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Sandra Pires completa 40 anos e não descarta voltar à praia como técnica


De tempos em tempos, Sandra Pires tira da gaveta seus álbuns de fotos. Gosta de tê-las em papel e reviver momentos importantes. Dia desses, a medalha de ouro olímpica também saiu de casa e foi parar de novo no peito da ex-jogadora.

Como  nos Jogos de  Atlanta 96. Então com 23 anos, Sandra Pires entrou para a história, ao lado de Jackie Silva, como as primeiras mulheres campeãs olímpicas do esporte brasileiro. Apesar da resistência inicial, o gesto foi repetido exatamente para eternizar uma fase que começa neste domingo: os 40 anos. E desencadeou emoções. Trouxe a lembrança do quanto ela foi difícil de ser conquistada. Quatro anos depois de ter encerrado a carreira, Sandra diz que as recaídas viraram uma constante. Se a vontade de estar em quadra ainda persiste, ela não descarta a possibilidade de, no futuro, voltar à antiga rotina, só que como técnica. Vai para o sétimo período da faculdade de Educação Física e esse poderá ser um caminho.

Sandra Pires ensaio 40 anos medalha (Foto: Divulgação)

- Eu nunca fui preocupada com idade. Acho que o que muda, no meu caso, é mais a cabeça do que o corpo. Acho que minha vida de atleta ajudou muito a me manter saudável. Além disso, tenho genética abençoada. Quando parei, falei: "Vou viver". Mas você arranja um monte de coisa para manter a cabeça ocupada e pensa que poderia ter jogado mais um pouco. Eu tinha o problema da altura (1,75m) e achava que a evolução seria grande, que iriam aparecer mulheres com 2,00m e que eu seria engolida. Mas não foi assim. São mais jovens, têm mais vigor físico, mas não essa altura toda como a da Walsh e da May. Tive e tenho recaída até hoje. Fui fazer faculdade para adquirir conhecimento e abrir meu leque. Hoje sou comentarista do SporTV e estou estudando. Eu não quis me envolver muito com aquela rotina antiga, de sol e praia, e me afastei. Mas agora, não descarto voltar. Gosto - disse.

Quando está naquele que foi seu "escritório" por tantos anos, não consegue ficar parada. Sandra se arrisca no beach tennis - faz aulas de têns também -, mas poucas vezes é vista jogando vôlei. A cobrança é grande e o espírito competitivo continua intacto. Mas e se ela e Jackie reeditassem a parceria só por brincadeira, para enfrentar as atuais duplas nacionais?

- Todo mundo quer que eu jogue como antes e eu não quero perder. E aí, começo a saltar feito louca e isso é perigoso para alguém que está sem treinar. Jogar com a Jackie de novo, sem treinar, com as meninas no auge e treinando todo dia é difícil. Mas se a gente treinasse, acho que daria para fazer uma graça, com certeza (risos). Jackie escolheu ser técnica, viaja, tem os projetos de escolinha dela. Acho que ainda bate uma bola durante os treinos que dá. Ela é uma amiga, uma figura! Só lembro das dietas malucas que fazia. Ela ouvia e adotava. Teve uma que foi de maçã com queijo. Estava sempre preocupada em não engordar porque era mais baixa (risos).

Depois das duas, nenhuma outra parceria chegou tão longe nos Jogos. Sandra não esperava que o jejum fosse chegar a quatro ciclos. Espera que o investimento que vem sendo feito possa também ajudar a buscar novos talentos. Espera também que o Brasil possa fazer uma boa campanha nas Olimpíadas do Rio.

- Eu participei de mais duas edições e não consegui outra de ouro. Veio uma de bronze. As brasileiras têm habilidades e grandes chances de manter a tradição, de brilhar. Estamos entre as melhores, mas não somos favoritas. Acho que está havendo um investimento pesado para que não falte nada. É importante que possamos fazer alguns jovens evoluírem rapidamente e fazer uma mescla com as mais experientes. É mais difícil a renovação no feminino do que no masculino. Temos que buscar, incentivar mais as mulheres a jogar. Nas Olimpíadas você é muito testado psicologicamente. Às vezes é favorito e não consegue ganhar. Nós éramos e conseguimos. O fato de não ter internet ajudou mais um pouco porque não fiquei preocupada com a pressão da torcida, não via a repercussão.

Atualmente, a pressão de Sandra é com a preparação da festa de aniversário. Foram raras as que teve. Quase sempre estava viajando ou competindo. Desta vez, quer reunir em volta da mesa um bom número de amigos de várias partes do mundo e a família. Para o convite, escolheu uma das fotos que fez para seu "book". Nunca teve paciência, para tantos cliques, mas achou que a ocasião pedia.

- Eu não queria, porque você tem que ficar parada, fazendo pose, trocando de roupa, maquiagem. Mas fui convencida e fiz. Curti. É para marcar os 40 e ver quando tiver 60. Dizem que a vida começa aos 40. É, é um bom incentivo (risos). O que eu quero é riscar a pista e comemorar muito. Deixo para depois pensar nos cremes para a pele - diverte-se.




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