No mesmo dia em que a Seleção Brasileira feminina de vôlei conquistou a medalha de ouro na Olimpíada de 2012, vencendo os Estados Unidos na final por 3 sets a 1, a Seleção Brasileira masculina de futebol ficou com a prata ao perder a decisão para o México por 2 a 1. Para quem ganhou o ouro em quadra, porém, a compreensão é fundamental com os gramados.
Neste domingo, a ponteira Paula Pequeno mostrou solidariedade com o time de Mano Menezes, e lembrou a prata do Brasil no vôlei masculino como exemplo. Segundo ela, o vôlei feminino também seria cobrado caso tivesse caído na decisão.
"Brasileiro tende a apoiar o resultado bom ao invés de apoiar pelo resultado. Se a gente tivesse perdido, estaria sendo massacrada como o futebol", afirmou, lembrando os feitos do Brasil nos gramados em relação aos das meninas nas quadras olímpicas. "A prata dos meninos tem que ser valorizada, assim como a do futebol. Eles são pentacampeões mundiais, nós somos apenas bicampeãs", acrescentou.
Prata com o vôlei masculino, o ponta Murilo Endres encarou como natural a cobrança em cima do futebol, mas viu o fator como reflexo do maior apoio que a modalidade recebe em relação ao vôlei.
"Nós somos o país do futebol, e isso não vai mudar. Isso não vai mudar pelas quatro medalhas daqui (de Londres), duas na quadra e duas na praia, nem pelas medalhas olímpicas que a gente conquistou, pelas nove Ligas Mundiais que a gente conquistou. Infelizmente, a gente não consegue passar de um patamar em que se criam dois times em um ano, e dois se acabam no outro", afirmou Murilo, pedindo mais apoio da torcida com outros esportes.
"A gente precisa pensar com carinho em outras modalidades, como o boxe, nos irmãos Falcão. Eu li a história na internet, e esses caras são heróis", acrescentou, lembrando a prata de Esquiva Falcão (peso médio) e do bronze de Yamaguchi Falcão (peso meio-pesado) em Londres.
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