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Renatinha: “Nunca temi ficar sem time”

Aos 32 anos, ela já superou um tumor na coluna cervical, chegou a vestir a camisa da Seleção Brasileira e hoje é responsável por converter em pontos a maioria das jogadas do Barueri, que vai jogar a Superliga Feminina de vôlei. Mas para evitar que um calote a deixasse fora do campeonato, Renata Colombo, mais conhecida como Renatinha, precisou mostrar versatilidade também nos bastidores do esporte.

A oposto correu atrás de contatos para garantir a manutenção do Jacareí, hoje extinto. Antes mesmo de dar o primeiro saque de sua existência, o time paulista sucumbiu à falta de patrocínio. Ela e outras 12 atletas haviam treinado durante dois meses sem receber salários. Todas acreditavam na palavra do então técnico Robson Guerreiro, que falava em garantias financeiras para viabilizar o projeto. Mas o dinheiro nunca surgiu.

Atuando como uma espécie de dirigente, Renatinha ajudou a consolidar a mudança de todas as jogadoras, com exceção da ponteira Soninha, para Barueri, cidade que acolheu o grupo. Capitã do novo time, que conta ainda com a levantadora campeã olímpica Fernandinha, a atacante diz que em nenhum momento temeu a possibilidade de ficar sem um teto nesta temporada.

- Nunca temi que ficaria sem clube. Quando os boatos sobre o fim de Jacareí começaram a surgir, eu confiei que as coisas iriam melhorar até o último minuto. Comecei a procurar uma saída que ajudasse o grupo todo. Ainda bem que deu tudo certo no final - comemorou a jogadora.

Após algumas tentativas, Renatinha conseguiu a ajuda de uma amiga, ex-funcionária da Prefeitura de Osasco, para intermediar conversas com Barueri. A cidade já tinha planos de montar uma equipe da modalidade e aceitou oferecer toda a estrutura necessária para a disputa da Superliga. O time contará ainda com investimento de empresas privadas para bancar os salários das atletas e da comissão técnica.

- Foi a Fátima Aquino, uma grande amiga de Osasco, que me ajudou a marcar uma reunião com o Ivo Gobatto Junior, Chefe de Governo de Barueri. Minha empresária, Andressa Caetano, começou e desenhar um novo projeto e me orientou em todos os trâmites. Chegando lá, fui recebida muito bem pelo secretário de esportes Paulo Sérgio e um velho conhecido, o Marcelo Palaia, ex-supervisor da equipe de Campos (RJ). Eles nos acolheram de forma surpreendente. Não tinham obrigação, mas foram tão profissionais e humanos que serei grata pelo resto da minha vida - disse.

As jogadoras chegaram a denunciar uma oferta de dinheiro não declarado, de origem política, feita por Robinho, como é conhecido o treinador do projeto que fracassou. Foi a gota d'água para que o profissional fosse afastado. Em Barueri, o comando está a cargo de Maurício Thomas. Mas, passado o momento de dificuldade, Renatinha ainda se mostra incrédula com o ocorrido:

- É uma situação muito difícil e delicada. Até hoje não consegui entender por que o ele (Robinho) fez isso. Não voltei a falar com ele, até porque todo o tempo que tive ficou voltado para essa mudança de cidade.

Agora, o objetivo das atletas é focar na Superliga. A estreia do Barueri está marcada para o dia 27 de setembro, contra o Brasília, no ginásio José Correa, onde acontecerão os jogos ao longo da temporada.

Veja outros trechos da entrevista exclusiva de Renatinha que foi dada ao LANCE!Net:

Como está sendo a adaptação à nova cidade?

- Eu gosto muito desta região. Já morei muitos anos aqui perto, então para mim esta sendo como se voltasse às origens. O pessoal aqui é muito atencioso e prestativo, todos nos tratam bem. É uma cidade diferenciada.

Qual é o ponto forte do time?

- Sem dúvida é a superação. Espero que mostremos dentro de quadra o que fizemos fora dela também. Agora temos que correr atrás do tempo perdido e estamos treinando forte para isso.

A saída da Soninha pesa?

A Soninha é uma jogadora diferenciada. Faria falta em qualquer time.

O que a torcida pode esperar da Renatinha nessa Superliga?

- Estou me sentindo muito bem. Todo esse processo que passamos deu uma motivação a mais. Podem esperar uma Renata guerreira como eu sempre fui.



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