Vissotto fala de sua estreia no RJX/Tijuca

Aos 12 anos, não eram os adversários que causavam preocupação. Aos olhos de Leandro Vissotto, muito mais assustador era ter que enfrentá-los no ginásio do Tijuca. Aquela quadra parecia grande demais para aquele menino que defendia o Flamengo. O medo só diminuía quando avistava a família na arquibancada. No sábado, os avós estavam sentados lá, no mesmo lugarzinho, torcendo pelo agora neto famoso, que depois de tanto tempo voltou a vestir a camisa de um clube da cidade. Tinha que recompensá-los. Além da vitória sobre o Maringá na estreia da Superliga, o oposto de 2,11m e 30 anos deixou a quadra com sorriso no rosto e o troféu de melhor da partida, que não demorou a parar nas mãos so sobrinho.

- É uma honra voltar a jogar nesse lugar. Lembro que fiz muitas finais de mirim e infantil aqui e esse ginásio parecia enorme. Jogar no Tijuca era assustador! O ginásio onde eu treinava no Flamengo era pequeno. Então, dava medo demais desse teto alto e branco daqui. Agora ele parece menor (risos). Mas a alegria de jogar como um garoto não sumiu. É um prazer, uma emoção voltar aqui - disse.

Após duas temporadas atuando no exterior, Vissotto está feliz por poder trabalhar outra vez em sua cidade. Não esconde a alegria e uma pontinha de saudade quando fala de Victoria, a filha que viu nascer na semana passada, em Belo Horizonte, e que não vê a hora de ter outra vez nos braços. Está satisfeito por poder atuar no mesmo time do levantador Bruninho a quem cobre de elogios, e sob o comando de Marcelo Fronckowiak, técnico que passou pelo vôlei francês e que acredita que entenderá melhor o seu estilo europeu de jogar.

- Hoje esse é o meu estilo, mais que brasileiro (risos). Vai ser interessante. Nós não tivemos um tempo ideal de preparação. O time está junto há duas semanas e meia. Sabíamos que o Maringá estava treinando desde julho e que seria uma partida difícil, mas fomos na raça, com o apoio da torcida e começamos a temporada da melhor maneira possível. O time mudou muito, outros se reforçaram e nós temos que continuar trabalhando, evoluindo. Mas já demos esse primeiro passo, estreando com o pé direito. Tenho confiança total em todos os jogadores que estão aqui e nós vamos seguir jogando como um time.

Em seu primeiro jogo na nova equipe, Vissotto trabalhou em silêncio. Estava concentrado, pronto para ser acionado por Bruninho e colocar mais uma bola no chão. Deu certo. Foi responsável por 20 pontos.

- Não sou um jogador pavão, como costumo dizer. Não sou muito de gritar, de fazer show. Só de vez em quando (risos). É porque gosto de canalizar a energia. Não gosto de gastá-la demais. Sou assim.

O próximo compromisso dos atuais campeões da competição será no próximo sábado, fora de casa, contra o Montes Claros. Depois a equipe terá um intervalo de 20 dias até voltar à quadra para enfrentar o Taubaté.