William volta a alimentar seu sonho olímpico com seleção


Lá pelos 20 e poucos anos, William Arjona tinha a sensação de que a chance de vestir a camisa da seleção brasileira havia passado. Estava jogando no Bolívar, onde era respeitado, chamado de Mago. O desejo de jogar um Mundial, uma edição de Jogos Olímpicos era tão grande, que pensou em se naturalizar argentino. Como o processo caminhava a passos lentos, e a saudade da família apertava após quatro anos longe de casa, o levantador resolveu voltar para o Brasil. Desistiu do processo e do sonho. Defendendo o Cruzeiro, foi conquistando seu espaço e, nesta temporada, entrou na lista de Bernardinho para a Liga Mundial. Aos 33 anos, William admite ter sentido uma pontinha de ansiedade contra a Polônia, o primeiro adversário. Mas a vontade de mostrar serviço durante os minutos que substituiu Bruninho foi maior. E o sonho que parecia distante voltou a ganhar força.

- Entrar durante o jogo, no calor do jogo, é tenso mesmo para mim, que sou um pouco mais experiente. Espero que com o tempo, ganhando entrosamento, eu fique cada vez mais confortável. Mas foi bem legal. Fiquei muito feliz. Sobre a possibilidade de realizar o sonho olímpico, ainda temos quatro anos pela frente. É um período grande. Eu sonho, claro, e não nego. Mas sei que fazer parte do grupo é complicado. Temos muitos jogadores bons. Sei que o Bernardo tem um leque de opções. Mas tenho que me valorizar, eu gosto de estar aqui, gosto de jogar, nunca passei por nenhuma cirurgia. Então, acredito que vá chegar a 2016 muito bem. Se ele precisar de um cara como eu, vou estar muito feliz e querendo fazer parte desse grupo - disse o levantador que, em 2003, passou por um período de treinos com a seleção.

Nesta sexta-feira, William estará de novo naquela que considera "quase sua casa". Irá reencontrar amigos, entre eles Carlos Weber, seu ex-técnico. Por conhecer bem o comandante argentino, sabe que o Brasil não terá vida fácil, mas espera que o time saia de lá com mais dois triunfos no bolso. O primeiro jogo será às 21h (de Brasília).

- Voltar para cá me trás boas lembranças. Vivi bons momentos aqui. Isso me conforta. O vôlei argentino é bem parecido com o nosso, o treinador deles já trabalhou no Brasil e conhece muito o nosso jogo. Tenho certeza de que vão ser partidas bem complicadas, principalmente jogando aqui, onde a torcida apoia muito. Mas temos um bom time, que  tem crescido bastante e acho que as duas vitórias na Polônia nos deram uma confiança ainda maior e importante. Eu e Weber somos amigos, convivemos muito tempo e temos um carinho muito grande um pelo outro. Mesmo assim, espero vencê-lo dessa vez.

 Do atual elenco, William é o mais velho. Tem gostado da troca de experiências com os companheiros mais jovens e também com Bernardinho. Diz que o grupo é mais tranquilo do que imaginava quando estava do lado fora, e que tem aprendido muito com o experiente treinador. 

- Como é um grupo mais jovem, onde ninguém tem vaga garantida, todos se doam bastante. Temos um nível de treinamento sempre muito bom, com total disposição e o relacionamento é ótimo. São pessoas que já se conhecem há algum tempo. Estou bem confortável na seleção. Aprendo muita coisa com o Bernardinho. Ele é um cara que entende demais de vôlei. É impressionante. Eu, já com essa idade, começo a ver o jogo talvez como um treinador. Consigo entender de uma outra forma. E tudo que ele fala é muito sensato, bem colocado. O cara entende profundamente do esporte, e isso é incrível. Estou tentando tirar o máximo que posso, aprender ainda mais com os toques que me dá e também para a equipe, porque é incrível a sensibilidade que ele tem no jogo.



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