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Zé Roberto diz que seleção tem carências e nega favoritismo em 2016


Zé Roberto Guimarães orienta Campinas na partida contra o São Caetano, pela Superliga Feminina (Foto: Felipe Christ / Amil)

O desafio da seleção feminina de vôlei será grande em 2016, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, mas é isso o que motiva o técnico José Roberto Guimarães, campeão olímpico com o time masculino em 1992 e com as mulheres em 2008 e 2012. Em caso de mais uma medalha de ouro, o time feminino vai igualar o recorde de Cuba, campeão dos Jogos por três vezes seguidas (1992/96/2000). Para alcançar a marca, o treinador espera que, neste período, apareçam revelações, que reduzam "carências" em determinadas posições da equipe. Carências que não tornam o Brasil favorito ao ouro em 2016, segundo o técnico.

- Acho que a gente não tem uma quantidade enorme de jogadoras que você possa escolher. E em algumas posições, a gente está carente, e isso dificulta muito. A base é boa, mas temos carência de jogadoras em determinadas posições, e tivemos que improvisar. Não entraremos como favoritos no Rio - afirmou em entrevista ao SporTV.

A base é boa, mas temos carência em determinadas posições (...) Não entraremos como favoritos no Rio"
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Até 2016, a seleção deverá passar por uma renovação, apesar de ter uma base montada.

- Acho que a gente tem uma base, mas existe sempre uma abertura, haja vista o que aconteceu na seleção de 2009 a 2012. Algumas jogadoras que estavam na 'B' vieram para a seleção 'A' e ficaram, como o caso da Tandara. Isso pode acontecer. O importante é dar essa abertura, conseguir ver todas as jogadoras possíveis. Estamos com o planejamento de montar duas seleções novamente, uma até 23 anos, já que vai ter o Mundial da categoria. Torço sempre para que apareça um grande talento. Acho que é importante que apareçam caras novas e que obriguem as mais velhas a correrem, se dedicarem, isso faz parte da seleção, e tomara que aconteça - disse.

A experiência não tira o peso da pressão de Zé Roberto, que revelou sentir um frio na barriga sempre que é lembrado da disputa em casa, apesar de ainda faltarem quase três anos e meio para a disputa.

- Já dá para sentir a pressão. Vai ser mais difícil, muito mais, principalmente em função de sermos bicampeões olímpicos e de a Olimpíada ser no Rio. E a gente sabe que o vôlei é uma grande esperança (de medalha), assim como os outros esportes também são, mas vai ser complicado. A gente tem que se preparar desde já, botar a cabeça no trabalho e pensar as coisas que temos que realizar para chegarmos bem, porque tem muita coisa para ser feita. A dedicação terá que ser maior porque você passa a ser uma referência, o time a ser batido - ressaltou o treinador.

- Só de falar já me deu um frio na barriga. E esqueço por alguns momentos que a Olimpíada está aí. E não é que três anos e meio seja um tempo muito grande para se jogar os Jogos Olímpicos em casa. Já estou achando o tempo pequeno, e que a gente já teria que estar treinando. O técnico da Holanda já mandou e-mails querendo fazer amistosos com a gente. A movimentação é grande, já está todo mundo concentrado - acrescentou.

Fabiana, Fabi, Sheilla, Dani Lins e Natália Brasil ouro vôlei Jogos de Londres (Foto: Ivan Alvarado/Reuters)

O treinador da seleção feminina de vôlei confessou que sofre por antecipação, já que o trabalho a ser feito em um ciclo olímpico é sempre muito grande e detalhista.

- Todo dia (sofro), porque é aquela busca incessante de diminuir o erro, pelo movimento perfeito, pelo sincronismo das jogadas e movimentos. Para conseguir fechar esse quebra-cabeça, nos quatro quesitos que a gente trabalha (parte física, técnica, tática e psicológica), é um trabalho de muita dedicação. A gente fica muito tempo junto, mais tempo do que com a nossa família, e temos que aprender a lidar com isso. Só que é difícil aprender, principalmente agora.

A temporada de 2015, às vésperas das Olimpíadas, deve ser a mais complicada na opinião do tricampeão olímpico. E Zé Roberto explica o porquê, relembrando as edições anteriores da principal competição esportiva do mundo.

- Pelas experiências que tive, os anos mais difíceis são os anteriores às Olimpíadas. Em 2007 e 2011, tivemos muitos problemas. Nesses dois ciclos, sempre o penúltimo ano foi o mais complicado. O primeiro ano de todos os ciclos é mais tranquilo, o segundo tem Mundial, fomos duas vezes vice perdendo pra Rússia, mas felizmente o ano da Olimpíada tem sido de muita felicidade. Então está tudo certo.

Sobre a hora de parar, Zé Roberto, 58 anos, sabe que este momento está mais próximo, mas não planeja a aposentadoria e se vê ainda disposto a lutar pelas vitórias. O desafio da próxima competição o mantém à beira da quadra.

- Encaro tudo isso como uma missão que tenho e ainda me sinto com forças para brigar, discutir, tentar fazer o melhor possível, tentar ganhar títulos. O que mais gosto é de vencer, esse é o meu desafio, ganhar o campeonato seguinte, o próximo é sempre o mais importante. Acho que tenho força para mais esses três anos, tem coisas a serem feitas. Acho que ainda não é a hora de parar. Vestir a camisa da seleção brasileira, representar o país, ganhar e ouvir o hino nacional deve ser mais maravilhoso ainda. Quando as jogadoras se perfilam no primeiro lugar no pódio, aquilo é uma sensação indescritível.




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