Emanuel pede rigidez no antidoping: 'Heróis de mentira devem ser banidos'


Emanuel terno prêmio vôlei de praia (Foto: André Durão / Globoesporte.com)

Emanuel perdeu a conta de quantos exames antidoping realizou em vinte anos como jogador profissional de vôlei de praia. Temporada após temporada, títulos após títulos, respondeu às dúvidas levantadas por sua longevidade no esporte com testes limpos, sem alterações que apontassem o uso de substâncias proibidas. Pelo currículo irretocável, o medalhista olímpico foi indicado para a comissão de atletas da Agência Mundial Antidoping (Wada) e, nos próximos três anos, vai contribuir com opiniões para que o controle seja mais rígido e, ao mesmo tempo, mais aceito pelos atletas mundo afora. Tudo para evitar que ícones e ídolos se transformem repentinamente em vilões, como no caso de Lance Armstrong.

- Estou acompanhando muito o caso Armstrong. Por muitos anos, ele foi tido como herói, e as pessoas confiaram no trabalho dele. Eu li a biografia dele, sabia muito da história dele. E ele traiu todos aqueles que acreditaram nele. Acho importante usá-lo como um grande exemplo para que os atletas criem consciência e que o controle cresça. Ele tem que ser punido severamente e ter o nome escrito na história para ninguém esquecer que foi um cara que traiu todo mundo. Esses heróis de mentira devem ser banidos.

No final do ano passado Emanuel foi indicado pelo Ministério dos Esportes, pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), pela Confederação Internacional de Vôlei (FIVB) e pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para representar o país na comissão de atletas da Wada. O nome do jogador foi aceito e integrado ao grupo que reúne outros 13 nomes de destaque do esporte mundial para, até dezembro de 2015, ajudar a tornar a abordagem dos exames antidoping mais aceita pelos atletas. Nos dias 29 e 30 de janeiro, ele estará em Nova York para sua primeira reunião no novo cargo.

- Muitos atletas sentem como se sua lealdade com relação a produtos químicos estivesse sendo posta em dúvida, mas, na realidade, estamos querendo mostrar que os atletas são o melhor material humano, e que os dopados têm que ficar fora. Sempre acreditam que eu esteja usando coisas ilícitas por causa da minha longevidade no esporte, mas na minha carreira toda, sempre joguei de forma limpa. Essa sempre foi minha bandeira, e por isso sinto satisfação por estar nesta comissão. Na minha visão o esporte é algo tão limpo e educado que não pode ser deturpado com o doping.



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