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Thiago Alves está pronto pra lutar por ida a Londres


Em nome de um sonho que alimenta desde os 15 anos, Thiago Alves fez as malas e se mudou para o outro lado do mundo. Jogar no Japão não era a primeira opção para alguém que havia recebido propostas da Itália, Turquia e Rússia, mas acabou sendo o caminho escolhido para a primeira experiência fora do país. Mesmo longe dos olhos de Bernardinho na reta final do ciclo olímpico, o ponteiro acredita ter feito a aposta certa. Queria ver seu jogo evoluir, queria amadurecer para mais uma vez ser convocado para a seleção brasileira e, desta vez, ficar entre os 12 olímpicos.

Nos últimos dois anos, Thiago esteve no grupo só que viu seu nome ser cortado às vésperas da disputa do Mundial da Itália e da Copa do Mundo do Japão. Para complicar ainda mais a situação, passou boa parte da temporada passada sofrendo com as dores no joelho esquerdo, que o levaram a fazer uma artroscopia. Ficou dois meses fora de quadra, tentando controlar a ansiedade, e resistir ao trabalho forte para voltar a jogar o mais rapidamente possível e ajudar o Sesi. Deu sua contribuição e ainda comemorou o título. Lá fora, a rotina tem sido vitoriosa também. Com o Panasonic Panthers, ergueu o troféu da Copa do Imperador e o da Liga Japonesa ao bater o Toray. Aos 25 anos, espera poder estar novamente no alto do pódio, só que desta vez nos Jogos de Londres. E para isso, acredita que mostrará a Bernardinho um Thiago Alves melhor.   

Thiago Alves vôlei Japão (Foto: Divulgação)
Thiago Alves comemora um ponto com seus companheiros de equipe (Foto: Divulgação)

- Primeiro ele verá um Thiago Alves recuperado fisicamente. Segundo, com uma visão diferente de certas coisas, mais maduro, mas com aquela determinação de sempre. Acredito que, durante os jogos e os treinamentos, vou ter que mostrar ainda mais o desejo de continuar no grupo e que tenho condições de ir para as Olimpíadas. Acho que não existe motivação maior do que representar o seu país. O meu sonho é disputar um Mundial ou uma edição de Jogos Olímpicos, então, sempre que tiver a oportunidade, estarei ali, motivado e lutando - disse.

Desejo que nasceu nos tempos de seleção infanto-juvenil, quando entendeu o difícil caminho que teria de trilhar até lá. Sempre quis experimentar aquela imagem que, sentado no sofá diante da TV, viu se repetir a cada quatro anos. 

- Eu não tenho uma imagem olímpica específica que me marcou. Vou citar a que acontece em todas as Olimpíadas: o momento do pódio. A alegria, a satisfação, o prazer, a dor, a glória, acho que naquele sorriso e naquelas lágrimas o atleta coloca tudo isso e muito mais para fora. Só nós, atletas de alto rendimento, sabemos o quanto é dolorosa e sacrificante essa rotina para atingir o ápice de ser campeão olímpico.

Em solo japonês, Thiago Alves aceitou o desafio e todas as dificuldades de enfrentar uma cultura nova e treinos completamente diferentes aos que estava acostumado. Não se queixa, mas também não consegue esquecer a sensação de sentir o chão tremer quatro vezes na semana passada.

Thiago Alves na partida de vôlei do Brasil contra Cuba (Foto: AP)

- É um país moderno, organizado, com pessoas educadas, prestativas e atenciosas. Acho que a grande dificuldade é a comunicação. Às vezes quero interagir, conversar com alguém e não consigo. Quanto ao vôlei, não podemos comparar com o nível que está Brasil, Rússia ou Itália, mas não deixa de ser um campeonato competitivo. No início tive um pouco de dificuldades com o ritmo dos treinamentos e a rotina dos jogos, mas logo me adaptei. Lógico que bate saudade dos amigo e da família, mas já vim preparado para encarar tudo isso. Na semana passada, a Federação Japonesa escolheu a província de Iwate para realizar as semifinais e promover a região depois do tsunami do ano passado. Em cinco dias que ficamos lá, vivi quatro terremotos. O curioso é que para eles é normal. Mas esse é um fato que nunca vou esquecer.

Se na próxima temporada voltará a vestir a camisa de alguma equipe da Superliga, ele ainda não sabe. Mas não descarta a possibilidade. O que quer mesmo é conseguir mostrar serviço para o "chefe".  

- Assisto sempre que possível e essa Superliga está muito disputada. Tem jogos que não dá para saber quem irá vencer. Quem ganha com isso é o vôlei brasileiro e o público. Mas eu sempre tive vontade de jogar fora do país e acreditava que a experiência e o aprendizado que teria me ajudariam a crescer dentro e fora de quadra em um ano tão importante. Sei que no Brasil as pessoas não conseguem assistir aos jogos da Liga Japonesa, mas podem acompanhar o desempenho dos atletas e das equipes. Além do mais, no Mundial de 2010, foram dois atletas que tinham jogado no Japão (Theo e João Paulo Tavares), então vi que o que realmente importa é você conquistar a confiança do Bernardo ali na seleção, treinando e jogando bem.



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