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A renovação é sucesso


Bruninho1 Vôlei: A renovação é sucesso

 

Querer antecipar resultados e buscar comparações superlativas com atletas e equipes em desenvolvimento é um grande risco. Mesmo para quem entende de esporte.

O vôlei entrou no programa dos Jogos Olímpicos em 1964 – época em que os países sede podiam incluir duas modalidades à sua escolha – e o Japão se preparou ferozmente no masculino e no feminino para ocupar os lugares mais altos do pódio.

No feminino a coisa funcionou e ali começava a hegemonia da escola asiática com o jogo baseado em muita velocidade e combinações de ataque e uma defesa efetiva que lutava muito para a bola não cair. Durante muito tempo, as meninas do Japão não saíram do pódio.

No masculino a coisa não deu certo. O time foi bronze e Yasutaka Matsudaira iniciou um processo que previa o resultado em oito anos. A renovação da equipe começou e, no México em 68, o time foi prata num torneio que foi disputado no sistema "round robin" ou todos contra todos. O Japão teve duas derrotas para a União Soviética e para a Tchecoslováquia e ficou com a prata. Contra a, então campeã mundial, Tchecoslováquia abriu 2 a 0 com acachapantes 15/2 e 15/3 e teve chance de fechar, mas os jovens Oko, Sato, Morita e Shimaoka sentiram o peso de enfrentarem os campeões e tomaram a virada. Contra a URSS aconteceu o mesmo de um 15/4 para uma virada de 3x1 e os soviéticos foram bicampeões olímpicos.

Nada disso atrapalhou os planos de Matsudaira que, focado em sua meta, chegou a Munique 72 e arrasou todos os adversários. Todas as competições até os Jogos Olímpicos haviam sido de preparação para a conquista. O objetivo traçado oito anos antes. Os mesmos atletas que sentiram o peso quatro anos antes estiveram entre os destaques do time naquela conquista.

A fobia e o "pachequismo" com coisas como: "já é um dos melhores do mundo" a respeito de Lucarelli e dizer que o time teria a chance da revanche da final olímpica mostram uma falta de paciência com trabalho e a realidade.

Vivência em finais é fundamental para forjar um atleta e, nessa hora, é que a responsabilidade pesa. Uma mostra do cuidado com o trabalho foi o jeito com que ele sempre se dirigiu aos atletas mesmo nos momentos mais adversos. Longe do estilo Bernardinho, ao qual estamos tão acostumados. Mudança no comportamento do técnico? Não apenas zelo com o futuro.

Não se substitui um Murilo do dia para a noite. Até porque sua presença nos cartazes do evento nos faziam lembrar a falta que ele faz. O Brasil atacou pouco depois do primeiro set. Encolheu e respeitou demais o adversário, que viu a oportunidade e cresceu dominando o jogo. O resultado foi uma vitória incontestável.

Independente do placar, Lucarelli, Mauricio e Isac entraram e desempenharam muito bem. Mostrando que, sem dúvida alguma, o Brasil é um dos favoritos ao título em 2016. Trabalho e talento não nos faltam.

Escrito por Alvaro José.

Álvaro José Paes Leme é comentarista esportivo e desde 1980 - quando tinha apenas 23 anos -, vai a todas as Olimpíadas: esteve em três jogos de Inverno e em oito jogos Olímpicos no Verão até hoje, sem contar as Copas do Mundo. Como pulou de um esporte para outro na infância e na juventude, aprendeu a técnica de várias modalidades. Adora natação e atletismo. Documentou algumas medalhas de ouro históricas do Brasil em Olimpíadas. Na Rede Record, sua primeira missão foi cobrir os jogos de Vancouver, no Canadá.



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