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Vissotto lamenta crise financeira e salários atrasados no RJ Vôlei



A saída da empresa OGX, do grupo de Eike Batista, como patrocinador master do vôlei do Rio de Janeiro faz com que jogadores e comissão técnica carioca fiquem sem qualquer norte para um futuro próximo. Dentro do atual campeão da Superliga, há a dúvida se a franquia conseguirá manter sua equipe competitiva até o final desta edição. Com nomes de destaque como Bruninho,Leandro Vissotto, Mário Jr., Thiago Alves, todos da seleção brasileira, além do central Mauricio, que aceitou uma proposta do voleibol turco e se desligou do clube na última semana, os dirigentes trabalham para angariar um novo recurso, o mais rápido possível, para não ter que enfrentar o pior cenário.

Um dos mais experientes do elenco, o oposto Leandro Vissotto revelou à reportagem do GloboEsporte.com os momentos de apreensão vividos pelo elenco. Sem receber salários há três meses, o jogador lamentou a atual situação do vôlei brasileiro, confessou que o problema não é exclusivo da franquia carioca e fez um apelo às empresas para que invistam no esporte olímpico mais vitorioso do país.

- Vamos para o quarto mês sem receber (no dia 25 de dezembro). É uma situação complicada, mas o time está demonstrando caráter. É difícil porque você é profissional. A gente não está feliz com essa situação. Demos azar ao perdermos nosso patrocinador master. Até fazemos um apelo público para as empresas apoiarem o projeto. Somos o time da cidade olímpica, no esporte que mais trouxe medalhas para o país. É uma situação embaraçosa. Tem que ser solucionada pelo que o voleibol representa para o esporte olímpico brasileiro. Isso não acontece apenas com a gente. O Volta Redonda e o Montes Claros também estão com salários atrasados. São situações que estão se repetindo. É um absurdo. Quando acontece com clubes menores, ninguém fica sabendo. Fica nosso manifesto e esperamos que isso mude. Minha intenção não é polemizar, nem falar mal de ninguém, apenas mostrar que algo tem que ser feito. É o nosso trabalho e todos gostam de receber pelo fruto do seu trabalho - desabafou Vissotto em um tom muito mais de lamentação do que de ira.

O jogador explicou que a saída da antiga patrocinadora só agravou a questão dos salários atrasados, porque os mesmos já não eram pagos mesmo com o nome da empresa estampado no uniforme.

- É, não recebíamos. Falavam que a situação estava complicada, mas que o aporte seria feito. Saíram sem aportar, praticamente, nada. Desde que cheguei, só recebi o primeiro salário, depois não mais - revelou.

Mesmo garantindo não ter propostas e não podendo jogar mais por nenhum clube brasileiro, já que atuou pelo Rio nesta Superliga, Vissotto ainda poderia se transferir para algum time estrangeiro, seguindo o mesmo caminho do ex-companheiro Mauricio Souza, que foi para o Halkbank Ankara, da Turquia. 

- Se você perguntar para qualquer atleta na nossa situação, ele vai pensar duas vezes, porque a situação é crítica e não temos nenhuma perspectiva da entrada de nenhum patrocínio. Isso para o voleibol do Brasil é ruim, esta notícia está rolando fora do país, isto repercute muito mal para o voleibol brasileiro - contou.

Entretanto, não são todos os atletas do elenco que estão com os salários atrasados. Os que recebem um ordenado menor são pagos pelos atuais colaboradores Furnas e Ironage, que também auxiliam na parte logística. Todavia, Bruninho, Leandro Vissotto, Thiago Alves, Thiago Sens, Mário Jr. e Riad, além da comissão técnica, só tiveram depositado o primeiro pagamento, referente ao mês de agosto, e apenas promessas quanto aos meses de setembro, outubro e novembro.

Sem esconder a preocupação com o momento que sua equipe vem passando, o técnico Marcelo Fronckowiak diz não acreditar que uma possível crise, já vista no futebol do Fluminense, quando o patrocinador do Tricolor pagava um grupo de atletas, enquanto outros não, possa prejudicar os mais novos, visto o caráter de seus comandados.

- Não podemos prejudicar quem está recebendo. Temos que expor a situação, mas temos que ter um cuidado muito grande. Já estamos vendo muitas pessoas perdendo seus empregos na empresa e isso é muito triste. Somos profissionais e eles (os jogadores que não recebem) também. Estamos juntos na alegria e na dor - afirmou.

Internamente, o que mais preocupa a comissão técnica é uma possível debandada dos principais atletas, caso recebam propostas do vôlei europeu, que vai chegando na metade da temporada e pode vir com tudo por causa das contusões e do baixo aproveitamento de alguns times. Além do negociado Mauricio Souza, o levantador Bruninho já teve proposta do voleibol russo antes da saída da antiga patrocinadora, mas recusou. Para completar, Leandro Vissotto é tido como o próximo a ser assediado.

Em meio ao caos, o time do Rio de Janeiro, segundo colocado da Superliga com 18 pontos, já se encontra em Minas Gerais, onde nesta quarta-feira enfrenta os donos da casa, na sexta posição com a metade da sua pontuação, às 19h30m, pela nona rodada da competição.


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