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Lorena foge da Europa e promete incendiar Maringá


Pode parecer soberba, mas a frase sai com naturalidade. "A Superliga sem o Lorena não é igual". Com a mesma tranquilidade que costuma anteceder à explosão dentro de quadra, o oposto admite que, frente à torcida, seus pontos ficaram em segundo plano. "Eu já virei um personagem diferenciado", explica. Por isso, nos dois meses chuvosos que passou de férias na Europa, buscou um jeito de vencer a vontade de sua esposa, a francesa Aurelie. Apesar dos pedidos, não queria deixar o Brasil. A ligação de Ricardinho, então, serviu como a desculpa ideal. Ao lado do levantador, aceitou a missão de liderar a nova equipe de Maringá, cidade do interior paranaense. E, por lá, quer repetir os passos que o levaram ao posto de "maluco beleza" das quadras nacionais.

Ao final da última temporada, com o Sesi-SP, Lorena embarcou para a França, onde passou dois meses de férias ao lado da mulher e do filho, Vittorio, de um ano e meio. Lá, ouviu de todos os lados o pedido para que ficasse. Mas, por ora, o oposto se fez de surdo.
Lorena vôlei Maringá (Foto: João Gabriel Rodrigues)
- Sempre tentam me segurar (na Europa), ainda mais agora com meu filho. Mas o coração é brasileiro, sempre dou uma enrolada (risos). Eu me seguro até o último momento para não assinar lá. Espero que demore um monte para jogar lá de novo. Não quero voltar agora, ainda tenho muita coisa para fazer aqui. Eu quero continuar fazendo o que eu sempre fiz. Não quero mudar, não. Quero melhorar. Estou com gás total. Quem sabe Maringá não me acolhe bem, com o estádio lotado? Eu vou colocar fogo naquela cidade – garantiu o jogador.
Por pouco, Lorena não deixou o Brasil. Chegou a ter longas conversas com Giovane, que ainda tenta montar uma nova equipe em Barueri, mas a demora para encontrar um patrocínio o afastou do projeto. A Europa, então, aparecia como destino mais provável. Foi quando o oposto recebeu o convite de Ricardinho, com quem fez uma parceria de sucesso no Vôlei Futuro. Na equipe de Araçatuba, os dois, que chegaram a brigar dentro do vestiário, se tornaram amigos e prometeram que voltariam a entrar em quadra juntos. Em Maringá, Lorena quer manter seu jeito explosivo.
- Não tem quem não goste do Lorena (risos). Em todos os lugares que eu passei, tanto Europa quanto o Brasil, nunca mudei minha personalidade.  Quem me conhece sabe que eu sou completamente da paz, mas, ali dentro, eu gosto mesmo de jogar, de brigar, de vencer. Mas tenho certeza que em Maringá vão adorar meu jeito. A Superliga sem o Lorena não é igual. Às vezes fico pensando. Sou um cara tranquilo, não ligo muito para marketing, mas já virei um personagem diferenciado na Superliga. Não vou dizer que sou isso ou aquilo, eu não sou nada. Mas a minha imagem é um personagem diferenciado. Eu não vejo ninguém assim. Um pouco o Ricardinho, o Serginho (do Sesi), que também está mais calmo. Eu acho isso muito engraçado, sou um personagem. As pessoas criticam, falam, mas as gostam mesmo assim. Por isso quis ficar.
Lorena vôlei Maringá (Foto: João Gabriel Rodrigues)
A equipe ainda não foi confirmada. Lorena, no entanto, adianta a chegada de nomes como o argentino Quiroga (ex-Minas), Acácio (ex-Cruzeiro), Cleber (ex-Sesi) e Michael (ex-Vôlei Futuro). A formação anima o oposto.
- Vai ser um time que vai dar trabalho. Foi um time montado meio às pressas, mas o pessoal que se cuide porque vamos chegar chegando (risos).
Lorena costuma ter sucesso em novos projetos. Na temporada 2009/2010, levou o Montes Claros, de Minas Gerais, à final em seu primeiro ano e se consagrou como maior pontuador em uma mesma edição da Superliga, com 699 pontos. Depois, ao lado de Ricardinho, fez com que o Vôlei Futuro, de resultados modestos até então, também chegasse à decisão. O oposto espera repetir os passos na equipe paranaense e, quem sabe, conquistar o título que falta no currículo.
- Eu gosto demais de desafios. Estou superconfiante de que o time vai ser um sucesso porque a cidade adora vôlei. O time é bacana. Só espero que eu tenha a mesma sorte que em Montes Claros, chegar à final no primeiro ano do projeto. Se eu tiver essa sorte, vai ser muito bacana (risos). Eu treino para ser campeão. Ainda não consegui, mas tenho certeza de que ainda vou ser – disse o oposto.
Seleção ainda não é uma prioridade do jogador. Preterido por Bernardinho, o oposto prefere manter seu foco na camisa que vestir durante a temporada. E, com o mesmo estilo que atraiu os holofotes nos últimos anos, espera ganhar a torcida em Maringá.
- Estou aproveitando o dia. Mas comigo sempre parece ter um problema (na seleção), sempre tem alguma coisa. É a idade, a altura, não sei mais o que. Eu quero fazer algo pelo vôlei brasileiro. Se não posso ajudar a seleção, quero ajudar um time que confie em mim. Hoje, graças a Deus, eu tenho um público muito grande, que gosta de mim. Assim como tem muita gente que me critica. Mas que continue! O personagem é isso. Não é só receber elogio, é gostoso receber a crítica também.



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