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Como foi a final do Sul Americano 2013

Sul-Americano de Volei - Brasil x Argentina, Bruninho (Foto: Alexandre Arruda/CBV)

O ginásio, que tem capacidade para 3,2 mil pessoas, se transformou em um verdadeiro caldeirão, desde o momento da execução do Hino Nacional, até a primeira bola do jogo, sacada por Sidão, com força no fundo. As vaias foram sonoras quando Bruno Romanutti bateu em cima do bloqueio de Lucarelli marcando 1 a 0. Na sequência, Leandro Vissotto empatou em uma bela cortada pela direita, sem chances para Uriarte. A torcida foi ao delírio, mostrando o contraste que teriam as reações até o fim do jogo a cada ponto brasileiro e argentino.
Um dos melhores lances do primeiro set foi no quarto ponto da Argentina. Depois de um rali bonito, com muitas reviravoltas, os hermanos marcaram 4 a 2. Os balões infláveis pareciam tambores ensurdecedores, mas o efeito não era o esperado.  O adversário jogava com seriedade, e o Brasil errava muito, como quando Vissotto mandou uma bola para fora no 8 a 4 dos visitantes. Bernardinho demonstrava impaciência com o jogo que relutava a encaixar. Ele abria os braços, dava orientações, xingava em alguns momentos e lamentava as falhas.
Mário Junior foi sacado pelo comandante e tomou uma chamada no banco de reservas. Romanutti desperdiçou um saque na rede. A torcida vibrou, mas parecia um pouco mais contida diante da atuação brasileira, abaixo do normal, até que Wallace acertou uma bonita bola pela direita. Em seguida, os argentinos tentaram de segunda, o bloqueio estava esperto e não caiu na jogada. Sidão, com as duas mãos, colocou a bola perto da linha, no fundo da quadra, reduzindo para 18 a 13. O camisa 12, Lipe, entrou para sacar com 20 a 16 no placar e ganhou o apoio dos fãs, mas os argentinos conseguiram pontuar. Lucão marcou, mas Vissotto errou um saque na rede em seguida. Mesmo com o apoio, o jogo do Brasil não entrava. E os hermanos não quiseram nem saber, fechando a parcial em 25 a 19.
A chamada de Bernardinho aos atletas foi grande antes do início do segundo set. Ele gesticulou e orientou seus comandados, parecendo nervoso. A torcida estava quieta. O Brasil recomeçou o jogo na frente, abrindo 5 a 3 com uma boa bola de Sidão. Em seguida, Mário Júnior levou uma pancada no peito, e a Argentina encostou. Nervosos, os fãs até esqueciam de chamar os nomes de Bruninho, Lucarelli & cia. quando eles iam sacar como normalmente fazem. As vaias aos hermanos continuavam, mas eles não pareciam estar nem aí e empataram em 8 a 8.
O time brasileiro ainda parecia um pouco nervoso. Os argentinos estavam mais tranquilos apesar do ambiente adverso. No treinamento pela manhã, o próprio técnico Javier Weber havia afirmado que o objetivo dos hermanos, que era a vaga no Mundial, já estava alcançado e, por isso, o time jogaria sem pressão. O Brasil conseguiu emplacar quatro pontos de vantagem, em 17 a 13, quando alguns ataques começaram a funcionar.
A Argentina, atrás no placar, apostou em Quiroga, que jogou a última temporada da Superliga pelo Minas, mas fechou recentemente com o Maringá, time do levantador Ricardinho. O camisa 9 foi bem quando acionado, e levou a Argentina ao 15º ponto com um toque sutil pelo meio. Mas a torcida voltou a festejar como no início do jogo quando o Brasil marcou com uma pancada de Wallace pela direita. O jogador também pareceu entrar no espírito das arquibancadas e celebrou com euforia.
Sidão deu um toque magistral no ponto seguinte após um levantamento muito para fora de Bruninho, enganando os rivais: 21 a 17. Na sequência, o levantador brasileiro acertou, e Dante cravou o 23 a 19. O 24º ponto veio em um lance polêmico em que os argentinos, segundo a arbitragem, invadiram a quadra brasileira. E, no fim, parcial a favor dos brasileiros em 25 a 20.
Com a vitória no segundo set, a torcida voltou animada para o terceiro. As batidas de balões infláveis voltaram no ginásio Alfredo Barreto, assim como a cantoria. Wallace estava bem pela direita e ajudou o Brasil a empatar. Mas Quiroga, em uma linda deixadinha que deixou a defesa brasileira no chão, abriu 4 a 2. Na sequência, o camisa 9 foi hostilizado demais em seu saque e mandou para fora.
O Brasil encaixou alguns ataques e, enfim, virou. A jogada mais importante foi a que colocou 7 a 5 no placar a favor dos brasileiros. Quiroga, mais uma vez, deu uma deixadinha. Mas Mário Júnior estava esperto e deslizou demais para salvar a bola. Na sequência, um grande rali foi travado, e o ponto do Brasil foi marcado no bloqueio simples de Sidão, que foi para perto da torcida e deu socos no ar, bastante empolgado. A torcida passou a cantar: "Brasil, Brasil, Brasil", e o time de Bernardinho parecia no controle da situação.
