O placar do terceiro set – quando o jogo já estava 2 a 0 para o time de Osasco – estava 24 a 19, quando Fernanda Garay atacou na diagonal, e o juiz marcou bola fora. Na hora, o técnico Luizomar de Moura falou com a capitã da equipe, Jaqueline, para pedir o chamado "challenge" (desafio) ao juiz. A arbitragem imediatamente recorreu ao replay do lance, que confirmou a bola fora marcada e o ponto para o Bohai Bank.
O Sollys/Nestlé acabou fechando a partida logo em seguida, mas para o treinador, independentemente do resultado, o jogo deste domingo contra as chinesas foi um marco para o vôlei mundial. A utilização da tecnologia em partidas da modalidade tem sido bastante discutida nos últimos tempos – principalmente por conta das frequentes reclamações de erros da arbitragem - e passou a ser implementada em algumas competições neste ano, como o Campeonato Europeu, e agora o Mundial.
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Osasco testa sistema eletrônico em bola de Garay no Mundial
"Assim que o lance acabou eu pedi para a Jaqueline se dirigir à árbitra, ela pediu o 'challenge' e a bola foi confirmada fora. Esse jogo é um grande marco e esperamos que esse sistema seja aprovado nas principais competições para que um lance duvidoso não defina mais um campeonato", opinou o treinador do Osasco.
Luizomar contou que já sabia que a bola de Garay havia ido para fora, mas fez questão de pedir o desafio para 'testar' o novo sistema implantado no campeonato. O técnico ainda citou um lance parecido com a própria ponteira no jogo contra a Rússia, pelas quartas de final da Olimpíada de Londres, que acabou sendo marcado de forma incorreta e complicou bastante a vida da seleção brasileira na partida.
"Nos Jogos Olímpicos a Fernanda Garay atacou uma bola dentro na diagonal no jogo contra a Rússia, mas a arbitragem marcou bola fora. Se aquela bola tivesse sido marcada dentro o Brasil teria vencido as russas com mais facilidade. Por coincidência, a Garay bateu uma bola muito parecida aqui e, mesmo sabendo que a bola tinha sido fora, achamos por bem e importante testar e ver como funciona o sistema eletrônico", relatou o comandante.
O novo sistema implantado nas partidas de vôlei utiliza a mesma lógica daquele utilizado nas competições internacionais de tênis. O "desafio" pode ser usado em cinco situações: bola dentro ou fora; toque na rede; se achar que o rival pisou na linha de saque; se achar que o adversário pisou na linha dos 3m em um ataque vindo do fundo; e em uma eventual infração do líbero ao efetuar o levantamento dentro da zona dos três metros. Qualquer equipe que queira solicitá-lo, deve fazer isso pelo capitão que está em quadra em até cinco segundos após o término da jogada - cada time tem duas oportunidades por set.

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