A final da Liga dos Campeões da Europa de vôlei, que será disputada nos dias 17 e 18 de março na Polônia, terá um atrativo a mais. Árbitros e jogadores contarão com a tecnologia para saber se aquela bola caiu dentro ou fora da quadra nos jogos na Atlas Arena, na cidade de Lodz.
Quem já participou de testes com a tecnologia e quem briga pela final da Liga dos Campeões aprova o uso da tecnologia.
"É muito interessante e benéfico porque tira qualquer dúvida em relação aos erros da arbitragem, que muitas vezes podem comprometer o resultado de uma partida. E isso não tiraria a autoridade do árbitro. Serviria como um recurso a mais", afirmou ao iG João Paulo Bravo, ponteiro da seleção brasileira e do turco Arkas Spor, que disputa os playoffs da Liga dos Campeões.
Entretanto, Bravo, que já atua há 10 anos no exterior, vê a tecnologia ainda distante do Brasil. "Na Polônia o voleibol é o esporte número um e foi feito um grande investimento. Seria muito útil se todos os países tivessem esse recurso, mas no Brasil, por exemplo, ainda tem muitas coisas a melhorar e isto seria, digamos, um 'luxo' a mais", fala o atleta.A Superliga, por exemplo, já teve jogos interrompidos por goteiras e falta de luz nos ginásios.
Na Europa, como acontece no tênis, cada time terá direito a desafios. Serão dois por set. A jogada será repassada em câmera lenta para o segundo árbitro e para o capitão da equipe que solicitou o desafio.
Para que essa tecnologia seja colocada em prática é preciso um ginásio equipado com câmeras e telas. O palco da decisão da Liga dos Campeões já adota esses recursos há algum tempo. Atuando como capitão da seleção brasileira, Murilo já jogou e usou os desafios.
Na inauguração da arena que irá receber a final da Liga, na preparação para o Campeonato Mundial de 2010, o Brasil enfrentou a seleção da casa. Durante todo o jogo, desafios foram pedidos e os lances, exibidos para todos no telão. Árbitros, jogadores e torcedores acompanhavam os lances e viam se a bola havia sido dentro ou fora. Tudo correu bem, até o final da partida.
"Estávamos empatados no tie-break e o time da Polônia fez um ace. Achamos que a bola tinha ido fora e pedimos para ver o lance. Só que, para nossa surpresa, a imagem não foi mostrada no telão e o delegado do jogo, que viu o lance no monitor, confirmou ponto para os poloneses", lembra Murilo. "Naquela ocasião ficamos irritados porque não foi mostrado se a bola havia sido realmente dentro, mas a tecnologia é boa e funciona", completa o ponteiro ao iG. Brasil acabou campeão do torneio amistoso.
João Paulo Bravo também já viu a tecnologia colocada em prática. "Estive na Polônia há duas semanas e vi vários jogos na TV. Em todos eles usavam o sistema de desafio e não atrasa em nada a partida. É tudo quase que simultâneo. Mas não são todos os lugares que exibem os replays no telão. Tem ginásio que quem controla a câmera apenas informa o segundo árbitro sobre o lance", explica.
A Liga dos Campeões da Europa segue e os playoffs começam no dia 22. O Arkas Spor, time de João Paulo Bravo, terá pela frente o Lokomotiv Novosibirsk, da Rússia.
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