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Ex-melhor do mundo supera rixa com treinador e vira auxiliar na Argentina


Seu nome é anunciado no sistema de som e, sob muitos aplausos, Marcos Milinkovic anda em direção ao banco de reservas. Como repete há anos, beija a medalha religiosa que carrega no peito e faz o sinal da cruz. Mas, se a tradição antes dos jogos continua a mesma, os passos seguintes mudaram. Um dos maiores nomes da história do vôlei argentino, eleito melhor do mundo em 2002, o ex-oposto tenta se adaptar à nova função de auxiliar técnico. Logo de cara, aceitou a missão de ajudar seu antigo parceiro, o ex-levantador Javier Weber, na Liga Mundial. Nesta semana, tenta levar a seleção à difícil classificação às semifinais em Mar del Plata.
No primeiro jogo da fase final, a Argentina lutou, mas caiu diante da Bulgária. Ainda que tenha feito um jogo duro diante dos europeus, não conseguiu definir nos momentos decisivos. Agora, precisa vencer a Itália, na próxima sexta-feira, às 21h, para se manter com chances de classificação às semifinais pelo grupo D.
Marcos Milinkovic vôlei Argentina (Foto: João Gabriel Rodrigues)
Nos Jogos Olímpicos de 2000, em Sydney, Milinkovic, ao lado de Weber, ajudou a Argentina a derrubar o Brasil nas quartas de final. Ainda que tenha ficado com o quarto lugar e fora do pódio, o então oposto deixou a Austrália com o prêmio de melhor jogador da competição. Em 2002, foi eleito pela FIVB como melhor atleta da temporada após o Mundial em Buenos Aires, onde o Brasil foi campeão pela primeira vez.
Durante a carreira, Milinkovic passou por diversos clubes, inclusive do Brasil. Foi campeão da Superliga pelo Unisul, em 2003/2004, e vice com o Florianópolis, em 2006/2007. Aos 41 anos, o oposto deixou as quadras nesta temporada, depois de perder a final do campeonato argentino com o Buenos Aires Unidos. Com o chamado de Weber para assumir o posto de auxiliar na seleção, o ex-jogador se manteve ligado ao vôlei.
- Eu já me adaptei. Weber está me ajudando muito, estou aprendendo muito ao lado dele. Estou contente de estar aqui treinando com a galera e fazer parte dessa Liga Mundial. Eu joguei até esse ano. Mas eu já sabia, antes de jogar o campeonato, que seria o último. Fomos bem, chegamos até a final. E tive a sorte de receber o chamado de Weber, começar a trabalhar com ele. Estou contente e orgulhoso por começar a trabalhar numa comissão técnica justamente aqui, na Argentina.
Ao lado de Weber, Milinkovic ainda é tratado como ídolo na Argentina. Posa para fotos, dá autógrafos e teve seu nome gritado antes da partida contra a Bulgária. Mas, para se juntar ao ex-levantador na seleção, o oposto precisou fazer as pazes com o técnico. Em 2009, quando assumiu o comando da equipe, Weber não convocou o antigo parceiro, o que gerou um racha entre os dois. Tudo resolvido com uma conversa antes da Liga Mundial.
Marcos Milinkovic vôlei Argentina (Foto: Divulgação/FIVB)
- A gente se conhece muito, sabemos quais são as coisas boas e as ruins do outro. Então, compensamos o perfil dele em alguns momentos com o meu. Falo as coisas com ele quando vejo que ele está meio nervoso (risos). Ficamos um pouco longe por algumas coisas que aconteceram. Mas conversamos antes de começarmos a trabalhar juntos e ficou tudo tranquilo. Tomara que consigamos algumas coisas boas juntos com a seleção e que essa galera dê um resultado bom.
Na fase de classificação, a Argentina não teve boa campanha. No Grupo A, ao lado do Brasil, teve apenas uma vitória, contra os Estados Unidos, e nove derrotas. Só disputa a fase final por ser o país sede. Milinkovic explica, porém, que o momento é de iniciar uma reformulação rumo aos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro.
- Trabalhamos muitos jogadores nessa primeira fase. Conseguimos jogar muito bem em alguns momentos, mas os resultados não foram bons. Ficamos tranquilos porque, em alguns momentos, quando estávamos concentrados, jogamos de igual para igual contra Brasil, Polônia e Bulgária. Tomara que, nas finais, a gente consiga uma concentração e uma regularidade maior do que na primeira fase.
Com o passado ligado também ao Brasil, Milinkovic também acompanha atentamente a renovação comandada por Bernardinho na seleção. E elogia que, apesar das mudanças, a equipe mantém o alto nível.
- O Brasil vai ser sempre favorito. Muda jogador, muda time, mas não muda muito a qualidade. O Brasil tem a sorte de ter jogadores de um nível muito alto há muito tempo. Com certeza vai é um dos favoritos.



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