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Brasileiras não esquecem xingamentos e veem fim do "fantasma" cubano no vôlei



A queda de Cuba nos torneios classificatórios para Londres-2012 parece ter enterrado o principal fantasma da seleção brasileira feminina de vôlei nas mais recentes edições dos Jogos Olímpicos.

A equipe da ilha de Fidel Castro não conseguiu a vaga para Londres no Pré-Olímpicos da América Central, perdendo a única chance para a República Dominicana. Depois, em uma repescagem mundial, que classificava as três melhores seleções de oito que disputaram um torneio no Japão, ficou em sexto.

Cuba foi tricampeã olímpica em 1992, 1996 e 2000, justo em uma época em que o time feminino brasileiro começava a virar uma das potências. Em todas essas edições perdeu para a rival. Na primeira, na fase de classificação, e nas outras duas nas semifinais, vendo ruir o sonho do ouro (as brasileiras ficaram com o bronze). Em 2004, nova derrota, na disputa pelo bronze.

De 92 pra cá, o Brasil só levou o ouro em 2008, em Pequim, justamente quando não cruzou com as rivais que tanto "infernizaram" uma talentosa geração brasileira, que venceu três edições do Grand Prix e teve um vice-campeonato mundial, em 1994.

Agora, em 2012, sem as cubanas, as brasileiras que participaram de duelos históricos veem o caminho mais fácil para o time de José Roberto Guimarães. "É uma boa [para o time atual não cruzar], mas acho que o Brasil está bem mais acima delas. Hoje o Brasil não perde para Cuba como perdia antigamente. Hoje o time tem mais equilíbrio emocional. É uma vantagem [não enfrentá-las], mas eu sempre as admirei", falou Virna, bronze em Atlanta-1996 e Sydney-2000.

"Elas já vêm há algum tempo sem manter a mesma força que tinham com aquelas jogadoras. Vimos que a renovação não vem sendo boa, por falta de jogadoras e outros problemas internos. Para o Brasil é uma equipe forte a menos. Cuba pode jogar o campeonato inteiro, mas quando é com o Brasil elas se transformam, a  vontade de ganhar é maior. Para o Brasil é muito bom a desclassificação de Cuba. O fato de elas não estarem indo, é um time a menos para se preocupar", comentou a levantadora Fofão, bronze em 96 e 2000 e ouro em 2008.

"Cuba depois de 2000 nunca mais foi a mesma. Já vinham em uma decadência", falou Leila, do time de 96.

Mas as brigas com as cubanas jamais serão esquecidas. A mais famosa delas foi depois da derrota nas semifinais dos Jogos de 1996, em que rolou até pancadaria depois da saída de quadra pela provocação das rivais.

"No final do jogo teve uma confusão da Ana Moser e da Marcia Fu com elas. Aí,  na porta do vestiário teve bate boca feio com as jogadoras se batendo. Teve briga de verdade com elas. O problemas delas é o Brasil", contou Fofão.

"A gente tinha claro que isso que elas faziam era para nos desestabilizar, sempre foi claro, era estratégico. Não era tanta raiva. Mas a gente se deixava enrolar. Eu era uma que me deixava levar. Elas enchiam o saco o jogo inteiro. Então vai naquela mobilização pra ouvir e deixar rolar. Mas depois do jogo cansa. Eu olhava e  pedia respeito, gritava ´respeito´", falou a ex-jogadora Ana Moser, sobre o jogo de 96.

Fofão relata até que nessa edição dos Jogos as cubanas tiveram um comportamento de ingratidão nos xingamentos e provocações, pois dois anos antes foram bem recepcionadas pelas brasileiras no Mundial, que ocorreu no país. E, em competições internacionais, as brasileiras procuravam ajudar as jogadores do país de regime socialista com presentes e até comprando charutos para uma ajuda financeira. Mas nada disso importava depois de uma vitória.

"Éramos muito amigas delas, inclusive no Mundial compramos calças, demos presentes pra elas e comprávamos charutos delas, pois sabíamos que elas não tinham muita coisa financeiramente, não recebiam salário para jogar na seleção. Falamos para elas [no momento de uma discussão] que já havíamos dado ajuda. Elas falaram ´vocês não são nossas amigas, dentro de quadra não tem isso´. Aí paramos de conversar. Acabaram sendo grossa e faltaram com respeito", contou Fofão.

"Elas eram amigas até a gente fazer frente. Depois não eram mais", disse Ana Moser, que reverencia até hoje aquele time.

"Na hora que era Copa do Mundo, Mundial, Olimpíada, a gente parava nelas. São duas coisas. Aquela geração era muito diferenciada. Foi a equipe do século."

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