Herrera era apenas uma criança quando viu brasileiras e cubanas se estranharem, após a vitória da seleção de Cuba diante do Brasil por 3 a 2, na semifinal olímpica em Atlanta, nos Estados Unidos. Mas para a principal contratação do Praia Clube de Uberlândia, a rivalidade entre duas das maiores escolas de vôlei ficou dentro de quadra. Com a agressividade tradicional dos ponteiros cubanos, Herrera admite que treina focada em ser, pelo segundo ano seguido, a maior pontuadora da Superliga de Vôlei.
Como toda atleta da modalidade, Herrera passou por todas as categorias de base antes de chegar à seleção principal do país. Natural de Havana, atualmente com 28 anos, a ponteira começou a jogar com 11 anos, praticamente na mesma época em que o selecionado cubano despontou como um dos melhores do mundo.
– As atletas daquela seleção foram a minha inspiração. Assim como Mireya Luis, Regla Bell e Regla Torres pretendo ser um dia campeã olímpica – afirmou Herrera, relembrando grandes nomes do vôlei cubano.

Aos 20 anos, Herrera já vestia a camisa da seleção adulta de Cuba. Apesar de nova, ela relembra que não foi fácil chegar ao selecionado.
– Foi um pouco difícil, mas fui treinando, batalhando, lutando muito até consegui alcançar o que queria – ressaltou.
Outra dificuldade, segundo Herrera, é a pressão que sofre as atuais jogadoras da seleção cubana.
– É a primeira vez que isso que o vôlei cubano não se classifica para as Olimpíadas. É um momento complicado, pois temos jogadoras jovens e passamos por mudanças – ressaltou.
A ponteira afirmou que, apesar de nova, via as confusões entre Brasil e Cuba, mas que uma meio de rede que jogou em Minas Gerais, em 2008, comprovou que os desentendimentos ficaram na década de 1990.
– A rivalidade é grande, mas dentro de quadra. Minha companheira, Indira Mestre, que jogou pelo Mackenzie, foi uma das primeiras que vieram para o Brasil e teve também a Regla Bell que jogou pelo São Caetano. Passaram algumas cubanas por aqui e isso contribuiu para que o esporte crescesse ainda mais no Brasil – afirmou.
Uberlândia
Depois de ficar dois anos consecutivo no Minas, em Belo Horizonte, a atleta chega ao Praia Clube de ânimo renovado. A ponteira afirmou que conhecia o time de Uberlândia, sobretudo, pelos confrontos no ano passado.
– Vi as meninas jogarem, percebíamos que eram muito unidas e foram muito bem no ano passado. Agora penso dar o melhor de mim para seguir adiante na equipe – afirmou.
A agressividade no ataque característico fez com Herrera fosse a maior pontuadora da Superliga na temporada passada, com 433 pontos marcados. Para este ano, a atleta não hesita em afirmar que está trabalhando para repetir o feito.
– Todo jogador ou jogadora de vôlei em Cuba tem como regra esta agressividade. Penso que assim posso dar o melhor. Estou treinando para ser a melhor novamente – concluiu.
Em 2007, a ponteira foi medalha de ouro com a seleção cubana no Pan-Americano, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, Herrera também fez parte da seleção que terminou entre as quatro melhores equipes da Olimpíada de Pequim, na China.
Ponteira quer ser maior pontuadora da Superliga
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