Publicidade

Header Ads

Carol brilha no bloqueio e vira arma do Rio na decisão

Carol volei rio de Janeiro (Foto: Divulgação/Unilever Vôlei)

Ao aceitar o convite do técnico Bernardinho para voltar ao Rio de Janeiro, a jovem central Ana Carolina da Silva esperava ter mais oportunidades para jogar do que na sua primeira passagem pelo time carioca, na temporada 2011/2012, quando praticamente não saiu do banco de reservas. Carol só não poderia imaginar que com a lesão da campeã olímpica Valeskinha, sua carreira fosse dar um salto tão alto em tão pouco tempo. De jogadora contratada para completar o grupo a titular absoluta, a mineira de apenas 22 anos agarrou a chance com a personalidade de uma veterana, terminou a fase de classificação como segunda melhor bloqueadora da Superliga - com 30,51% de aproveitamento - e, de quebra, é um das três indicadas para a disputa do prêmio de revelação da competição.   

- Não esperava que fosse ter uma temporada tão boa assim. Eu penso muito passo a passo e tento não ficar desejando muito as coisas para não ficar tão ansiosa. Mas tudo aconteceu de uma maneira muito boa e sem muita cobrança, pois infelizmente a Valeskinha se machucou. Entrei para suprir a ausência dela e as coisas foram acontecendo aos poucos. O Bernardo e as meninas estavam sempre conversando comigo e acho que meu jogo fluiu - afirmou Carol, fã do campeão olímpico em Atenas (2004), Gustavo Endres.

A cereja do bolo de uma temporada quase perfeita pode vir neste domingo, quando o Rio de Janeiro lutará por seu nono título nacional diante do Sesi-SP, às 10h, no Maracanãzinho. Decisiva nas semifinais contra o Campinas, Carol anotou nada menos que 12 dos seus 27 pontos nos dois confrontos em bloqueios. Com o sorriso típico de uma adolescente estampado no rosto, mas a firmeza nas palavras de quem sabe o que quer, a central é direta ao explicar o segredo do seu sucesso no fundamento.

- Desde as categorias de base o fundamento que se encaixaria melhor no meu jogo é o bloqueio. Gosto muito de bloquear, e o Bernardinho e sua comissão técnica treinam muito esse fundamento. Tanto com as outras jogadoras, como individualmente. Acho que o sucesso vem daí, muito treino e gostar de fazer - explicou a central de 1,82m.

Sem muitas oportunidades nas seleções de base, Carol sabe que a concorrência no grupo do técnico José Roberto Guimarães é enorme e uma vaga no Mundial da Itália é improvável. Afinal, suas rivais no momento são as campeãs olímpicas Fabiana, Thaísa, Walewska e Adenízia, além de sua companheira de time Juciely, uma das últimas jogadoras cortadas pelo ex-comandante do Campinas do grupo que foi aos Jogos Olímpicos de Londres.

Se por acaso a convocação não vier, Carol promete não se abalar. Como toda boa mineira, ela prefere comer pelas beiradas e esperar a hora certa de agarrar a oportunidade na seleção principal. No momento, seu pensamento está voltado apenas para o Sesi-SP e para a decisão de domingo.

- Na opinião de todo mundo, o Osasco tinha o melhor elenco, praticamente uma seleção brasileira. O time de maior investimento e cotado para estar na final. Mas o vôlei é assim, e cada história é diferente. As pessoas gostam de julgar da maneira delas que um determinado time vai chegar, que aquele outro não... E desta vez o nosso estava no grupo dos que não chegariam. Acho que faltou mais respeito pelo trabalho de anos que é realizado aqui. Querendo ou não, a gente vai escutando, mas aqui tudo é muito tranquilo e nós adquirimos essa tranquilidade para saber lidar com essas opiniões.

Para a central, as rivais deste domingo vêm com o moral em alta depois de surpreender nas semifinais.

- O Sesi-SP tirou o Osasco da decisão após nove temporadas seguidas e está de parabéns. Tem jogadores como a Fabizona, a Dani Lins e todo um elenco que lutou muito depois de um primeiro turno muito ruim. Acho que isso mexeu com os brios delas e elas conseguiram dar a volta por cima e conquistaram uma vaga na final por méritos próprios e não pelos erros do Osasco. Elas estão muito confiantes e vivem um momento maravilhoso, mas estamos treinando forte para neutralizar o jogo delas e temos a vantagem de jogar em casa. Muda muito o fato de a final ser disputada em um jogo único. A emoção e tudo que você treinou estão ali naquele momento, mas não podemos deixar essa tensão atrapalhar - afirmou.

A rotina de Carol, no entanto, não se resume apenas aos treinos do técnico Bernardinho. Quando não sai para jantar ou ir ao cinema com a levantadora Roberta ou a ponteira Gabi, jogadoras com quem divide um apartamento no Rio de Janeiro, a torcedora fanática do Atlético-MG divide seu tempo entre os jogos do Galo e as aulas online de administração de empresas. 

- Curso a faculdade de administração online. Foi a maneira que encontrei de conseguir fazer o ensino superior. Quando não estou nos treinos e nos jogos, tento conciliar. Mas também gosto de acompanhar outros esportes, como futebol, basquete, handebol, ginástica....Sou Galo doido e sofro para caramba (risos) - admitiu a mineira de Belo Horizonte.



Postar um comentário

0 Comentários