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Juliana é cortada novamente pela CBV


Juliana treinou por menos de uma semana com a seleção brasileira de vôlei de praia e já foi cortada novamente pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Dispensada em dezembro após não se apresentar com o grupo convocado pelo técnico Marcos Miranda, a bloqueadora foi chamada novamente e se apresentou no CT de Saquarema nesta segunda-feira. Na quarta, em entrevista coletiva, a santista não poupou críticas ao novo sistema. A direção da CBV não gostou do tom das declarações e optou pelo desligamento da atleta. A informação foi confirmada pelo superintendente de vôlei de praia da instituição, Tadeu Saad, e será oficilizada ainda nesta sexta-feira.

Com o corte, Juliana não poderá disputar competições internacionais, como o Circuito Mundial e o Mundial de Stare Jablonki, na Polônia, em julho, onde defenderia o título conquistado em Roma há dois anos. Para manter-se em atividade, a santista poderá disputar torneios Challenger no Brasil ou competir em algum circuito na Europa ou nos Estados Unidos. Não estará, porém, entre os atletas de nível olímpico.

Juliana treino vôlei de praia (Foto: Divulgação / CBV)

As mudanças no formato do Circuito Mundial e a implantação do sistema de seleções foi feito em novembro de 2012. Desta forma, os jogadores estariam subordinados às confederações de seus respectivos países para poder competir internacionalmente. Em dezembro, logo após o Open do Rio de Janeiro, os convocados da seleção brasileira deveriam se apresentar na sede da CBV. Juliana foi a única a não comparecer e foi desligada. A jogadora afirma que mandou um e-mail à entidade pedindo para não se apresentar.

Sem a medalhista olímpica, a seleção se concentrou no Centro de Desenvolvimento do Voleibol, em Saquarema em três períodos diferentes a partir de janeiro deste ano. Eleita a melhor jogadora do Circuito Brasileiro, Juliana foi chamada após a realização das duas primeiras etapas do Circuito Mundial, em Fozhou e Xangai, na China (nelas, o Brasil foi ouro com Talita/Taiana e bronze com Maria Clara/Carol). A estreia seria no Grand Slam de Haia, na Holanda no início de junho. Mas Juliana não gostou de ter sabido da novidade por terceiros, em vez da comissão técnica.

Juliana treino vôlei de praia (Foto: Divulgação / CBV)

Em entrevista coletiva após seu terceiro dia de treinamentos, a bloqueadora admitiu que o sistema em Saquarema a incomodava. Em vez do trabalho exclusivo que desenvolvia em um centro de treinamento próprio em Fortaleza, tinha que dividir a estrutura com mais 11 atletas da seleção feminina de praia, além dos atletas masculinos da areia e das duas seleções de quadra. Durante as atividades, trabalhava em sistema de rodízio de técnicos e parceiras.

- Eu não tive preparação, porque esse ano foi de muitas indecisões.Eu não sabia para onde eu ia, e acabou que isso atrapalhou muito a minha preparação e com certeza vai me atrapalhar durante o ano. Mas é um novo que a gente esta sendo obrigada a aprender.(...) Não dá para ter expectativa. Não sei quem é a minha parceira, não sei como é que vou jogar. Não tenho expectativa alguma. Eu soube por terceiros que vou jogar a etapa da Holanda. A comissão técnica não me falou nada. Até então a Ágatha jogava com a Maria. Não sei com quem a Maria joga, não sei com quem eu jogo. Está tudo muito estranho, muito difícil para mim.

Informado pela imprensa sobre as declarações, o técnico Marcos Miranda disse que não obrigava nenhuma atleta a estar ali e tentou minimizar o episódio. Maria Elisa, parceira de Juliana no Circuito Brasileiro, procurou um discurso conciliador e disse que o tempo ajudaria sua amiga a se adaptar às novas circunstâncias. Ao ver as declarações da campeã mundial na íntegra, porém, a CBV decidiu tomar uma medida drástica. Pela segunda vez, cortou Juliana. Agora, porém, o relacionamento entre as partes está mais estremecido do que nunca.

Juliana é a jogadora brasileira de vôlei de praia mais vitoriosa em atividade. Medalhista de bronze nos Jogos de Londres, a santista radicada no Ceará conquistou sete títulos do Circuito Mundial ao lado de Larissa, assim como dois ouros em Jogos Pan-Americanos e quatro medalhas em Mundiais (ouro em Roma 2011, prata em Berlim 2005 e Stavanger 2009 e bronze em Gstaad 2007). Na temporada 2012/2013, a atleta foi a única a subir ao pódio feminino em todas as etapas e faturou os prêmios de melhor atacante, melhor bloqueadora e melhor jogadora.




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