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Brasil vence Argentina na estréia das finals da Liga Mundial 2010



Estreia do octacampeão na fase final da Liga Mundial contra uma seleção que perdeu todos os jogos nesta edição do campeonato. A vitória do Brasil seria fácil, correto? Mas não foi. Com falhas na defesa e momentos de desatenção em quadra, a equipe do técnico Bernardinho sofreu para derrotar a Argentina dentro de casa. Sob o olhar atento de 9.200 pessoas no ginásio Orfeo Superdomo, a equipe verde-amarela venceu por 3 sets a 2, parciais de 25/17, 23/25, 25/20, 19/25 e 15/10, mas não conseguiu convencer a minoria de torcedores que atravessou a fronteira para assistir à partida em Córdoba.

Eram cerca de 30 pessoas com a camisa do Brasil no ginásio. Assim que começavam a tentar cantar, eram ofuscadas pela imensa maioria argentina, que exibia bandeiras e cartazes de incentivo à seleção. No entanto, a forte rivalidade entre os países, tão característica no futebol, só chegou a ser sentida mesmo no Orfeo Superdomo quando a seleção entrou em quadra, surgindo uma enorme vaia vinda das arquibancadas.

Com a bola no alto, Quiroga se consagrou como o maior pontuador do jogo, ao somar 22 acertos, dois a mais que Pereyra. Pelo seleção, Murilo e Dante foram os destaques, com 20.

O Brasil volta a jogar nesta quinta-feira, contra a Sérvia, às 21h (de Brasília). A partida será a reedição da final da Liga Mundial de 2009, quando a seleção conquistou o octacampeonato.

Estreia com vitória difícil sobre hermanos (Divulgação / FIVB)

O saque deu o tom do início do jogo em Córdoba. Se de um lado a Argentina pecava bastante no fundamento, do outro, o Brasil pesava a mão para complicar a defesa adversária. Murilo deixou a seleção com cinco pontos de diferença no placar ao somar dois triunfos no serviço, e Lucão aproveitou as bolas que voltavam com facilidade para subir bem no bloqueio.

Um ponto antes da segunda parada técnica, porém, uma banda que entrou no Orfeu e agitou a torcida argentina no ginásio anunciava que os donos da casa queriam uma reação. Pelas mãos de Quiroga, eles conseguiram cinco pontos na entrada de rede, furando o bloqueio brasileiro, que caiu de rendimento. Na paralisação, a falha no fundamento fez Bernardinho até mesmo discutir com Vissotto, que voltou melhor após a chamada do técnico. De volta à quadra, o entrosamento entre Bruninho e Lucão fez efeito, e Dante e Rodrigão entraram no jogo para fechar o primeiro set em 25 a 17, com ponto de Théo, que entrou no fim da parcial para aumentar a rede.

No início da segunda parcial, o Brasil continuou ditando o ritmo de jogo e caminhava para mais uma vitória, abrindo 4 a 0 no placar. Porém, de repente, a atenção do time sumiu de quadra. Com os jogadores dispersos e perdendo bolas em jogadas óbvias, a vantagem foi caindo até ser invertida, com direito a medalha de Quiroga no peito de Murilo e 13 a 11 no marcador. A partir daí, Murilo começou a atacar e encarar o árbitro, Bruninho já não gritava mais e Bernardinho levou uma advertência por reclamação.

Enquanto isso, os donos da casa cresciam no jogo sob os olhares atentos da torcida e o incentivo de diversos cartazes com "Vamos, Argentina" espalhados pelas arquibancadas. Pereyra entrou no lugar de Scholtis e deixou um dos principais jogadores da equipe no banco durante todo o segundo set. O oposto comandou o ataque hermano, tendo Quiroga como seu parceiro na entrada de rede. Já a defesa brasileira continuou a deixar muitos buracos, parecendo sentir falta do líbero Serginho, que operou a coluna e não pôde disputar a fase final da Liga. Com um ponto em cima de seu substituto, Mário Jr., Quiroga fechou o set argentino em 25 a 23.

Quiroga ataca para Argentina (Foto: Divulgação / FIVB)

Na volta à quadra, a derrota na parcial parecia não ter surtido efeito no time brasileiro. A equipe continuou sem vibração, com falhas na recepção e se aproveitando apenas dos constantes erros de saques dos argentinos para pontuar. A torcida local continuou incentivando e o jogo ficou equilibrado até a segunda parada obrigatória.

Durante o tempo, Bernardinho preferiu conversar com sua comissão técnica antes de falar com os jogadores. A tática deu certo e a instrução de forçar o saque para segurar o ataque adversário no bloqueio, enfim, começou a dar certo. Vissotto e Rodrigão pararam Pereyra em dois lances seguidos e deixaram o Brasil à frente do placar com 18 a 15. Em seguida, Ocampo voltou a errar no saque e a seleção viu a chance de abrir vantagem no marcador. Bruninho chamou Dante e o experiente ponteiro não fugiu da responsabilidade, acertando a mão na entrada de rede. No fim, para selar a recuperação brasileira, a bola final também foi dele, que voou atrás da linha para finalizar o set em 25 a 20.

Argentina se diverte em quadra e tenta até embaixadinha

Já na quarta parcial, a Argentina decidiu que era a hora de se divertir em quadra. Com um jogo despretensioso, sem responsabilidade do favoritismo, os donos da casa foram somando pontos e vibrando muito com cada um deles. Teve ace de De Cecco, medalha de Conte em Marlon e até tentativa de salvar uma bola com embaixadinha.

No banco brasileiro, Giba, que ainda se recupera de uma bursite no ombro direito, parecia não acreditar no que via em quadra e gritava a todo minuto com Bruninho e Mário Jr. Quando Bernardinho virou para chamar Marlon, o ponteiro achou que era com ele, chegando até mesmo a tirar o casaco. Doce ilusão. De lá mesmo, do lado de fora, o capitão viu Pereyra contar com a ajuda do bloqueio verde-amarelo para levar o jogo ao tie-break, fechando o quarto set em 25 a 19.

Na hora decisão, porém, pesou o favoritismo brasileiro. Os jogadores forçaram o saque e o bloqueio voltou a entrar. Murilo comandou a reação brasileira, com direito a ace, levando a equipe a abrir 6 a 2. Diante de um adversário desconcentrado, a seleção melhorou em quadra e venceu por 15 a 10, permitindo que aqueles cerca de 30 brasileiros deixassem o ginásio com o grito na ponta da língua: "A Argentina é nossa, aha, uhu".
 

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