Sidão estava bem no jogo. Afinal, ele prometeu o título à noiva Dani Lins no início da competição e precisava sair campeão. O camisa 5 recebeu de Bruninho para marcar o 11 a 7 do Brasil, com um ataque curto pelo meio. Depois, voltou a celebrar com força quando acertou um ace: 12 a 8. Wallace também mostrou a que veio, partindo de trás para pontuar o 13º do Brasil, com o argentino Solé escorregando perto da rede, reclamando da quadra estar molhada.
A torcida pegava no pé de todos os argentinos, mas Quiroga sofria mais. As vaias eram mais altas quando ele ia para o saque. O camisa 9 mandou uma bola forte, mas o Brasil armou um contra-ataque pela direita com Wallace e fez 15 a 11. Dante encheu a mão para fazer o 16º pelo lado oposto da quadra.
O ponto seguinte veio com bloqueio do camisa 4 da seleção pela esquerda. Wallace, que também estava bem como Sidão, fechou o jovem Kukartsev, de 19 anos. O argentino ficou no chão irritado com o ponto perdido. Sem intenção, ele deu o troco, acertando uma pancada em sua cabeça na sequência. A bola voou para o alto do ginásio. Ele até pediu desculpas para Wallace que, fez 20 a 15 em nova cortada pela direita mais tarde.
O atacante brasileiro continuou bem, marcando o 22º, em uma reprise de seus pontos até então. Ele só não conseguiu segurar o ataque argentino na sequência, falhando na manchete. Quando Bruninho foi para o saque com 24 a 19 no placar, ouviu as batidas dos balões infláveis, os gritos e contou com Dante no bloqueio para fechar em 25 a 19.
O jogo parecia equilibrado no início do quarto set, com argentinos e brasileiros alternando pontos e falhas. O camisa 12, Federico Pereyra, vibrou demais com uma pancada que deu em cima do bloqueio triplo com Sidão, Wallace e Bruninho, marcando 6 a 5. A Argentina seguiu na dianteira na sequência, mesmo com a torcida vaiando. Lucarelli enganou o bloqueio hermano pela esquerda, dando um toquinho no chão. Sidão conseguiu mais um ace e começou a ouvir seu nome sendo gritado quando empatou em 7 a 7.
A virada veio em bloqueio duplo de Lucão e Lucarelli pela direita, frustrando a tentativa de Pereyra. O técnico Javier Weber pediu tempo técnico, ajustou algumas falhas e os argentinos melhoraram, virando em 14 a 12. A torcida percebeu que os comandados de Bernardinho precisavam de auxílio e cantou: "Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor". O empurrão ajudou, e o Brasil conseguiu o empate em 15 a 15 com Wallace.
Sidão foi para o saque ovacionado pelo que já havia feito na partida até então, mas botou para fora. Bruninho e Wallace saíram para as entradas de William Arjona e Leandro Vissotto. Lucão pontuou, e os hermanos erraram o ataque seguinte, deixando Brasil com 18 a 17.
Mais tarde, com o placar em 20 a 20, o 21º ponto veio no grito dos brasileiros, beneficiados pela decisão da arbitragem em um lance polêmico em que Quiroga parece ter tocado com a mão esquerda na quadra brasileira. A torcida não quis nem saber e já comemorava. O técnico da Argentina e seu assistente, o lendário ex-jogador Marcos Milinkovic, ficaram revoltados com a marcação. Weber levou uma advertência, e o Brasil, o ponto.
A torcida gritou "é campeão" seguidas vezes, mas a Argentina não queria deixar, e adiou a conquista brasileira por mais um set, fechando a parcial em 26 a 24 para a irritação dos presentes e a comemoração da comissão técnica argentina.
Com os nervos à flor da pele, a seleção brasileira, que não esperava ser surpreendida pela Argentina dessa maneira, precisou ainda mais dos torcedores. E também de concentração. Bernardinho conversou com seus atletas. E a reunião no canto da quadra adiantou. O Brasil abriu 6 a 3, corrigindo algumas falhas.
Em seguida, dois erros alternados de saque, um de Dante , pelo Brasil, e um de Kukartsev, pela Argentina. Na sequência, ataque implacável de Lucão pelo meio, sem chances para os rivais. O Brasil abriu 9 a 4 quando Quiroga errou uma bola de ataque, mandando na rede, e depois fez uma expressão mostrando que o cansaço começava a bater. Quando o jogador foi para o saque, uma espécie de replay dos outros sets. Vaias sonoras para o camisa 9. Mas, desta vez, ele não sentiu a pressão, e Pereyra aproveitou o ataque para marcar.
O Brasil precisou de Wallace, que, novamente, chamou a responsabilidade para si pela direita e vibrou demais ao marcar em uma bonita diagonal. Lucão foi para o saque, mandou forte, mas os argentinos contaram com a sorte. No contra-ataque, a bola resvalou no bloqueio brasileiro antes de sair: 11 a 7.
A torcida estava nervosa e só conseguiu manter as vaias para os argentinos. Estava difícil retomar a cantoria. O ponto de Wallace, desta vez, foi pela esquerda, para aliviar um pouco o clima tenso no ginásio. Sidão recebeu de Bruninho e bateu forte, colocando 13 a 9 no placar. Ele foi para o saque e conseguiu mais um ace, levando os fãs à loucura. Mário Júnior, que estava no banco, pediu mais ajuda dos brasileiros. E eles corresponderam, fazendo barulho e empurrando o time no ponto final, marcado por Lucão: 15 a 10.


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