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Tetra incontestável


Vanessa Carvalho/Agência Estado

Eles foram de Santa Catarina a São Paulo carregando o peso de defender o tricampeonato diante de um embalado estreante. Em uma quadra supostamente neutra, depararam-se com uma barulhenta torcida adversária, que tinha vindo de longe para tentar derrubá-los. Mas, depois de 2h37m de partida, são eles que vão poder arrumar as malas com um troféu a mais. Uma taça que os coloca no topo da lista dos maiores vencedores do país. O Florianópolis é, agora, ao lado do Minas, tetracampeão da Superliga masculina. O título veio neste sábado, depois de uma vitória sobre o Montes Claros, no ginásio do Ibirapuera, por 3 sets a 0, parciais de 25/22, 25/20 e 31/29.

Jogadores do Florianópolis se atiram ao chão para comemorar o tetracampeonato da Superliga

No início da temporada, na mineira Montes Claros, a conquista do título da Superliga, por vezes, pareceu depender de um milagre. Mas, para um time que conta com o apoio até do padre da cidade, transformar o sonho em troféu poderia ser apenas uma questão de tempo. Os jogadores tentavam repetir a façanha dos adversários de Santa Catarina, que, em 2005, então estreantes, derrubaram o todo-poderoso Minas. De lá para cá, o Florianópolis foi a todas as finais. Neste sábado, assim como o Minas, tornou-se também o único clube a levar três títulos consecutivos. 

- A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi o trabalho que nós fizemos. Esse título veio coroar tudo o que fizemos durante a temporada - disse Thiago Alves.

O técnico Talmo de Oliveira escondeu o jogo, ou melhor, a escalação do Montes Claros, até quando pôde. Nas arquibancadas, faixas de apoio a Lorena, astro do time mineiro e maior pontuador da competição.

 Em quadra, com Diogo, a equipe marcou o primeiro ponto da partida. Quando Rodriguinho salvou uma bola com o pé e, depois de um longo rali, o Montes Claros abriu 6 a 3 em um bloqueio duplo, a torcida percebeu que o sonho era, sim, possível.

Éder comemora um ponto na final da Superliga

O Florianópolis acordou com Thiago Alves, que, em dois ataques seguidos, botou o time em vantagem pela primeira vez (10 a 9). Lucão sentiu o tornozelo esquerdo e acabou deixando a quadra por alguns minutos. Ainda assim, a equipe conseguiu manter a calma. Do outro lado, Lorena chamava a responsabilidade. 

- Joga em mim – falava ao levantador Rodriguinho.

O placar estava 23 a 19 para o Florianópolis quando Lorena explorou o bloqueio e diminuiu a diferença. Mas, com um ataque na rede, cedeu o set point para os rivais. Talmo de Oliveira reuniu o time, e, na volta, Piá salvou o primeiro set point. Em seguida, um ataque para fora irritou a comissão do Florianópolis, e foi a vez de Marcos Pacheco parar o jogo. Piá, porém, sacou na rede: 25 a 22.

No início do segundo set, Lucão, com um ace, abriu 4 a 0. Lorena marcou o primeiro ponto do Montes Claros, e Bruninho reclamou com o árbitro. Mas o levantador manteve a calma. E, enquanto os mineiros apostavam basicamente em Lorena, o time catarinense mesclava mais as jogadas e convertia praticamente todos os contra-ataques. 

Paciência parecia ser a palavra-chave. Como no momento em que, após 26 segundos de rali, Thiago Alves marcou o 15º ponto e chamou a torcida catarinense, até então discreta, para o jogo. O Montes Claros encostou (15 a 14), e Pacheco tentou, como pôde, acalmar os jogadores.

Lorena tentava manter o time na briga, porém via os rivais se distanciarem no placar. Bob marcou o 24º ponto, mas Diogo salvou (24 a 20). Com o semblante tenso, Bernardinho, pai de Bruninho, assistia a tudo das arquibancadas. E só relaxou um pouco quando Thiago Alves fechou a segunda parcial - 25 a 20.

Bastava um set para o tetracampeonato. Para o time e a cidade de Montes Claros, era a última chance para reagir e sonhar com o inédito título. Lorena, melhor sacador da competição, até então estava zerado no fundamento. O time, assim como ele, pecava nos saques. Éder deu o troco: fez um ace e empatou em 5 a 5. Renato, com um bloqueio em Lorena, deixou o time em vantagem antes do primeiro tempo técnico.

O Montes Claros também deixava a desejar nas bolas de meio. A fervorosa torcida, no entanto, continuava acreditando, e gritava sem parar o nome de Lorena. Piá, com um ace, pôs o time na frente (15 a 14). Diogo, com um ataque na diagonal, abriu dois pontos (18 a 16). Mas eles, sozinhos, não foram suficientes para conseguir parar o Florianópolis. Não conseguiram evitar a festa de Bruninho, Lucão, Thiago Alves & cia.

Lorena salvou um match point, mas, em um erro de saque, deu outro ponto decisivo aos rivais. Para sorte dele, Éder sacou para fora. Renato botou o time de novo em vantagem, e Ezinho salvou. Renato apareceu de novo, e Ezinho, de novo, salvou. Lorena encheu a mão, e seu time teve seu primeiro match point. Bob esfriou a torcida mineira. Num bloqueio de Éder, o Florianópolis recuperou a vantagem. Bob, enfim, marcou o ponto do tetra.

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