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Posição de levantador não atrai nova geração

Nos últimos 25 anos, o Brasil se tornou referência mundial no vôlei na posição de levantador. William, Maurício, Ricardinho, Fernanda Venturini e Fofão ajudaram a elevar a categoria dos brasileiros na função de preparar as jogadas de uma equipe de vôlei. Mas a rica história e o presente com nomes como os de Bruninho e Dani Lins não tem ajudado muito na hora de formar novos jogadores para a posição.

- Ninguém quer ser armador, quer ser cestinha. Ninguém quer ser zagueiro, quer ser o cara que faz o gol, goleiro então... Um ou dois que por força da natureza que escolhem essa posição e com levantador também é assim – afirmou Bernardinho técnico da seleção brasileira masculina.

Bruninho jogo vôlei Brasil contra Tunísia (Foto: FIVB)

E o treinador está certo. Em uma rápida enquete entre meninos e meninas de 7 a 14 anos de na escolinha do técnico Bernardinho, no Rio de Janeiro, apenas uma criança afirmou querer ser levantador. Entre os profissionais, Fabíola e Dani Lins, levantadoras da seleção feminina começaram jogando em posições de ataque. Caminho contrário que o atual levantador da escolinha quer fazer.

- Não quero ser levantador, quero ser ponteiro, gosto mais de atacar – disse Vitor Augusto, de 13 anos.

Bernardinho aprendiz levantador (Foto: Reprodução / TV Globo)

Voltando à enquete, a única criança que levantou o braço se chama exatamente Bernardinho. Mesmo nome do vitorioso treinador, que durante seus tempos de jogadores preparava as jogadas para os atacantes. Segundo os professores, o pequeno jogador, de apenas sete anos, está no caminho certo. Não só pela habilidade, mas por outro quesito muito procurado entre os jogadores que atuam nessa posição, a liderança.

- Quando estamos jogando com ele, ele fala: "professor, você tem que ir pra lá. Colega você tem que fazer isso..." Ele comanda isso muito bem e é uma característica forte de cada levantador, tem que comandar o seu time. – afirmou Renato Defanti, professor do jovem aspirante a levantador.

Mas para se tornar um levantador de sucesso, o pequeno Bernardinho terá que investir muito na carreira. Segundo o ex-jogador Maurício, são necessários de 10 a 12 anos de formação para a posição. Para chegar ao auge, o caminho é mais longo ainda.

- Acho que em torno de 28, 30 anos é uma idade legal. É onde ele (o levantador) está numa forma física exuberante, excepcional, onde ele adquiriu uma maturidade, uma certa experiência de vários treinamentos, jogos, jogos internacionais, que são extremamente importantes – disse José Roberto Guimarães, técnico do Fenerbaçhe, da Turquia, e da seleção brasileira feminina.

Fofão Zé Roberto arquivo vôlei seleção brasileira (Foto: Divulgação/CBV)

Fofão se tornou titular da seleção feminina aos 34 anos e conquistou o ouro olímpico em Pequim 2008 aos 38 anos. Bom exemplo para Fabíola e Dani Lins, vice-campeãs mundiais aos 26 e 27 anos, respectivamente.

Na masculina, Bruninho já conquistou o título mundial com 24 anos, mas tem o apoio não só de seu pai e técnico Bernardinho e de seus companheiros.

- Temos bons levantadores. A seleção está muito bem representada hoje em dia pelo Bruno, que não deixou os resultados caírem. É um jogador que eu confio e que a gente deposita toda a confiança nele – afirmou Maurício, campeão olímpico em Barcelona, em 1992.

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