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Paulão, campeão olimpico, pede foco na preparação de pessoas para Olimpíada

Nos próximos quatro anos, o Brasil será o centro esportivo mundial com a realização de dois eventos gigantes no país: Copa do Mundo, em 2014, e Olimpíada, em 2016. Independente do foco esportivo, ambos precisam de infraestrutura e de investimentos. Pois Paulão, comandante do Canoas na Superliga B, critica a preparação do país para os acontecimentos e pede uma maior visibilidade ao vôlei nacional e gaúcho.
Cabeça do projeto de resgate do time da região metropolitana de Porto Alegre, o agora técnico crê que a necessidade é de qualificação de profissionais. O projeto usa as dependências do Centro Poliesportivo La Salle, em Canoas.

E cada vez mais as universidades serão as responsáveis por absorver esse tipo de iniciativa, até para utilizar os profissionais criados em suas dependências para o esporte de alto nível.

"O vôlei não é feito só na quadra. Tem fisioterapia, nutrição, gestão, medicina, tem uma série de ações que pode trabalhar em esporte de alto nível. Há mídia específica para esporte. E não vejo investimento nessa área. Ginásio e estádio, ok. Mas e o restante? E as pessoas que fazem isso? Isso é investimento olímpico. É escola, universidade", discursou Paulão no ginásio do La Salle.

Muito se fala em legado deixado pela Copa do Mundo e Olimpíada. A primeira coisa que se pensa é se as avenidas foram duplicadas, se os estádios, remodelados, se aumentou o sentimento de segurança no país e se a autoestima nacional inflou-se. Pois pouco se fala em profissionalização, em capacitação, em qualificação dos profissionais que fazem o esporte.

"Queremos o legado. Essas capacitações. O prefeito foi feliz em aceitar o projeto. O investimento é fundamental", disse.

Antes, porém, Paulão reclamou de dois pontos ligados fora das quadras: a estrutura dos ginásios brasileiros e gaúchos, e a polarização do futebol como único esporte divulgado e explorado pela mídia.

"Quantos ginásios com ar-condicionado temos no RS? Nenhum. Porque não temos? Porque não merecemos isso? Se viajar para fora, tudo é climatizado. Porque aqui temos isso defasado? Essa cultura de orgulho da terra, de exemplo, cadê?", perguntou Paulão.

Sentado a beira da quadra onde minutos antes seus comandados soltavam o braço e realizavam um treinamento de saque, o técnico fez um desabafo e desafiou aqueles que não acreditam no vôlei. Segundo ele, quaisquer fossem os argumentos para não transmitir ou não apoiar a modalidade, seriam rechaçados com respostas positivas.

"Porque só se fala em Grêmio e Inter? O cara torce a unha e é página no jornal. Porque isso  acontece? Porque o vôlei não tem esse espaço? A gente é conhecido.. Vão me dizer 10 coisas e eu vou retrucar 10 coisas boas. Programas de esporte é de futebol, se é de esporte falem de outros também. Me sinto rejeitado quando se falam que é programa de esporte, e falam só de futebol", criticou.

Medalhista olímpico em 1992, Paulão ainda vai além: diz que o vôlei teria de ser o esporte nacional, já que o futebol não conquistou ouros. Mas entende a paixão pelo jogo com os pés, ele mesmo um torcedor ferrenho do Grêmio. Além disso, destaca o incentivo intelectual para os jogadores, que em sua maioria se graduam e estudam os movimentos dos adversários, coisa que o futebol agregou na sua comissão técnica há pouco tempo.

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