A série invicta do Minas no Campeonato Sul-Americano de clubes foi interrompida antes de ter um final feliz. Comandado pelos brasileiros Evandro e José Júnior e pelo argentino Olteanu, o UPCN, da Argentina, derrotou a equipe anfitriã e conquistou seu primeiro título na competição. Por 3 sets a 0, com parciais de 30/28, 25/17 e 29/27 , a equipe de San Juan garantiu ainda vaga para o Mundial de clubes, que será disputado no Brasil, em outubro.
- Para a gente não foi surpresa, não. Nosso time estava bem compacto. Jogamos a final do Campeonato Argentino, chegamos à final de todos os campeonato que disputamos e vencemos os mais importantes. Este grupo merece. Fizemos um ano fantástico - disse Evandro.
UPCN já havia disputado a final do Campeonato Sul-Americano nas duas últimas temporadas. Em ambas as ocasiões, havia sido superado por times brasileiros. Em 2011, o algoz foi o Sesi-SP; em 2012, o Cruzeiro.
Na fase classificatória, o Minas havia derrotado o UPCN com relativa tranquilidade. Na ocasião, o time de Horacio Dileo venceu por 3 a 1 (25/13, 21/25, 25/14 e 25/23) e garantiu o primeiro lugar do Grupo A, avançando para as semifinais da competição. Neste domingo, a derrota selou ainda as despedidas de dois titulares: Maurício defenderá o Rio de Janeiro na próxima temporada, enquanto Lucarelli irá vestir a camisa do Sesi-SP.
- Faltou jogarmos voleibol. Faltou tudo, jogamos abaixo em todos os fundamentos. Infelizmente foi numa decisão, em jogo único. Jogamos em um nível abaixo do que estamos acostumados e do que jogamos contra o Rio de Janeiro. Nunca jogamos desta maneira, com todos os jogadores tão abaixo em todos os fundamentos. Foi uma pena porque era o último jogo, um título que queríamos tanto. Mas é uma lição que fica para não acontecer, porque essa derrota vai ficar na cabeça muito tempo - lamentou o levantador Marcelinho.
Comandado por brasileiros, UPCN sobra no bloqueio
Com o saque muito forçado, o UPCN bagunçou a recepção do Minas e largou na frente, abrindo 4 a 1. Aos poucos os anfitriões foram encurtando à vantagem, até chegar ao segundo tempo técnico na frente, em ponto de Lucarelli (16 a 14). Diante da reação argentina, o técnico Horacio Dileo pediu tempo. Não evitou, porém, o empate em 22 pontos. O Minas retomou a dianteira, mas desperdiçou três set points. Dileo parou o jogo mais uma vez, e novamente não teve sucesso em sua mensagem. Um bloqueio sobre o tcheco Filip encerrou a primeira parcial, após 35 minutos, em 30/28.
No segundo set, o Minas seguiu com problemas. Além de largar atrás no placar, a equipe da casa perdeu o líbero Lukinha. O jogador, que teve febre durante o dia, teve queda de pressão e saiu da quadra amparado direto para o vestiário. Assim, o ponteiro Lucas Lóh foi improvisado como líbero. O UPCN se aproveitou da situação e deslanchou. Comandado pelo brasileiro Evandro, o time sobrou no ataque e no bloqueio. Quando abriu 12 a 9 com ponto neste fundamento (6 a 1 em bloqueios até o momento), Dileo parou a partida novamente. O técnico fez a inversão, mas seus comandados não reagiram e sofreram mais um revés: 25/17.
Pressionado pelo rival, o Minas continuou apático no terceiro set. Enquanto os brasileiros Evandro e José Junior viravam uma atrás da outra pelo time argentino, os atletas do time brasileiro paravam um a um no bloqueio adversário. Quando o placar marcou 10 a 7 para os visitantes, Dileo colocou Henrique no lugar de Otávio. Mesmo no sacrifício, já que não vinha treinando devido a uma lesão no pé, o central virou a primeira bola quando acionado e acordou a torcida na Arena de Belo Horizonte.
Com Lucarelli, o Minas empatou em 16 pontos. Um saque na rede de Quiroga, no entanto, caiu como uma ducha de água fria no elenco. Filip, mais uma vez barrado pelo bloqueio de Júnior, foi substituído por Thiago. Com o placar igualado em 23 pontos, o técnico do UPCN parou a partida. A tática surtiu efeito, e Maurício sacou na rede. Lucarelli salvou dois championship points, e o Minas chegou ao set point após uma condução e um ataque argentino para fora. O time argentino recuperou a vantagem, e desta vez não perdoou: 29/27.
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