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Murilo aceita posto de capitão, mas diz que não vai forçar a barra


EFE
Murilo foi um dos destaques do Brasil em Londres e forte candidato a herdar tarja de capitão

Giba foi o capitão do Brasil no último ciclo olímpico. Entretanto, quando estava machucado ou fora da seleção, quem assumir a tarja era Murilo. Agora, com 31 anos e um dos nomes certos na equipe nacional até 2016, o ponteiro deve ser capitão em tempo integral.

"Não tem como forçar e querer ser capitão. Acho que isso é uma coisa que você recebe, que te elegem, seja o técnico ou os companheiros", afirma o jogador ao iG .

Ele está à vontade na função, seja no Sesi ou no futuro da seleção brasileira. E aprendeu com outros capitães conhecidos. Murilo e veteranos dizem que o capitão tem que doar e dar exemplo ao time.

"É o cara que se sacrifica pelo grupo. Eu era oposto na Itália, tinha acabado de ser eleito o melhor jogador do campeonato e, na seleção fui jogar de meio. Eu não gostei que me mudaram de posição, mas era pelo bem do time", lembra Carlão, comandante do ouro em Barcelona 92. A alteração surpreendeu, deu velocidade ao time e ajudou na conquista.

"Além de pensar no grupo, tem que dar exemplo. Tem que estar disposto a treinar e reclamar o menos possível. Isso eu aprendi com essa geração", comenta Murilo. E os próprios companheiros cobram essa atitude do seu líder. "Já vi Giba ou Nalbert começando meio devagar e aí, no fundo, vinha o Serginho, dava um peixinho e gritava: 'Vamos, seus vagabundos. To aqui dando gás e vocês aí?!?'. Isso é legal, de um cara cobrando o outro porque aí eles entram no treino ou no jogo", completa.

Além de cobrar, também vale dividir a responsabilidade em quadra. Não é apenas o capitão, para Murilo, quem deve resolver todas as questões. "Já vi Gustavo separar Serginho e Ricardo e ele não era o capitão. Ele chegou, deu um tapa no peito de cada um, falou para isso e voltou para o jogo. O Gustavo não era o capitão, mas também era líder. Os dois pararam e viram, que de repente, estavam errados, e seguiram o jogo. Cabe ao capitão, mas às vezes é bom dividir e ter outras lideranças", explica o jogador.

Murilo também aprendeu a ser mais calmo em quadra. Quando começou na seleção e estava na Itália, era mais "estourado". "Já fui mais de brigar. A confusão me ajudava, me motivava,mas vi que em alguns momentos eu estava mais atrapalhando que ajudando. Vi que estava gastando muita energia com os árbitros e de uns dois anos para cá, parei de me preocupar tanto com isso. Claro que não sou santo e tem horas que o sangue vai subir, mas tento me concentrar mais no jogo, no que eu tenho que fazer", analisa.

Fora de quadra, o jogador é tranquilo, com fala pausada. Até um pouco tímido. "Acho que sou introspectivo e, até por isso, quando jogo eu não vibro tanto. Até poderia fazer isso mais. Mas tem horas, depois de um rali longo, que a única coisa que você quer fazer é parar e respirar um pouco. Não sobre gás".

Murilo espera seguir na seleção e deve ser um dos protagonistas nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. "Eu não me cobro para ser o capitão. Hoje eu posso ser e dou o exemplo. Quem está chegando, por exemplo, o Lucarelli. Ele me vê dando peixinho, indo parar nas placar e pode pensar, eu pensei quando cheguei, que o mínimo que deve fazer é o mesmo. Independente de ser capitão ou não, quero continuar e vou fazer a mesma coisa, com a mesma dedicação", afirma.



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