Enquanto seus companheiros encaravam a derrota para dar entrevistas e   tirar fotos com torcedores, Rodrigo Quiroga deitou no chão da quadra.   Aproveitou para se alongar e ganhar tempo para organizar as ideias. A   expressão fechada deixava claro que a derrota do Minas para o Rio de   Janeiro não   seria aceita tão rapidamente. Mesmo ainda com o "gosto amargo" na boca,   como definiu, o ponteiro argentino fez um saldo positivo de sua   primeira temporada na Superliga brasileira. E revelou que deseja seguir   por aqui, tanto para crescer individualmente tanto quanto para exercer o   papel de "espião".
Quiroga chegou em Belo Horizonte como principal contratação do Minas   para esta temporada. Uma cirurgia no joelho, porém, deixou o atleta dois   meses afastado das quadras, e ele só pôde ajudar o clube praticamente   no final do primeiro turno. Com o argentino como titular, o grupo ganhou   mais consistência na linha de passe e melhorou o aproveitamento,   chegando às semifinais da Superliga.
- Trabalhamos o ano inteiro com muita gente machucada. Foi difícil, mas   ainda sim fizemos um torneio acima das expectativas. Saio com sabor   amargo pelo jogo que perdemos, mas acho que daqui a um pouco mais   estaremos mais tranquilos para pensarmos e vermos que o saldo vai ser   100% positivo. Gostaria muito de continuar aqui. Achei o clube muito   sério, muito preparado e com muita tradição. Jogar no Brasil, que tem a   melhor seleção do mundo e conta com esses jogadores na liga nacional, é   uma grande experiência. Poder estar aqui perto dos brasileiros, sabendo   como eles trabalham, como pensam o vôlei, é muito bom. Jogar contra eles   sempre é difícil, mas sabem como eles pensam e trabalham dá uma   vantagem importante – disse o jogador, um dos líderes da seleção   argentina nos Jogos de Londres.

 
Já pensando na Liga Mundial, Quiroga comemorou a escolha de Mar Del Plata como sede da fase final da competição.   Devido à decisão da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), o país se   garantiu no mata-mata e usará a fase de grupos apenas para conhecer os   adversários e adquirir ritmo de jogo. A classificação direta caiu como   uma luva já que, além de ter o apoio da torcida, a Argentina se livra de   uma briga duríssima por vaga na chave A, que conta também com Brasil,   Estados Unidos, França e Bulgária e garante apenas três times na etapa   seguinte.
- Com certeza é sempre bom ter as finais em casa. Há agora dois grupos   muito fortes, um outro que também é forte, mas tem só uma vaga (Grupo   C). Acho que nosso grupo vai ser muito duro
para classificar, e já estarmos classificados nos ajuda na preparação.   Mas vamos trabalhar muito na fase classificatória, pois vai ser muito   importante para nos prepararmos para a fase final.

Como a equipe argentina que disputou os Jogos de Londres tem média de idade baixa, Quiroga acredita em poucas mudanças em relação ao grupo que disputou as Olimpíadas. A única esperança que ele alimenta é que o desempenho do time desta vez seja melhor do que da última vez em que os hermanos sediaram a fase final da Liga. Em 2010, na primeira grande competição desta geração de atletas, a Argentina não venceu nenhum jogo. Avançou ao mata-mata por ser o país sede, mas se despediu da competição sem poder comemorar com sua torcida.
- Espero que seja muito melhor do que a vez que jogamos em Córdoba. Nós fomos verdadeiramente muito mal. Tivemos um jogo muito bom contra o Brasil, mas não vencemos. O time agora esta bem mais maduro, todo muito já tem as Olimpíadas no currículo, então vai ser diferente.
 
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