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Gabi e Natália driblam pressão e lutam por vaga na final

Montagem Volei, Rio de Janeiro x Campinas, Gabi e Natália (Foto: Editoria de Arte)

De uma temporada para outra, os ombros tiveram que aprender a suportar mais pressão. Não só a pessoal, mas também a externa. Aos 19 anos, Gabi passou de jogadora promissora que substituiu Logan Tom na edição passada da Superliga a uma das peças mais importantes do time do Rio de Janeiro. Com Natália não foi diferente. Depois de um longo período de dores e dúvidas por conta das duas cirurgias na tíbia esquerda, viu seu jogo começar a crescer naqueles playoffs. Ergueu o troféu ao lado de Gabi e seguiu outro rumo. Foi para o Campinas disposta a ser a Natália de antes. Virou peça fundamental da equipe. Neste sábado, em lados opostos, as duas ponteiras querem cumprir bem seus papéis de olho na final do campeonato. O Rio de Janeiro tem 1 a 0 na série e, se vencer a partida no Maracanãzinho, a partir das 10h, garantirá a sua vaga.

- A responsabilidade nesta temporada aumentou. Passei a ter que assumir mais o jogo, a ter responsabilidade no passe. O Bernardo tem me cobrado muito isso e sei que vai ser um ganho para mim também para a seleção, já que sou baixa (1,80m) e preciso melhorar esse fundamento. Na última partida, funcionou melhor, e nosso jogo acabou fluindo. Agora eu quero tentar chegar à minha segunda final. Sei que o Zé Roberto (técnico do Campinas) me conhece bastante e vai mandar elas sacarem em mim (risos). Lá foi assim desde o começo. Mas eu tenho trabalhado bem a minha cabeça nos treinos, e a Fofão também me ajuda muito. Nós somos uma equipe jovem e ela funciona como nosso pilar - disse Gabi, no treino desta sexta-feira, no Maracanãzinho.

Quem a vê falando com sorriso no rosto sobre o processo não imagina que em alguns momentos as lágrimas o marcaram.

- Eu a tirei de quadra do jogo contra o São Caetano. Ela não estava bem. Depois fiquei sabendo que ela chorou a noite toda. E essa reação foi fundamental porque ela mostrou que se importa. Era como se dissesse: "Não posso falhar, tenho que corresponder." E Gabi tem feito isso. Esta temporada foi a mais difícil para ela, porque na anterior entrou mas sem aquela responsabilidade. É a dor do crescimento. Quem não sentiu isso e depois se sentiu mais confortável na desconfortável posição de ter muita responsabilidade? Passou a ter isso no passe e no ataque, com menos de 20 anos. Ela tem um astral e uma cabeça positiva. É uma jogadora que está sendo construída e tem capacidade emocional de lidar com pressão - afirmou Bernardinho.

Apesar do primeiro passa dado, na casa das adversárias, Gabi e suas companheiras sabem que deverão encontrar ainda mais dificuldades no jogo 2.

- Nem nos nossos melhores sonhos imaginávamos que ganharíamos de 3 a 0. Os dois primeiros sets foram decididos nos detalhes e no terceiro nós tomamos as rédeas. Mas elas têm um ataque muito regular e vão vir com tudo.

Desde a derrota, os dias foram de conversas e muito estudo. Zé Roberto não nega que a frustração foi grande, mas acredita que suas comandadas têm possibilidades de reagir e provocar o terceiro confronto. Para isso, frisa que será importante melhorar o saque e o bloqueio. Será importante contar com a força de Natália.

- Ela foi evoluindo aos poucos, principalmente numa função em que o Brasil é carente, a de ponteira-passadora. Incorporou essa função e está sendo fundamental no nosso time. Ela tem feito defesas impressionantes e vem se tornando uma jogadora completa no fundo e na frente. Natália teve aquele problema na tíbia que a fez retroceder na preparação, mas está voltando a ter confiança. Vem se mostrando muito participativa, mostra uma postura de entrega - disse Zé Roberto.

Apesar dos elogios do treinador, Natália se cobra. Ainda não reencontrou a Natália de outros tempos. Garante que não vai sossegar enquanto não conseguir.

- Estou quase 100% fisicamente com relação à jogadora de antigamente. A superação não é nada fácil, não estou feliz com o meu jogo ainda. Tive que trabalhar a cabeça um período para dar uma arrumada. Eu sempre fui uma jogadora de ataque e é aí que não estou muito feliz. Em compensação, evoluí bastante no fundo de quadra, onde nunca fui tão boa. Não sou a Natália que atacava como antes, mas estou tentando me encaixar. E tomara que isso aconteça no próximo jogo, embora saiba que vão tentar fechar todas as minhas possibilidades (risos). É semifinal, temos que ter cabeça no lugar e bastante coração. Ainda mais sendo vida ou morte para nós. Temos que colocar tudo em quadra, lembrar de tudo o que passamos. Sabíamos que seria uma partida duríssima, mas não esperávamos aquele 3 a 0. Fizemos um terceiro set horroroso. Duvido que seja esse placar de novo. Não vai ser fácil e temos que tentar levar até um 25/23 no tie-break se preciso - disse Natália.

De todo modo, também deixou o aviso para a amiga no breve encontro que tiveram num treino no Maracanãzinho.

- Pedi para Gabi ir com calma e respeitar as mais velhas - brinca.


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