de novo, o filme se repetiu. Vitória do time de Bernardinho por 3 sets a 1, com parciais de 25/12, 25/18, 27/29 e 25/23. Quinto jogo confirmado: sexta-feira, no Rio de Janeiro. Quem vencer pega o Osasco na final.
A missão do Minas não é nada simples. O Rio de Janeiro é o maior campeão da Superliga – já conquistou a competição 11 vezes, contra duas do time de Belo Horizonte. Além disso, nos últimos 12 anos, esteve em todas as finais, enquanto o adversário jogou a decisão pela última vez na temporada 2003/2004. Bernardinho, o principal técnico de vôlei do país nas últimas décadas, está à frente da equipe carioca desde o início do projeto, há 20 anos. Além do excelente time do Rio, o Minas também enfrenta toda a tradição e o peso da camisa do adversário.
A seu favor, na partida decisiva, o Minas terá o retrospecto fora de casa no confronto. No Rio, fez duas excelentes partidas e venceu ambas. Terá também a excelente fase da oposta americana Hooker e de jogadoras importantes como Rosamaria e Jaqueline. O Rio jogará com a força da torcida e da camisa, além de toda a experiência de Bernardinho e do talento de jogadoras consagradas como Fabi e Gabi.
O jogo
O primeiro set foi absolutamente "fora da curva", principalmente levando em conta o equilíbrio do duelo. O Rio de Janeiro iniciou o jogo abrindo a larga vantagem de 8 a 0. Depois, continuou muito melhor em quadra e abriu 13 a 1. Além do início perfeito do time de Bernardinho, a equipe mandante teve erros bobos, visualmente reflexos do nervosismo, e ficou em condição muito desfavorável na primeira parcial. Com o passar dos pontos, o duelo se equilibrou, mas a vantagem já era irreversível. O Rio administrou o placar e fechou o primeiro set por 25 a 12.
Na segunda parcial, as coisas voltaram ao normal. Apesar de o Rio ter começado melhor, abrindo 9 a 4, o confronto se equilibrou. A vantagem inicial foi administrada com um bloqueio firme e boa recepção do time visitante. O Minas conseguiu alguns pontos importantes - com destaque para Hooker e Rosamaria, novamente com bom aproveitamento -, mas não foi o suficiente para evitar mais um revés, desta vez com o placar mais próximo: 25 a 18.
O terceiro set começou com o Minas melhor. Variando bem as jogadas de ataque e atento na defesa, o time da casa abriu uma pequena vantagem – de no máximo quatro pontos – e administrou até a metade da parcial, quando chegou a ter 12 a 8. Daí pra frente, muito equilíbrio. Gabi muito afiada nos ataques, Hooker inspirada do outro lado. Resultado: igualdade em 24 a 24 e set decidido no detalhe. A igualdade se manteve até o 27 a 27, quando o Minas garantiu dois pontos - o segundo em uma bola fora do Rio - e fechou em 29 a 27.
Equilíbrio foi a palavra chave do quarto e último set. Do início ao fim, Minas e Rio duelaram com um placar muito próximo. Pelo lado do Minas, a central Mara Leão e Rosamaria, de novo, tiveram boa atuação em pontos importantes. O Rio teve Juciely como sempre afiada no ataque e muita inteligência para explorar o bloqueio. Na reta final, abriu três pontos de vantagem: 23 a 19. Se manteve equilbirado e fechou a parcial em 25 a 20, dando números finais ao jogo.
0 Comentários