Dmitry Muserskiy brinca com o Brasil: 'Tem que ter medo de mim'


Um gigante russo de 2,18 metros de altura responde como o grande carrasco da seleção brasileira masculina de vôlei nas Olimpíadas de Londres. Aos 23 anos, Dmitry Muserskiy esteve imbatível na final olímpica contra o Brasil e foi o principal responsável pela antológica virada por 3 sets a 2, que garantiu a medalha de ouro à Rússia, a primeira nas quadras desde o fim da União Soviética. Autor de 31 pontos, 28 deles no ataque, o jogador obrigou o time do técnico Bernardinho, que chegou a vencer por 2 sets a 0 e perdeu dois match points, a se contentar mais uma vez com a prata.

- Eles têm que ter medo de mim – brinca o russo, ao relembrar a épica decisão e imaginar os próximos confrontos.

Em sua cidade natal, Belgorod, no sul da Rússia, Muserskiy recebeu o "SporTV News" e reconheceu, sem modéstia, ter sido o diferencial na conquista de seu país no ginásio Earls Court. O russo admitiu, porém, que parte de seu brilho foi mérito de seu técnico, Vladmir Alekno. O treinador optou por mudar sua posição no meio da partida, de central para oposto. Dessa forma, Muserskiy deslanchou, encaixou o ataque por atuar mais ofensivamente, na saída de rede, e terminou a decisão como maior pontuador em quadra.

- Sim, eu acho que sim, eu fui o cara que ganhou a partida. Porque no terceiro set eu comecei a jogar como oposto, e o oposto é o jogador mais importante do time. Ele ataca muitas bolas – alega.

Para Muserskiy, a mudança de posição apresentou-se, inicialmente, como um desafio. Mesmo pouco acostumado a atuar como oposto, desenvolveu coragem para se arriscar no ataque e tentar reverter a vantagem brasileira. Dos 31 pontos que marcou, 26 foram a partir da mudança. Nos últimos três sets da final, ele foi o grande nome.

- Quando Alekno me disse que eu ia jogar como oposto, eu fiquei assustado. Como eu poderia jogar como oposto? Eu joguei como oposto pela última vez há três anos. Depois eu pensei que poderia ser uma boa ideia. Ninguém conhece meu jogo e eu tive que usá-lo. Então, eu comecei a querer jogar, vencer. Eu estava muito bravo com esse time. Estávamos perdendo por 2 a 0 – afirma o atleta.

Muserskiy encarava o Brasil como o time a ser batido antes das Olimpíadas. A superioridade do adversário chegou a se confirmar na fase de grupos, quando os brasileiros derrotaram os russos por 3 sets a 0. O jogador, porém, tinha em mente que a missão de sua seleção ainda era deter a equipe de Bernardinho, campeã em Atenas 2004 e Barcelona 1992 e prata nos Jogos de Pequim, em 2008.

- Esse time venceu tudo nos últimos anos. Eu acho que tudo. Eles ganharam a Liga Mundial, a Copa do Mundo, as Olimpíadas em 2004, eles ganharam tudo. Eu acho que tínhamos que acabar com esses 10 anos de vitória e começar a vencer como Rússia – diz o "gigante", que revelou ter sentido prazer em derrotar o Brasil.

- Esse time tem muita experiência. Eles são os melhores do mundo. Todos tem medo deles. Tínhamos que parar com esse pensamento.

Muserskiy, contudo, acredita que reencontrar os Brasil nas Olimpíadas do Rio, em 2016, será complicado. Isso porque o anfitrião terá o reforço da torcida.

- Temos que esperar ainda quatro anos, mas eu acho que vai ser um jogo muito difícil contra o Brasil porque eles estarão em casa com os fãs. Mas vamos tentar vencer esses Jogos Olímpicos, esse time.



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