Morre Chen Zhaodi, destaque da seleção chinesa de vôlei nos anos 80

A jogadora de vôlei chinesa Chen Zhaodi, que fez parte da seleção que dominou este esporte na primeira metade dos anos 80, morreu no último dia 1º, aos 58 anos, após passar 25 deles lutando contra um câncer, informou nesta quarta-feira a imprensa oficial do país asiático.
Chen, que nasceu em 15 de abril de 1955, fez parte da seleção chinesa que ganhou a Copa do Mundo do Japão, em 1981, e o Mundial Feminino do Peru, no ano seguinte, os primeiros triunfos internacionais do país asiático após décadas de isolamento em todos os campos, incluindo o esportivo.
Formada no Exército, Chen jogou no Bayi ("Primeiro de Agosto"), a equipe de vôlei das Forças Armadas chinesas, que, como em outros regimes comunistas, estão representadas nas ligas esportivas nacionais de todos os esportes.
"Ela dedicou sua vida ao esporte", destacou o jornal oficial "China Daily", que lembrou que Chen também se destacou como treinadora da seleção feminina júnior que conquistou o terceiro lugar no Mundial Juvenil de 1987.
Em 1988, ela foi diagnosticada com câncer, por isso deixou a carreira de técnica, mas após duas operações bem-sucedidas retornou ao esporte entre 1989 e 1992, quando participou da comissão técnica da seleção principal.
Em 1993, Chen foi nomeada vice-presidente da Associação China de Vôlei, e foi condecorada em duas ocasiões com o maior prêmio nacional a atletas.
Chen também foi comentarista deste esporte durante os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, nos quais a China obteve a medalha de bronze, e seus sucessos esportivos lhe renderam ascensões no Exército, onde chegou a ser comandante geral, a mais alta categoria a qual um atleta chinês já chegou.
A jogadora foi protagonista dos primeiros sucessos esportivos da China após o maoísmo, que vieram por meio de uma seleção de vôlei que posteriormente ganharia também medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984, no Mundial da Tchecoslováquia-1986 e na Copa do Mundo de 1985.
A principal líder desta seleção, Lang Ping, que chegou a ser técnica dos Estados Unidos, disse se sentir consternada pela morte de sua ex-companheira de seleção.
"Seu espírito de luta me dará coragem sempre, sentirei muitas saudades e seremos companheiras de equipe na próxima vida", afirmou Lang, apelidada pelos chineses de "Martelo de Ferro", em seu microblog pessoal.