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Entrevista com a Fabi falando da sua permanência na seleção feminina de vôlei


Camilla Muniz
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Os pés de Fabi, acostumados a voar e roubar a cena para salvar pontos, se mantêm no chão pela Rio-2016. Aos 32 anos, a experiente líbero não se vê garantida na seleção brasileira feminina de vôlei daqui a quatro anos simplesmente por ser bicampeã olímpica. Com trabalho, ela quer seguir o lema de Zeca Pagodinho, seu conterrâneo de Irajá, e deixar a vida levá-la, de preferência até o terceiro ouro, em casa.

Este é o auge da carreira?

É o momento de maior realização. Jamais imaginei conquistar dois ouros olímpicos. Estou tranquila, feliz, recebendo carinho das pessoas. É bom ver todo mundo orgulhoso e que você proporcionou aquilo.

O que mudou de Pequim-2008 para Londres-2012?

Em Pequim, chegamos favoritas e fizemos valer isso. Só perdemos um set no torneio. Agora, fomos desacreditadas, e construímos uma história de luta e superação.

Por isso, a conquista teve sabor especial?

O gostinho do ouro é o mesmo, mas sem dúvida foi uma conquista mais reconhecida, uma história que vou guardar para sempre. 

Fabi joga pelo time Rio de Janeiro Fabi joga pelo time Rio de Janeiro Foto: Nina Lima / Extra / Agência O Globo

Na Rio-2016, você terá 36 anos. Sonha estar lá?

Todo atleta vive de desafio. Tenho os pés no chão e vou continuar trabalhando. Não é a medalha de ouro que te convoca, mas o trabalho do dia a dia. Se quem estiver lá achar que eu ainda estou competitiva, vai me chamar. Mas não quero fazer disso uma obsessão.

Mas a renovação é natural...

É algo que precisa acontecer. Acho interessante ter uma mescla entre novas e veteranas. Na Rio-2016, o Brasil terá chance de ser protagonista, e todo mundo vai querer defender o país. A briga vai ser boa.

Ter tido poucas lesões na carreira te dá vantagem?

Sou privilegiada. Minhas lesões foram só dores, nunca fiz cirurgia. Acho que isso vem me dando longevidade. Ainda me sinto jovem e disposta para jogar.

Você se sente a melhor líbero do mundo?

Sou a líbero do melhor time do mundo. Pode até ter uma jogadora mais completa, mas não alguém que ame o vôlei como eu. Vivi todo o romance da criação da posição, e me vejo como uma pessoa que contribuiu para o crescimento e consolidação do líbero no vôlei.

Fabi tem 12 tatuagens, duas delas nos pés: no esquerdo, os anéis olímpicos, e no direito, a frase Fabi tem 12 tatuagens, duas delas nos pés: no esquerdo, os anéis olímpicos, e no direito, a frase "Dor é temporária, orgulho é para sempre". Ambas foram feitas após Pequim-2008 Foto: Nina Lima / Extra / Agência O Globo

Para quem foi o "cala a boca" após a final em Londres?

Tenho sangue nas veias e fiquei triste quando li uns comentários na internet. Demos motivos para nos desacreditarem, mas desacreditaram muito rápido. Não foi para torcida nem imprensa. Mais do que isso não falo, quem é do vôlei sabe.

A TPM faz a convivência entre as jogadoras mais difícil?

Quando tem alguém rindo menos, a gente até já sabe (risos). Essas inconstâncias complicam, mas entendemos que nem todo mundo pensa igual. Todas fazemos controle menstrual para isso não nos prejudicar.

Como vocês lidam com a homossexualidade no vôlei?

Somos figuras públicas, mas nossa vida é particular. Há homossexuais e preconceito no vôlei como em qualquer outra área. Mas não me preocupo em saber quem é e quem não é. Acho que o assunto vem sendo discutido e que as pessoas estão entendendo que o importante é respeitar cada um. Minhas escolhas e as dos outros, ninguém tem nada a ver com isso.




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