Campeões olímpicos cogitam seguir mulheres e brigar na Justiça contra ranking

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A guerra entre atletas e Confederação Brasileira de Vôlei parece sem fim. Depois de enviarem uma nota de repúdio à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), as campeãs olímpicas tomaram mais uma ação contra o polêmico ranking da Superliga feminina de vôlei. Não devem ser as únicas. No masculino, o grupo que conquistou o ouro nos Jogos do Rio também cogita buscar seus direitos no tribunal.

Na última sexta-feira, os 10 clubes garantidos na edição 2017/18 e a Comissão de Atletas se reuniram em um hotel de São Paulo para discutir o ranking masculino. Após votação apertada (6 a 5), as regras da atual temporada foram mantidas também entre os homens. A decisão desagradou os jogadores. Capitão da seleção masculina, Bruninho, do Sesi-SP, afirmou que o grupo pode seguir os passos das mulheres e ir à Justiça.

- Nós temos conversado. Conversamos sobre isso no nosso chat. No masculino, foi uma disputa muito maior, foi questão de apenas um voto. Vamos conversar, ver qual a saída, para tentar acabar com isso em algum momento. Porque não tem funcionado. Cogitamos, sim, ir à Justiça. O nosso saiu agora, vamos conversar melhor, ver o que temos a fazer - afirmou, durante o Prêmio Brasil Olímpico.


O ranking foi implementado na temporada 92/93 para equilibrar os times da Superliga. No entanto, os jogadores criticam as regras por limitar as possibilidades de negociações entre os clubes, especialmente para os jogadores de sete pontos. Para Bruninho, o equilíbrio prometido pelo formato não se traduz em realidade dentro de quadra.

- Todos os jogadores são contra, os de seleção, outros também. Temos grupos, temos a Comissão de Atletas, que é contra. Os prejudicados são os atletas, que fazem o espetáculo. É complicado. Temos tentado mostrar que o equilíbrio que o ranking tenta causar não acontece na prática. Não tem mais por que. Talvez tenha tido um motivo em algum momento, mas não tem mais. É isso que temos mostrado a eles, o que tem atrapalhado aos jogadores de sete pontos, que precisam sair dos clubes, como foi o caso do Wallace no ano passado. Já tentamos mostrar isso não só para a CBV, mas também para os clubes. Mas, no fim, cada um pensa no seu. Isso é uma lei do mundo.

Também campeão olímpico, William, do Cruzeiro, concorda com Bruninho. O levantador afirma que ainda não conseguiu uma resposta concreta que explique a decisão dos clubes a favor da manutenção do ranking.

- Infelizmente, essa é uma questão que nós brigamos muito durante esses anos. Nesse ano, foi quando senti mais próximo de uma vitória. Ao meu ver, o ranking impossibilita o trabalhador de exercer a função, nesse caso nós, os atletas. Se um clube tem condições de me contratar e eu tenho sete pontos, sou impedido de trabalhar se ele estiver no limite de jogadores de sete pontos. É uma questão muito complicada. Entra com uma questão trabalhista. Precisamos ver isso. Eu já tentei fazer com que os clubes me explicassem por que é bom para eles. E ninguém conseguiu me convencer.


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