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Fofão se recusa a falar sobre aposentadoria: 'Odeio essa palavra'

rio x campinas - fofão vôlei (Foto: Fernando Maia/MPIX)

Oficialmente, o troféu de melhor jogadora da partida, geralmente escolhida pela comissão técnica vitoriosa, foi entregue à Fabi. Mas pelo visto nem a eleita do técnico Bernardinho e sua cúpula concordou. Com a personalidade de sempre, dentro ou fora de quadra, a melhor líbero do mundo pediu o microfone ao mestre de cerimônia do Maracanãzinho, repassou o prêmio à levantadora Fofão e prestou uma justa homenagem à sua companheira diante dos seis mil torcedores presentes na vitória do Rio de Janeiro sobre o Campinas por 3 sets a 2.

- Essa emoção que sentimos hoje marcará nossas vidas. Eu me lembrarei desse dia para sempre. O esporte é tão fascinante que entendo o quanto deve ser difícil para a Fofão ter que pensar em se aposentar ou não. Ela merece todas as homenagens possíveis. É uma líder dentro e fora da quadra. Passar por esses momentos, inspirar pessoas, tirar esse monte de gente de casa num sábado pela manhã... Tudo isso ao lado dela, é especial para nós - afirmou a camisa 14 do Rio de Janeiro.

Emocionada com as palavras de Fabi, Fofão fez questão de agradecer uma por uma suas companheiras e, principalmente, aos membros da comissão técnico do Rio de Janeiro por terem ajudado na sua recuperação. Afastada das quadras por cerca de dois meses em virtude de uma lesão na panturrilha esquerda, a levantadora de 44 anos dedicou a vitória à reserva Roberta e preferiu não falar sobre aposentadoria.

- Odeio essa palavra (risos), pois eu adoro o que faço e continuo me divertido muito dentro de quadra. Acho que o segredo desta vez foi o período de dois meses que fiquei parada. Tive tempo de descansar meu corpo e me motivar ainda mais para essa semifinal. Graças a Deus estou em mais uma decisão. Mas não poderia sair de quadra sem agradecer muito à Roberta. Se não fosse ela, talvez eu não tivesse voltado a jogar. Ela assumiu o time e me deu a tranquilidade necessária para me cuidar. Ganhei o troféu de melhor do jogo das mãos da Fabi, mas dedico a ela - disse Fofão coma simplicidade de sempre. 

Com tantos anos de vôlei, a capitã do Rio de Janeiro não se importa que a responsabilidade nos jogos decisivos recaía sobre seus ombros. Quase sem voz, Fofão admite que poucas vezes teve de dar uma de de "psicóloga" como no jogo deste sábado.

- Quando você é a jogadora mais experiente do time tem o dever de motivar e orientar as mais jovens. Foi o que fiz. Acho que nunca falei tanto dentro de um jogo, por isso estou rouca, quase sem voz (risos). Sempre fui muito observadora, percebo as emoções de cada uma já no vestiário, e, às vezes, é necessário dar uma de psicóloga. É difícil arrancar uma risada da Sarah Pavan nos jogos, por exemplo, e hoje eu consegui. Às vezes fazemos coisas por dinheiro, por obrigação, mas eu faço por prazer e isso é o que me motiva a continuar - destacou Fofão.

A atuação da levantadora do Rio de Janeiro foi tão destacada que até o técnico adversário se rendeu. Fã incondicional da levantadora, José Roberto Guimarães confessa que perdeu a conta de quantas vezes tentou convencer a campeã olímpica em Pequim-2008 retornar à seleção brasileira.

- A Fofão está sendo fundamental para o Rio de Janeiro nessa fase final. Ela deu uma serenidade enorme para a equipe. É uma jogadora que orienta demais, distribui como ninguém o jogo e que cresce nos momentos delicados. Eu sou suspeito para falar porque sou um fã incondicional dela e reconheço que é muito difícil para mim ter que enfrentá-la. Praticamente a vi crescer. Mas a vida é assim. Enchi o saco dela por muito tempo para ela voltar à seleção, mas ela não quis - lembra o treinador tricampeão olímpico.



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