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Marcelo Negrão foi o segredo do primeiro ouro olimpico, diz Zé Roberto

Uma equipe que ninguém conseguia entender e, assim, também não sabia como parar. Vinte anos depois da conquista do ouro olímpico em Barcelona, o técnico da seleção brasileira masculina de vôlei naquela conquista, José Roberto Guimarães, explica o segredo daquele time.

O treinador revela que o segredo estava no deslocamento de Marcelo Negrão. O ponteiro, de apenas 19 anos, foi tão bem durante a preparação que não podia ficar fora da equipe.

-  O Marcelo teria lugar de qualquer maneira naquele time. Ele foi um dos três jogadores mais talentosos que eu vi jogar. Papai do Céu deu tudo para ele e falou: 'Meu filho, você nasceu para jogar voleibol'. Eu pensei na característica que ele tinha de também atacar bolas de velocidade e por não ser um grande marcador nas extremidades. Eu preferi investir no Carlão, no Giovane e no Tande nessas posições e deixar o Marcelo bloqueando o meio. Aí o time se encaixando assim - revelou José Roberto.

Com isso, Marcelo Negrão tinha sempre vaga garantida no time titular, enquanto Carlão, Tande e Giovane sempre se revezavam.

- O Zé Roberto conseguiu implantar um sistema em que o Carlão, que tinha um bloqueio muito bom, bloqueava pelo meio e atacava pelas pontas. Não era a especialidade dele, mas ele já tinha jogado assim no passado. O Negrão era o contrário. Ele era um oposto e ao mesmo tempo atacava pelo meio dentro da rede. O Zé Roberto conseguiu montar isso dentro das Olimpíadas. Os adversários não entenderam: que sistema é esse do Brasil com quatro atacantes de ponta na mesma equipe? - explicou Tande.

O investimento em Negrão valeu até o último minuto da Olimpíada. Foi dele o último ponto na decisão contra a Holanda, que garantiu a medalha de ouro para o Brasil. José Roberto Guimarães lembra que a vitória por 3 sets a 0 veio com certa tranquilidade, já que os adversários.

- Eles não estavam com uma boa recepção, jogavam muito com bolas altas. Parecia que o time da Holanda estava desgastado, cansado, enquanto o nosso time estava sobrando. Então a superioridade foi muito grande no terceiro set. Ali, quem chegava no saque no momento do 14 a 5, queria fazer o ponto de saque. Eles não conseguiam fazer pontos. Eles tinham a vantagem, mas a gente recepcionava e virava. A gente não estava cometendo erros e ficava cada vez mais difícil para eles.

- Era um time diferente de todos os outros, jogando com uma regularidade e com uma eficiência acima do normal. Tudo estava funcionando muito bem, a nossa relação bloqueio-defesa, o nosso saque, os nossos contra-ataques tinham uma velocidade muito grande.

Marcelo Negrão, Vôlei, 1992 (Foto: Agência AFP)


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