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Fofão chega ao Rio e garante ter fome de títulos

Fofão apresentada no Rio de Janeiro vôlei (Foto: Rodrigo Cunha / Globoesporte.com)

Aos pés do Pão de Açúcar, um dos principais cartões postais do Rio, a paulista Fofão, desembarcou tímida do táxi na Escola de Educação Física do Exército, na Urca. Pouco ambientada com a paisagem e com o calor, a levantadora de 42 anos foi para seu primeiro treino no novo clube, o Rio de Janeiro. Lá, conheceu as companheiras e disse que se sentia como uma "menininha". Mas aos poucos, sob olhar atento do marido, a levantadora se soltou. De uniforme, fez musculação com o restante da equipe, brincou e calibrou o braço após um ano fora das quadras. Ainda sem a presença do técnico Bernardinho, com quem voltará a trabalhar após 11 anos, Fofão garantiu que ainda tem fome de títulos: "A gente é movido a isso".

O primeiro contato com as novas companheiras foi discreto. A experiente jogadora disse que, de início, se sentiu como uma "menininha", e destacou que o ambiente ainda era novo. Mas pouco a pouco relaxou e mostrou, ainda que nos treinos, o vôlei que a colocou entre as principais atletas da história do esporte.

- A sensação foi de estar começando uma coisa nova, de viver um novo momento. Me senti uma menininha chegando para jogar vôlei. Quando você vai para um lugar pela primeira vez é sempre tudo muito novo. Eu não conheço as meninas, então fica aquela coisa de como elas vão me olhar, me receber. Mas foi super tranqüilo, acima de tudo é todo mundo profissional e sabe que eu vim para ajudar e fazer parte do grupo.

A adaptação ao Rio, ao que parece, será rápida. Após atuar no Fenerbahçe, da Turquia, Fofão se mostrou feliz em voltar ao Brasil, e rasgou elogios à cidade. O mar carioca, garante, servirá de inspiração. Mas nem tudo são flores na cidade maravilhosa. Como ponto negativo, a levantadora elegeu o calor.

- Não tem como viver aqui de mau humor, né? Isso já é um ponto positivo. Mas tem o calor. Acho que é a primeira vez que vou para uma cidade que seja quente praticamente o ano todo. É uma coisa que tenho que me acostumar, mas de resto é tranqüilo, acho que olhar para o mar dá uma motivação, um ânimo muito bacana. A paisagem e as vistas só trazem coisas boas.


Mal chegou ao clube e Fofão já conheceu a grandeza da rivalidade com o Osasco, de São Paulo. Bom momento para lembrar que, mesmo aos 42 anos, ainda vai em busca de mais títulos para o já vitorioso currículo.

- Lógico que existe a rivalidade, a gente sabe, sempre nas finais. O resultado vai aparecer se a gente merecer. A motivação da gente é ganhar títulos, né? A cada ano, se você acabou de ganhar um título, quer ganhar de novo. A gente é movido a isso. Então não tem como eu falar que não quero ser campeã da Superliga. Minha motivação, meu trabalho e objetivo, para mim, é isso. É o que eu vim buscar.

A forma física da veterana não preocupa. Mesmo com 42 anos, Fofão não sente o peso da idade. Durante o ano que passou sem atuar profissionalmente, fez exercícios e treinou, e garante que até a Superliga já estará 100%.

- Não acordava cedo nem treinava de manhã e de tarde. Mas sempre um período do dia estava treinando, ou fazendo academia. É diferente da rotina de um clube, mas não deixava de fazer, porque não podia me dar ao luxo de ficar comendo e dormindo (risos). Dá para trabalhar com tranquilidade (até a Superliga). Buscar a melhor forma, nada com pressa. Tem que ter tranquilidade para tirar o melhor de cada atleta.

A levantadora correu e fez exercícios com as novas companheiras (Foto: Rodrigo Cunha / Globoesporte.com)

Mesmo em novo terreno, Fofão conhece bem a equipe: já jogou com Juciely, Fabi, Natália, Régis e Valeskinha. Curiosamente, o novo reforço do Rio de Janeiro não encontrou com as amigas no primeiro treino. Juciely, Fabi e Natália estão com a seleção brasileira, enquanto Valeskinha e Régis defendem a seleção militar. Ainda assim, uma "novata" já atraiu atenção: a levantadora Roberta, que, segundo Fofão, tem potencial para ocupar o posto deixado por ela e Fernanda Venturini, que recentemente se aposentou.

- Acho que ela está tendo uma boa escola, né? Com a Fernanda, muito experiente, tenho certeza que aprendeu bastante. É uma levantadora nova, que está crescendo muito. Acompanhei a Superliga dela. No que eu puder ajudar, ela pode contar comigo.

E depois de quebrar a expectativa do primeiro treino, agora a ansiedade de Fofão é para a estreia.

- Agora eu quero jogar. Você fica vendo na televisão as pessoas jogando, ainda mais quando tem decisão, e você queria estar jogando. Quando você começa a treinar, já quer pular o treinamento e ir pro jogo. Mas tem que ser com calma. Ainda preciso voltar ao ritmo, à rotina, que eu perdi. Vou ter que ter paciência para voltar aos pouquinhos.

Até lá, a veterana dará uma pausa nos treinos para conferir a busca da seleção brasileira pela medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, competição em que Fofão é experiente. São cinco participações em Jogos Olímpicos, com uma medalha de ouro em Pequim-2008 e dois bronzes, em Atlanta-1996 e Sydney-2000.

Agora no papel de conselheira, ela garante que a disputa será difícil, ainda mais por conta do grupo do Brasil, que terá os Estados Unidos, atuais líderes do ranking, além de China, Sérvia, Turquia e Coréia.

- É aquela coisa: é tudo ou nada. A gente sempre teve um começo mais tranqüilo, que ia crescendo durante a competição. Eu acho que a concentração muda, né? Tem que entrar ali pro tudo ou nada, porque você sabe que é um grupo forte, que qualquer vacilo que você der, pode ficar de fora. Vai ficar pesado, com certeza, mas se o Brasil tem algum objetivo pela frente, ali é a chance, porque passando de fase, a gente pode pensar no Brasil no pódio, com certeza.

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