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Atletas não aprovam mudanças de regra no Vôlei de Praia


vôlei de praia Emanuel e Pedro Solberg (Foto: Paulo Frabk / CBV)

Dois importantes testes anunciados pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei) com o objetivo de aproximar do jogo nas areias com o das quadras tem provovado polêmica entre os jogadores da etapa do Circuito Brasileiro em João Pessoa (PB). As novidades no bloqueio e no primeiro toque de bola podem vigorar nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Muitos acreditam que a mudança irá diminuir o nível de dificuldade do esporte, prejudicando as duplas mais habilidosas e versáteis. É o caso de Pedro Solberg, atual campeão brasileiro e vice mundial, que forma parceria com Emanuel.

Assim como na quadra, os bloqueios agora não contam como um toque. Isso vai permitir que, depois de um bloqueio, as duplas toquem na bola três vezes antes de passar para a quadra adversária, um toque a mais em relação à regra que considera o bloqueio um toque. Essa mudança será testada em todo o Circuito Mundial. O segundo teste será no primeiro toque na bola. A regra atual não permite passes com os dedos como primeira ação, apenas manchetes, já que os passes não saiam limpos quando era possível usar os dedos. Agora, a FIVB retoma os passes com os dedos, só que apenas no Mundial Sub-23 de Myslowice, na Polônia, e no Mundial Sub-21 de Larnaca, no Chipre.

- A princípio, não gostei. Como é um teste, acho válido, mas não achei uma boa ideia porque facilita o jogo de atletas menos versáteis. O vôlei de praia é um esporte de velocidade e versatilidade. No caso do bloqueio, achei péssimo. A mudança no toque eu achei uma palhaçada. O jogo fica feio, anti-vôlei de praia. Apesar de ficar mais dinâmico, acho que a regra iria nivelar o jogo por baixo. Toda a hora mudam alguma coisa. O futebol e o tênis que tem tradição e mais de 200 anos de história não fica mudando assim. Eu acho que está bom como está - declarou Pedro, grande aposta para 2016.

Emanuel, por sua vez, optou por uma postura mais cautelosa, afirmando ser necessário testar para formar uma opinião. O atleta lembra que na década de 80 a regra era vigente nas areias. No entanto, houve uma mudança para elevar o nível de dificuldade.

- É preciso testar para saber se isso será bom ou ruim. Nos anos 80, jogávamos com a regra de que o bloqueio não valia como toque e era mais fácil. Acredito que essa regra vigorou até 1988 ou 1989. Quando disputamos o Circuito Brasileiro de 1991, essa regra não valia mais. Vamos ver agora, mas acredito que no caso do bloqueio, a mudança tornará a virada de bola mais fácil - disse o veterano de 40 anos, maior vencedor da história da modalidade, com 151 títulos.

Uma das principais promessas da nova geração, Duda irá experimentar as duas mudanças tanto nas categorias de base como no Circuito Mundial adulto. Campeã mundial sub-19, em Portugal, e vice sub-23, na Polônia, quando tinha apenas 14 anos, a parceira de Lili também se mostrou contra as novidades.

- Eu não gostei, acho que fica diferente, fica muito fácil, é meio absurdo isso, mas, se a regra for confirmada, vamos seguir - comentou a jovem.

Para Taiana, atual campeã do Circuito Mundial, ao lado de Talita, afirma que é necessário preservar a essência do vôlei de praia, que é diferente das quadras.

- O vôlei de praia é um esporte tão lindo, tem suas emoções e particularidades. Apesar de ser vôlei, não é como o de quadra, sofre com os efeitos climáticos e tem características diferentes. Acho que é preciso ter carinho quando se realizam mudanças,  mas, vou vivenciar isso para ver se é bom - declarou a cearense.

As mudanças serão estudadas e avaliadas por uma comissão especializada da FIVB durante o congresso mundial da entidade, entre 31 de outubro e 1º de novembro, em Milão, na Itália. Na ocasião, a FIVB decidirá se as regras serão modificadas para o o ciclo olímpico que termina em 2016.



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