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Treinamento de toque


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Treinamento do Toque Acima da Cabeça.

O ideal é que todos os jogadores da equipe sejam hábeis na execução do levantamento por meio do Toque Acima da Cabeça. Nos artigos em que apresento o Treinamento Aeróbico/Anaeróbico Integrado (TOI) (do 09 ao 18) - é um excelente método para ministrá-lo tendo em vista capacitar os jogadores (não levantadores) a executarem os levantamentos mais simples com desembaraço e eficácia. Além do TOI, as Sequências de Exercícios para o treinamento da manchete, apresentadas nos artigos 17, 18, 19 e 20, podem ser utilizadas também para o aperfeiçoamento da execução do Toque Acima da Cabeça.

Para o levantador, entretanto, é necessário treinamento específico, com sessões isoladas e em conjunto com os atacantes. O objetivo é o de praticar o Toque Acima da Cabeça aplicado à função do Sistema Ofensivo; o levantamento. Esse treinamento deve possuir os seguintes componentes:

1. sessões particulares;

2. grande frequência de treinamentos, semanal, mensal, etc; 

3. grande número de repetições dos exercícios;

4. maior nível de exigência;

5. com vistas à Estratégia do Sistema Ofensivo e às Táticas de Ataque da Equipe.


1. Sessões Particulares.

A sessão do treinamento específico para o levantador deve ser uma espécie de "laboratório", na qual os levantadores e treinador além da prática propriamente dita trocam idéias, discutem a estratégia de ataque, adaptam o levantamento as características individuais dos atacantes, enfim tudo que diga respeito ao ataque da equipe. Para isso, sobretudo em equipes que treinam em dois períodos, sugiro que esta sessão seja realizada nas primeiras horas do turno da manhã, ocasião que levantadores e treinador estão descansados e, por conseguinte, com maior capacidade de concentração.

Outra estratégia que considero válida, é o que particularmente denomino de Sessões Teóricas. Com a utilização de vídeo, quadro negro, estatística da própria equipe e do adversário, etc... , é possível analisar com calma a performance dos levantadores e atacantes, sistema defensivo das equipes adversárias, estabelecer táticas, ou seja, fornecer aos levantadores todo e qualquer subsídio relacionado à atuação dos mesmos.

Nota

Quando dirigi a Pirelli, de São Paulo, realizamos este tipo de atividade, de maneira sistemática e com um privilégio; para dirigí-la, nada mais nada menos que, o grande ex-levantador da Seleção Brasileira William Carvalho da Silva.
 

2. Grande Frequência de Treinamentos, Semanal, Mensal, Etc...

Existe uma máxima muito conhecida e usada no voleibol; o levantador tem que dormir com a bola. Em itens anteriores focalizei o grau de importância do levantamento e as características que o levantador tem que possuir. Com a intenção de enfatizar o caráter de infalibilidade que reveste a função; intermediária nos dois sistemas do jogo.

Existe uma estratégia para o Sistema Ofensivo da equipe e várias táticas e opções táticas, em cada um dos 6 rodízios. Ou seja, o levantamento não é uma ação aleatória. No momento em que o levantador toca a bola, está dando o acabamento a todo um processo; a execução de uma ação concebida, elaborada teoricamente considerando inúmeros fatores, estudada, exaustivamente treinada. Para isso o Toque de Bola acima da Cabeça, principal fundamento, deve ser treinado a fim de proporcionar ao levantador a habilidade imprescindível para executá-lo de todos os tipos e maneiras. Sendo assim, quanto maior for a frequência de treinamentos específicos, melhor. Há levantadores que precisam mais e outros menos. Mas de qualquer maneira, um e outro desempenham uma função que a infalibilidade é o limite; portanto nunca é demais.

Nota

Na Pirelli, William Carvalho da Silva iniciava a sessão específica para os levantadores, uma hora antes do início do treinamento regular, diariamente. Talmo, antes de ser o levantador reserva do Brasil na Olimpíada de Barcelona, evoluiu muito com esse trabalho.
 

3. Grande Número de Repetições dos Exercícios.

Como o objetivo do treinamento específico é a infalibilidade do levantador e aperfeiçoamento máximo do Sistema Ofensivo, os exercícios têm que ser repetidos até que haja a assimilação da técnica. É preciso considerar alguns fatores antes de repetir um exercício, ou seja:

a - os levantadores que possuem técnica apurada, os exercícios devem ser repetidos tendo em vista o levantamento das bolas componentes das jogadas de ataque da equipe, por exemplo uma Bola " Chutada ", uma Bola de 1o Tempo, etc;

b - os levantadores podem apresentar dificuldade na execução do fundamento, de um tipo ou de uma maneira, o que é bastante comum. Antes de repetir um exercício o treinador deve identificar as causas das dificuldades, para então repetir o exercício, ou seja, não é bom repetir um exercício em que a técnica não esteja sendo executada corretamente;

c - os levantadores que não possuem boa técnica ou estejam em fase de aprendizagem o treinamento deve objetivar o aprendizado e, no caso, a repetitividade deve ser de ações corretas.


4. Maior Nível de Exigência.

O treinamento deve simular, sempre, a realidade das situações de jogo. Um dos componentes fundamentais do levantamento é a precisão, que para ser adquirida de ser exercitada frequentemente, com grande número de repetições e, acima de tudo, com grande paciência. Digo isso porque é função do treinador exigir dos levantadores a perfeição absoluta em todas as ações dos exercícios. Na prática ocorre, inevitavelmente, um certo desgaste entre o treinador e os levantadores, pois o primeiro só deve validar a execução absolutamente correta. Para atenuar esse desgaste sugiro:

a - um trabalho simultâneo de conscientização, do caráter de infalibilidade da função, ou seja, para o levantador não basta tentar, tem conseguir;

b - utilização de estatística, em sequências de 10 repetições, o treinador, ao final, mencionará o percentual de acerto e apontará as causas dos erros;

c - utilização de vídeos, para que o próprio levantador possa perceber as causas dos erros e dos acertos;

d - utilizar métodos de mentalização, antes, durante e depois das sessões.


5. Com Vistas à Estratégia do Sistema Ofensivo e às Táticas de Ataque.

O Sistema Ofensivo é uma espécie de "quebra-cabeça" cujas peças são a recepção do saque, o levantamento e o ataque. No voleibol atual, sobretudo no de alta competitividade, o ataque é realizado por meio de Combinações de Ataque. Estas são compostas de Bolas de 1o Tempo, de 2a. Bola, de Bolas nas Extremidades da Rede (atualmente, extremamente velozes) e de Bolas do Fundo. Todas coordenadas em uma ação única. Quando o treinador está aplicando o treinamento do Toque acima da Cabeça específico para os levantadores, já deve ter em mente esta montagem, ou seja, preparar os levantadores para executar as Bolas que serão utilizadas no sistema de ataque da equipe. Com isso, tirará maior proveito do treinamento, para si e para os levantadores, uma vez que:

a - no treinamento do ataque propriamente dito, o entrosamento com os atacantes estará facilitado.

b - pode avaliar melhor o potencial dos levantadores para realizarem as Combinações de Ataque que pretende estabelecer.

Fiz questão de tecer estes comentários, antes de apresentar as sequências de exercícios de aplicação, a fim de enfatizar peculiaridades do Treinamento Específico. Creio que o aproveitamento deste tipo de sessão está diretamente relacionado à maneira e o envolvimento mental com que ele é realizado, pelos levantadores e pelo treinador.



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